XIII

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Klaus, um expert em mulheres!
Ana você está de parabéns, tantos homens na cidade e no mundo e você se apaixona justamente pelo seu professor o qual conhece as mulheres como uma criança conhece os seus brinquedos. Parabéns!
Ah! A velha ironia do meu inconsistente. Olho para meus pés embaixo da mesa e confesso para mim mesma que é verdade, que estou apaixonada por Klaus, mais ninguém precisa saber desse sentimento que cresce cada vez mais, nem mesmo ele. Ele já sabe Ana, esqueceu quem é ele? Puta merda! Meu inconsciente tem razão. Sinto meu estômago dá várias voltas, e meu coração acelerar rapidamente que chego a imaginar por um instante que terei uma parada cardíaca. Preciso me acalmar, talvez e pela primeira vez meu inconsciente pode ter falhado. Preciso fazer alguma coisa para sairmos deste silêncio infernal em que estamos e disfarçar ou acabar de vez com essa guerra de sentimentos que estou lutando dentro de mim.
Levanto a cabeça e percebo que ele está pensativo. Eu não sei bem, mas, talvez ele esteja enfrentando a mesma guerra interna que eu.
- Sr. Klaus? - Digo disfarçando a voz em um tom de preocupação.
- O que houve Srta. Ferreira? - Diz em um sobressalto e comprovo minha hipótese. Estamos no mesmo barco, será que iremos naufragar? Ou chegaremos ao nosso destino? Mas, qual é nosso destino?
- O senhor está bem? - Digo com astúcia.
Ele sorri e pega em minha mão:
- Como poderia não estar?
Solto um gemido sem querer e ficamos nos encarando por alguns instantes. Seu olhar está meigo e sinto que Klaus quer me falar algo. Ele coloca seus dois antebraços sobre a pequena mesa e logo estamos tão perto que, sinto o seu suave hálito de menta. Ora, ele olha para meus olhos, ora, ele olha para minha boca. Ele repete isso várias vezes e vou perdendo os sentidos aos poucos, até que automaticamente fecho meus olhos e sinto seu lábio tocando delicadamente no meu. Um calafrio percorre toda extensão do meu corpo e sinto-o se afastar.
- Por favor, continue. - Imploro.
- Ah, Ana. O que você está fazendo comigo? Estou me expondo de uma forma nunca vista antes. Você está me deixando louco!
Minha nossa! Klaus... Está... Ãn... O quê? Não sei o que dizer, não consigo nem formar uma frase no meu próprio pensamento. Aquele épico momento dos seu labio no meu... Foi esplêndido, fantástico, maravilhoso... O que faremos? O que farei?
- Sr. Klaus... Por que está fazendo isso comigo? - Pergunto premeditando ficar sem resposta.
- Por que você fazendo isso comigo Srta. Ferreira?
- Eu não sei. - Respondo olhando o arranjo de flores sobre a mesa.
- Você é diferente... - Ele pega uma das flores e coloca em minha orelha. - Você é tão linda... - Ele levanta uma de suas mãos toca em meu queixo, forçando-o um pouco para cima e nossos olhos se encontram. - Como uma pessoa tão bela e inteligente, é ao mesmo tempo tão triste e solitária? Qual é o motivo Ana?
Respiro fundo e percebo que ele realmente está interessado e resolvo contar-lhe um pouco da minha vida.
- Tudo bem, mas, por favor não quero que mais ninguém saiba.
- Não precisaria nem pedir. Vamos, confie em mim baby.
- Minha infância e adolescência é o motivo da minha angústia e tristeza Sr. Klaus. Durante essas fases perdi meu pai, vi minha mãe em uma depressão terrível, meus avós, tios e primos paternos simplesmente nos abandonaram, sofri bullying... - Paro de falar ao lembrar de Júlio, não sei se devo falar sobre essa fase para Klaus. - E é só isso.
- Você não merecia passar por tudo isso. - Seu rosto estava congelado em uma expressão triste mas um sorriso brilhante toma conta de seu lindo rosto. -
Certas coisas podem ter nos feito sofrer, mas elas simplesmente precisavam acontecer pra nos fazer crescer.
Nunca havia pensado desta forma, mas realmente sou uma mulher completamente madura, isso graças à todas as situações dificultosas que enfrentei.
- Obrigada Sr. Klaus.
- De nada Srta. Ferreira. A senhorita tem amigos?
- Apenas minha família, e minha patroa Elisabete.
- Sua família sabe sobre o bullying?
- Não, sobre o bullying não. Minha mãe e meus irmãos pensam que sou desta forma por causa da morte do meu pai.
- Adam, me contou hoje pela manhã no momento do soco... - Rimos ao lembrarmos. - Que um certo homem não a deu valor... Quem é esse tal "homem"?
Puta merda! É só agir naturalmente.
- Ah, é Júlio. Ele foi meu primeiro e último namorado. Digamos que hoje só restam mágoas. - Riu sem graça.
- O que ele te fez?
- Eu não gosto de falar sobre ele Sr. Klaus.
- Por favor.
- Ahh! - Reviro os olhos. - Ele me traiu com minha ex-melhor amiga.
Acho que ele está surpreso.
- Quanto tempo vocês namoraram? - Pergunta levando sua mão até o queixo. Um sinal de curiosidade.
- Quatro anos.
- Então, esse tal de Júlio foi quem tirou sua virgindade?
- Sim.
Ele está se mexendo desconfortavelmente na cadeira, assim que acha uma posição provavelmente agradável me encara, seus olhos estão brilhando e me olhando com curiosidade diz:
- Ele é um filho da puta sortudo. Há quanto tempo você não transa Ana?
Puta merda! Eu sabia que esse momento chegaria novamente:
- Acho que há três anos e por favor, chega de interrogatório.
- Ahh! Estava ficando tão interessante, mas, está bem. Provavelmente um dia continuaremos esse assunto.
Sinto meu rosto pegar fogo assim como minha flor interior que assente loucamente e resolvo fazer algumas perguntas a Klaus.
- Agora é minha vez.
Ele dá um sobressalto. Puta merda! Ele está nervoso.
- Sobre o que quer saber?
- Sua família.
Ele assente.
- O que seu pai faz atualmente?
Ele parou um pouco e passou a mão no cabelo nervosamente, respirou fundo e disse:
-É Atualmente?... - Ele para novamente e percebo que está procurando as palavras certas. - Atualmente ele está enterrado no cemitério de Waldfriedhof em München ou melhor dizendo em Monique.
Oh Meu Deus!
- Minha nossa Klaus! Sinto muito.
Isso quer dizer que Klaus é órfão. O homem forte e sorridente que sempre vejo é órfão! Meu Deus!
- Não sinta pena de mim Ana. Agora eu estou bem.
- Você quer falar sobre?
- Acho que seria bom.
- Hum...Quantos anos o senhor tinha?
- Eu tinha dezenove anos.
- Qual foi a causa da morte?
- Depressão. A morte da minha mãe acabou com ele. Acho que estava muito difícil para ele viver sem sua amada e ter que cuidar de dois adolescentes rebeldes por falta de diálogo.
- Linda é sua irmã, não é?
- Ela é minha irmã adotiva. O sonho de minha mãe era ter dois filhos, uma menina e um menino, então, meu pai resolveu adotar uma menina com as características de minha mãe já que eu era idêntico a ele. Meu pai acreditava que assim minha mãe descansaria em paz. Mas para encontrar alguém com as características dela demorou muito, cinco anos para ser exato. Linda foi encontrada quase sem vida embaixo de um viaduto na França quando tinha apenas dois anos.
- Minha nossa! Linda e você eram muito rebeldes?
- Linda é um anjo, nunca deu trabalho algum para meu pai e as vinte e umas babás que tivemos. Eu pelo outro lado não aceitava a morte da minha mãe no meu parto e, cresci ouvindo do meu pai que eu era o assassino dela. Eu acredito que sou o assassino de ambos. Morávamos
na Alemanha, minha mãe queria viver alguns anos lá e, depois voltar a viver no Brasil como havia planejado com meu pai. O maior desejo de ambos era viver feliz aqui, já tinham até construído uma casa, mas os seus planos seguiram outro caminho. Meu pai começou a odiar o Brasil depois da morte da dela por que ela era brasileira, e por causa deste rancor perdi contato com meus familiares maternos. Depois da morte dele, Linda e eu seguimos caminhos diferentes. Ela voltou para a França com esperança de encontrar seus pais biológicos, enquanto eu vim tentar encontrar meus familiares maternos mas não tive sucesso.
- O senhor tem contato com seus familiares paternos?
- Não, desconheço qualquer parente paterno. Nunca tive contato com a família do meu pai.
- E a família materna também?
- Também. Eu sou sozinho no mundo. Tenho Linda mas dificilmente nos vemos. Ela está na cidade mas a qualquer instante pode voltar para a França.
- A casa que eles construíram por acaso é aqui você mora atualmente?
- Sim. Você pode achar que sou esquisito, mas, me sinto protegido lá. Talvez seja por que minha minha mãe viveu alguns anos naquela casa, antes de ir para Alemanha.
- Não te acho esquisito, eu pensaria da mesma forma.
Ele sorri.
- E as vinte e uma babás, foram as mulheres que lhe ensinou tudo sobre nós? É por causa delas que o senhor é considerado um expert de mulheres?
- Ao chegar no Brasil, fiquei admirado com as beldades que aqui tem. Então comecei a pagar programas. Cada dia que passava dormia e acordava com mulheres diferentes, muitas delas realmente gostavam de mim, outras não, e as que sobravam eram acompanhantes de luxo, melhor dizendo prostitutas caras como a Cassandra. Dinheiro para mim não era problema já que tinha herdado a herança do meu pai 79 milhões de euros. Esse período durou três meses e só parou por que conheci a literatura brasileira, me apaixonei e resolvi estudar profundamente os livros e os autores, depois fiz os estudos necessários para ser professor de literatura brasileira. Conheci muito as mulheres nesses três meses de experiência, seu modo de agir, o que estão pensando, o que querem... E esse é o Teodoro Klaus.

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