Capítulo 50

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Estamos no The Heathman Hotel, o melhor de Portland. O voo até aqui foi incrivel, eu nao imaginava que ele pilotava tao bem. Até ontem eu estava no apartamento, sozinha e pensando em como as coisas poderiam ter sido e hoje eu estou aqui, com ele, com o homem que eu amo.
- Como foi a voo Senhorita Steele?
- Foi ótimo, eu nao imaginava que voce pilotava tao bem, foi uma experiencia incrivel. A ultima vez que viemos aqui foi mais cansativo.
- Eu disse que sou bom no que faço. - Ele brinca. - Da outra vez viemos de carro, é realmente exaustivo. Espero que voce goste do quarto.
Como eu nao iria gostar do quarto? É maior do que o meu apartamento com a Kate.
- É maravilhoso, Cristian.
- Voce quer beber ou comer alguma coisa?
- Um agua, por favor. - Eu fico ali observando a decoraçao do apartamento, que é linda, um classico.
- Podemos fazer o que voce quiser, sair, ficar aqui... qualquer coisa. - Ele me entrega a agua.
- Vamos passar o final de semana aqui?
- Sim... a nao ser que voce nao queira, é claro. - Ele ri.
- Nao é isso... é claro que eu quero.
- O que foi Ana? Porque eu sinto que tem alguma coisa.
- É estranho estar com voce depois de todo esse tempo.
- Eu confesso que errei, eu nao queria ter me afastado de voce, Ana. Só que as coisas foram ficando mais sérias e isso me assustou.
- Voce nao esta mais assustado? - Ele sorri.
- Nesse momento nao. Nao posso e nem quero mais esconder o que eu sinto, Ana.
- Tenho certeza que o Flynnn contribuiu para isso.
- Digamos que sim. - O celular dele toca. Eu fico ali, observando atentamente.
- Ross, eu disse que nao viria a trabalho. - Ele anda de um lado para o outro.
- Vou ver o que posso fazer. - Ele desliga.
- Algum problema?
- Eu teria uma reuniao agora pela manha com um sócio, porém eu desmarquei todos os compromissos. Por incrivel que pareça, ele esta aqui em Portland.
- Se voce tiver que resolver alguma coisa nao se preocupe comigo.
- Eu realmente nao queria fazer isso...
- Voce precisa, eu fico por aqui.
- Tem certeza?
- Claro que sim.
- Nao vai levar mais do que uma hora eu prometo. Vou entrar em contato com a Secretaria dele e marcar um horario.
- Se quiser eu posso fazer isso. - Ele me olha com surpresa. - Afinal, eu trabalho na sua empresa como uma das suas secretarias, entao...
- Só nao esqueça que voce esta liberada do emprego esse final de semana. - Ele brinca.
Ligo para a Secretaria do tal socio, que é bem simpatica por sinal, e marco a reuniao para daqui a 15 minutos, no escritorio dele. Sei que esses assuntos sao necessarios eu nao quero atrapalhar nenhum tipo de negocio dele e alem do mais, posso colocar as ideias no lugar ficando sozinha.
- Tem certeza de que nao se incomoda de ficar aqui sozinha?
- Nao se preocupe, eu vou sair um pouco.
- Taylor vai estar aqui se precisar de alguma coisa.
- Tudo bem. - Eu digo. Ele se aproxima e me da um beijo.
- Eu prometo que volto logo.
- Estarei esperando Senhor Grey.
O que eu posso fazer em Portland? Nao sou muito de fazer compras, entao posso descartar essa possibilidade. Falando em compras, eu preciso realmente saber se tenho alguma roupa aqui. Entro no closet e o que eu vejo me impressiona, tantas roupas, tantas coisas. Eu nao sei como ele consegue tudo isso, eu tenho certeza de que em qualquer lugar do mundo que eu for com ele vao ter roupas para mim. Nao preciso de tudo isso, nao preciso de absolutamente nada do que o dinheiro dele proporciona. Entao ja sei exatamente o que vou fazer. Pego o celular e começo a pesquisar alguma instituiçao de caridade em Portland, ele pode ficar uma fera, mas vou correr o risco, tem pessoas que precisam mais disso do que eu.
- Bom dia, eu gostaria de falar com a responsavel pela instituiçao, por favor.
- Pode falar comigo mesmo, querida.
- Eu gostaria de saber se voces estao aceitando doaçoes...
- Estamos sim, inclusive precisando muito.
- Eu nao sei se interessa, mas eu tenho muitas roupas, sapatos, alguns acessorios... eu gostaria muito de ajudar.
- É muita bondade sua Senhorita...
- Steele, por favor.
- Senhorita Steele, muito obrigada. O procedimento na verdade é bem simples, voce precisa vir até aqui preencher uns papeis...
- Olha, o problema é que eu nao vou ficar muito tempo aqui em Portland e como tenho muitas coisas para fazer, se nao for pedir muito, teria a possibilidade de alguem recolher essas coisas no meu apartamento? Quero dizer, no apartamento onde estou hospedada?
- Claro Senhorita, eu entendo perfeitamente. Eu posso mandar um funcionario até ai. Aonde esta hospedada?
- The Heathman Hotel, só dizer meu nome na recepçao. Posso abusar mais um pouco da sua vontade?
- Claro que sim.
- Teria como trazer algumas sacolas? É que como eu cheguei de viajem hoje, eu nao tenho esse tipo de coisa aqui...
- Nao se preocupe, vamos providenciar. Senhorita preciso do seu nome completo pelo menos.
- Claro que sim, Anastasia Steele.
- Eu tenho uma pessoa disponivel para enviar agora mesmo.
- Por favor, eu agradeço muito, preciso sair daqui a pouco.
- Ele ja esta indo, obrigada mais uma vez e que Deus te pague em dobro.
- Muito obrigada! É um prazer ajudar.
Tiro todas as roupas dos cabides e coloco tudo na sala, de forma que o closet fica completamente vazio. Alguns vestidos ainda estao com a etiqueta, é um completo absurdo uma roupa ser tao cara desse jeito.
- Ola. - Um homem de meia ideia esta parado na porta, deve ser o funcionario da instituiçao.
- Voce deve ser a Senhorita Steele?
- Isso mesmo.
- Posso entrar e recolher as coisas?
- Claro que sim. - Eu o acompanho até a sala e o ajudo a colocar as roupas nas sacolas.
- Senhorita, desculpe por me intrometer assim na sua vida, mas é que...
- Pode falar.
- Porque esta doando tudo isso? Essas roupas sao novas! E esses sapatos? Eu nao entendo absolutamente nada de sapatos, mas eu sei que esses daqui devem ser bem caros. Eu digo isso porque geralmente as roupas que eu recolho sao usadas, mas essas da para ver que nao sao.
- Tem gente que precisa muito mais disso do que eu. - Ele sorri.
Fico sentada na cama observando os armarios vazios, estou me sentindo tao bem, sensaçao de dever cumprido. Só nao me toquei de que nao tenho nada mais para vestir. Agora vou sair para comprar algumas coisas, mas com o meu dinheiro.
- Taylor, eu preciso sair comprar umas coisas.
- Eu acompanho voce Senhorita.
- Nao é necessario, Taylor.
- Senhorita, o Senhor Grey...
- Eu quero ficar um pouco sozinha, se eu precisar eu ligo.
- Tudo bem, Senhorita.
Eu nao sabia que Portland teria essa variedade de coisas, estou em uma rua de pequenas lojinhas bem charmosas, tenho certeza de que vou achar alguma coisa aqui.
- Anastasia? - Eu escuto uma voz, parece conhecida. Me viro para ver o rosto. Droga! Leila.
- Anastasia? Nao esta me reconhecendo?
- Leila. - Eu digo.
- Voce aqui?
- O que tem? É uma loja de roupas. - Me mantenho forte. Ela ri.
- Eu digo isso porque eu pensava que voce nao frequentava esse tipo de lugar, pelo jeito o Senhor Grey desceu mesmo o nivel...
- O que voce disse?
- Claro, quando eu estava com ele só frequentava lojas finas e olha voce que tipo de loja frequenta.
- Eu nao tenho tempo para ouvir as suas besteiras, com licença.
- Ei. - Ela segura no meu braço.
- Nao me toque! Só te respeitei na ultima vez que te vi porque estava psicologicamente abalada, mas agora é diferente
- Ual! E o que pretende? Me bater aqui?
- Eu jamais faria isso. - Eu faria sim, com a raiva que eu estou agora eu bem que faria.
- Suas pernas estao ótimas denovo. - Ela diz.
- Sim, ótimas.
- Estou hospedada no Heathman tambem, eu vi voce e o Cristian. Talvez possamos marcar alguma coisa.
- Voce é completamente doente. - Eu saio.
Como essa mulher tem coragem de me abordar no meu da rua depois de todo esse tempo? E sabendo tudo o que ela sabe... Perdi completamente a vontade de comprar qualquer coisa, mas preciso, afinal agora nao tenho mais nenhuma roupa. Respiro fundo e entro na proxima loja, como eu queria que a Kate estivesse aqui, ela saberia o que fazer.
Estou cansada e minhas pernas doem pouco acho que andei demais, fecho a porta do apartamento.
- Aonde estava?
- Cristian! Eu nao vi voce. - Ele esta sentado em uma poltrona.
- Talvez voce possa me explicar porque nao tem mais nenhuma roupa sua por aqui. - Eu começo a rir.
- Nao entendi qual é a graça...
- Eu doei, Cristian.
- Voce o que?
- Eu doei... para uma instituiçao de caridade. - Ele permanece me olhando. - Eu sai e comprei algumas coisas, o suficiente. - Ele nao diz nada, apenas passa o dedo indicador sobre o queixo.
- Cristian, diga alguma coisa. - Ele ri.
- Voce me impressiona cada dia mais, sabia?
- Isso é bom? - Eu digo.
- Sabe que eu posso dar tudo o que voce quer nao sabe?
- A unica coisa que eu quero é voce.
- Como voce quiser Senhorita Steele. - Ele sorri.  

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