II

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Não consegui ouvir o que a voz misteriosa disse, era algo parecido com " quem está ai " mas não tenho certeza.
O rapaz que está na porta ao ouvir a voz se afasta e surge um outro homem que fica à me observar em silêncio. Pelo amor de Deus! Ele é mais alto que eu, talvez tenha 1,85 cm, olhos azuis quase negros, seu corpo é inteiramente trabalhado desde os braços às pernas, mas não é musculoso como esses musos fitness, seu tom de pele é branco, seu cabelo está no corte social e seu tom é castanho-claro, ele deve ser descendente alemão e está vestido em um terno extremamente elegante azul-marinho. Ele é como um deus da mitologia grega. Minha flor interna está agitada, sinto sua alegria com tal intensidade que chego a estremecer sobre o olhar analisador daquele fabuloso homem.
- O que a senhorita deseja? - Ele me pergunta, imediatamente noto seu sotaque e um sorriso malicioso surgir em seu rosto perfeito.
Fico em silêncio e abaixo a cabeça. Que droga! Ele sabe o que acabou de acontecer aqui, sabe que meu corpo ficou em chamas por sua causa, mas como ele percebeu? Será que demonstrei tanto assim? Já até desconhecia esse efeito que os homens causam nas mulheres.
- Senhorita te fiz uma pergunta. - Diz ele me tirando dos meus devaneios.
- Ana... - Digo timidamente e arfando.
- O que disse querida? - Diz ele me provocando.
Querida?
- Ana, me chamo Ana Ferreira, sou sua nova aluna. - Yes! Consegui falar sem gaguejar.
- Humm... Você é minha. - Diz baixinho olhando em meus olhos e me dá uma piscadela.
Filho da puta! O que ele está pensando?
- Posso entrar? - digo olhando para dentro da sala tentando me controlar, disfarçando o nervosismo e fingindo que seu olhar analisador e seu sorriso malicioso não me afetam, ele assente e acho que acabei conseguindo engana-ló.
Quando entro estou tão nervosa e excitada com o que aconteceu lá fora que tropeço em uma cadeira e por sorte não caí. Obviamente a sala inteira ri menos o rapaz que abriu a porta mais cedo para mim e me oferece um lugar ao seu lado para sentar e aceito.
- Meu nome é Pedro Henrique mas pode me chamar de PH e o seu?
- Me chamo Ana. - Digo ofegante por causa do susto.
- Acalme-se Ana, o meu tropeço foi pior. - E uma risada baixa surge.
- Conte-me. - Digo curiosa.
- Estava chegando com minha irmã Iara, ela é diretora da faculdade, pedi para que ela entrasse primeiro e assim fez, quando chegou minha vez tropeçei em meus próprios pés e caí de cara no chão, fiquei com um lado do rosto todo vermelho, todo mundo viu e riram bastante. - Disse ele massageando um lado do rosto.
Não me segurei e ri, a sala inteira ficou em silêncio e cortei a risada imediatamente, quando viro-me para o professor, ele está olhando-me atentamente e ri. Nesse momento vi alguns alunos aliviados e respirando fundo. O professor levanta-se de sua mesa e vem em minha direção e diz:
- Vejo que a Srta. Ferreira é piadista. - Diz com deboche. - Não gostaria de contar uma das suas piadas para mim depois da aula querida?
Ele está me olhando novamente só que agora um pouco distante. Sinto sua ironia nas palavras, seu olhar não tem mais o brilho de quando o conheci, está com raiva de mim, diria até que, me fuzilando no pensamento.
Abaixo a cabeça e digo:
- Desculpa professor, isso não irá acontecer novamente. - Digo com tristeza e com um pouco de raiva, não sou piadista, não era eu quem estava contando "piadas" e sim PH, mas isso não direi à ninguém, muito menos ao professor chato.
- Assim espero Srta.Ferreira, assim espero. - Dá de ombros e volta para sentar-se em sua mesa.
Hoje como é o primeiro dia de aula todo mundo está se apresentando, falando sobre suas vidas e acabo percebendo que muitos vivem inutilmente, como eu. O professor ignora tudo o que os alunos estão falando, ele é mal educado. Qual professor não se importa com seus alunos? Qual professor não quer saber com que tipo de pessoas está se envolvendo? Ele está lendo o livro O Cortiço do autor Aluísio de Azevedo que pertence ao realismo brasileiro, que buscava sair da ilusão de uma vida totalmente idealizada, um livro nada apropriado para esse momento por ser muito... Excitante.

★★★

Toca o sinal e não deu tempo de me apresentar, todos estão saindo e eu ainda estou guardando o caderno na mochila para poder ir para casa pensar em tudo o que aconteceu hoje. PH levanta-se da cadeira e se despede de mim, me deixando sozinha com o professor.
Quando coloco a mochila nas costas atrevo-me olhar para ele que ainda está sentado em sua mesa lendo o livro, ele continua divinamente lindo mesmo depois de quarenta e oito apresentações que duraram três horas tediosas.
Quando estou a sair ouço-o dizer:
- Para onde a senhorita pensa que vai? - Diz calmamente fechando o livro e olha para mim.
- Como assim para onde? Sei que sua leitura estava empolgante mas a aula já terminou. - Digo timidamente e sorrindo.
- Percebo que a senhorita esquece rapidamente das coisas, peço-te apenas que não esqueça do efeito que te causei hoje mas cedo. - Diz com um tom de voz extremamente sexy.
Merda! Ele realmente sabe o que aconteceu, e minha flor interna está novamente agitada, o desejo por esse homem cresce a cada momento que ficamos a sós. O que está acontecendo comigo? Tenho que me controlar, ele não é homem para mim, ele jamais sentirá o mesmo desejo que sinto, nem ele e nem ninguém, Júlio meu ex-namorado deixou isso bem claro. Por que ele está fazendo isso comigo? Tenho que sair daqui o mais rápido possível, não posso me machucar novamente.
- Desculpa professor tenho que ir, já é muito tarde. - Digo olhando para meus pés.
- Ana por favor espere.
Ele vem em minha direção e fecha a porta, tira minha mochila das costas e a coloca junto com a sua, em seguida me coloca contra a parede, e com uma das suas mãos pegam as minhas e levam sobre minha cabeça onde ficam, enquanto a outra puxa-me fortemente para ele e imediatamente sinto a pressão de sua grande ereção em minha barriga. Uau ... Sua testa está pairando sobre a minha, olho para ele nervosa e ele me lança um olhar tenso que me deixa ainda mais excitada - nunca me senti assim - ele solta a minha cintura e me pressiona ainda mais forte com seu quadril, sinto o local da sua ereção na minha barriga doer e agora sinto sua mão grande e macia na minha nuca massageando meu couro cabeludo fazendo-me virar minha cabeça e deixar meu pescoço exposto. Aquele toque causa um arrepio instantâneo por todo o meu corpo e delicadamente ele beija meu pescoço subindo lentamente até a minha orelha e diz :
- Quero... - sussurra - sua apresentação exclusivamente para mim Ana. - Diz e agora está mordendo minha clavícula lentamente.
- Professor... - Digo ofegante - Por favor, para!
Ele para de me morder e olha-me seriamente.
- Por favor, só quero ir embora. - Digo querendo chorar por que sei que ele realmente não quer nada comigo como todos os outros, apenas sexo. Está excitado provavelmente por causa do livro e eu sou isca fácil para um galanteador de primeira, mas ele não irá se aproveitar da minha fragilidade.
Ele me solta.
- Estou fazendo algo de errado Ana? - Pergunta-me confuso.
Não me seguro e uma lágrima caí, abro a porta e saio correndo o mas rápido que posso, deixando-o a gritar meu nome.
- Ana!

O Mestre Do Sexo.Onde histórias criam vida. Descubra agora