XIV

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Talvez eu devesse afastar-me de Klaus. Eu sei que está ficando cada vez mais sério, mas, quanto mais eu sei sobre esse homem, mais o quero. É como se houvesse uma grande necessidade de ambos. Ele tem um lado desprotegido, um lado carente, triste assim como eu. Quero ajudá-lo a encontrar seus familiares, um lugar certo no mundo que possa chamar de seu, quero abrigá-lo em meu coração e mostrar o verdadeiro amor, por que eu sei que sou capaz mesmo com meus defeitos.
- Eu entenderei se quiser afastar-se de mim. Não sou o homem cujo as mulheres sérias querem ter do lado.
- Pelo contrário, quero conhecê-lo melhor. Talvez juntos, mesmo como amigos possamos esquecer o nosso passado.
- Não tenho tanto certeza, mais se realmente quiser possamos tentar. - Ele estende a mão para mim sobre a mesa e eu apego. - É como diz Ausônio, só se superam todas as tristezas, ou com coragem, ou com um amigo mas eu quero mais que sua amizade.
- Eu creio que preciso de um tempo.
- Mas eu não disse quando.
Sorriu e o garçom chega com os nossos dois pratos de entrada. Foie Gras e o tão esperado vinho.
Começo a degustar o vinho, Klaus obviamente está me analisando e sorri quando digo:
- Hummm, delicioso!
- Eu sabia que iria gostar.
- Convencido!
Rimos e comemos o Foie Gras.

★★★

Terminamos o jantar e estamos esperando a sobremesa os famosos Macaroons Haute Couture. O garçom chega alguns minutos depois, entraga-nos a sobremesa e sai, nos olhamos e ele simplesmente para a língua sobre o lábio inferior, sorriu achando graça e desejo ao mesmo tempo.
- Preciso de você, do seu carinho e de reviver momentos felizes, mas só quero se você estiver ao meu lado Ana.
- Por que me trouxe para jantar Sr. Klaus?
Klaus dá um sobressalto na cadeira e levanta-se rapidamente. Não entendo o motivo até que, avisto mais uma mulher que vem em nossa direção. Ela é de altura mediana, pele branca, cabelos longos e negros, lábio carnudos que se destacam por causa de um batom rosa e pernas torneadas que ficam bastantes visíveis por causa de um vestido curto frente única, verde que está usando... Nossa!
- Bonsoir. -Diz estendendo sua mão para Klaus, que apega calmamente levando-a até o lábio e a beija delicadamente. Bebo o vinho rapidamente, pego a garrafa e coloco mais em meu copo, não acredito no que estou vendo. - Que prazer em revê-lo Sr. Klaus.
- Bonsoir Srta. Pèrise. O prazer é todo meu. - Diz ainda segurando em sua mão e girando-a, fazendo com que ela dê aquela famosa "rodadinha". - Minha nossa! Faz tanto tempo e você ainda continua uma espetáculo! - Ela sorri bobamente.
- E o senhor continua um belo mentiroso.
Ambos riem. O que está acontecendo aqui? Eles estão flertando um com o outro. Que merda! E eu aqui quase que me declarando para ele. Coma a sobremesa e beba o vinho, de preferência beba todo o vinho, assim você conseguira agir naturalmente. Droga! A única saída é seguir as instruções do inconsciente e, assim faço. Começo a beber o vinho como se fosse água, mais ainda estou sóbria. Graças a Deus.
- Quem é está jovem que o acompanha Sr. Klaus? - Ela olha para mim, mas não ouso a olhar para eles.
- É uma aluna.- Diz secamente.
Uma grande parte de mim ficou em pedaços. Eu realmente sou sua aluna, mas devido às promessas de ainda há pouco pensei que pudéssemos ser mais que aluna e professor, talvez amigos, namorados... Aonde ele quer chegar com isso?
- E o que te levou a sair para jantar justamente com uma aluna?
- Tédio, aborrecimento, a rotina. Sempre estou fazendo as mesmas coisas. - Diz olhando-me astúcia, mas finjo não perceber e continuo comendo os Macaroons. - E hoje quis convidar alguém e como minhas outras acompanhantes estavam ocupadas resolvi chamar uma pessoa qualquer...
Viro a taça com o vinho rapidamente e interrompo sua agradável conversa dizendo:
- Com licença - levanto-me calmamente - gostaria de ir ao toalete. Onde encontro? - Olho para ambos e ela me responde.
- Fica no segundo andar, próximo a escadaria tem um corredor siga-o e chegar no destino.
- Obrigada e com licença. - digo e saio sem falar nada para Klaus.
Não quero ir ao banheiro, simplesmente estou decepcionada com Klaus, "Tédio, aborrecimento, a rotina", " resolvi chamar uma pessoa qualquer". Passo direto pelos dois andares e chego rapidamente no ponto dos taxistas, sento-me e aguardo um taxista chegar. Sinto alguém se aproximar e digo:
- Volte para a Srta. Pèrise, irei de táxi. Obrigada pelo jantar e enfie todas as aquelas promessas no seu...
- Calma! Eu não fiz nada.
Olho ao redor e sorriu sem graça ao ver o jovem manobrista sentando ao meu lado.
- Me desculpa pensei que fosse outra pessoa.
- Graças a Deus não sou eu, não estaria preparado para levar uma surra depois de um dia exaustivo como esse.
Riu.
- Prazer, Ana.
- O prazer é todo meu. Já ia me esquecendo eu me chamo Tomás.
- Voce é engraçado.
- Você realmente acha?
- Não tenha dúvida.
- Já me chamaram de muitas coisas como incompetente, burro, analfabeto, aninal, praga e etc, mas engraçado nunca.
Olho para ele e nós sorrimos.
- E que você é legal? Já falaram?
- Nunca. Mas hoje estou quebrando recordes.
- Você... É... Muito... Besta. - Digo entre gargalhadas.
- Isso é bom ou ruim?
- Ótimo! - Digo abafando minha risada e tentando me acalmar.
- Que horas são Ana?
Pego minha bolsa e retiro o celular.
- São exatamente 23h15 mim. Puta merda, está tarde. Passa táxi nessa rua?
- Não depois 23h.
- Ana, o que está fazendo aqui? Você falou que iria no toalete e não voltou, fiquei preocupado.
Klaus diz gritando enquanto se aproxima. Respondo assim que ele chega em nosso lugar.
- Em primeiro lugar estou conversando com uma pessoa que não me faz de segunda opção. Em segundo eu menti e em terceiro guarde essa sua preocupação para suas acompanhantes oficiais, eu não preciso de ninguém com pena de mim.
- Você manobrista, vá buscar meu carro.
- Sim, senhor.
- Rápido.
Tomás sumiu na escuridão e ficamos a sós. A noite está fria e meu queixo começa a tremer.
- Você está com frio?
- Não!
- Venha, deixe-me te abraçar.
- Não Teodoro, me deixa em paz! Que saco!
- Ana, me desculpe. O que você queria que eu dissesse?
- Qualquer coisa seria melhor que uma pessoa qualquer, qualquer outro motivo seria melhor que tédio, aborrecimento, rotina. Você me machucou Klaus.
- Ana, eu não sabia que você se importava tanto.
- Para um expert deveria saber que eu gosto de você, que eu me importo com você, e principalmente que as palavras ferem.
- Ana... Espera, vamos conversar com calma. Eu errei ao dizer aquelas bobagens, errei ao te tratar como uma qualquer, a verdade é que eu sou um cretino, imbecil, idiota. Mas eu estou ficando louco, por que eu não posso me relacionar com você... - Diz da forma mais sincera que eu já vi, e percebo que o sentimento que tenho por ele é recíproco. Ele anda alguns passos e senta ao meu lado, coloca os cotovelos sobre o joelho e as mãos na cabeça. - Você é minha aluna, eu sou seu professor, não posso interferir no seu aprendizado, nossa relação pode prejudicar nós dois, principalmente você. Eu dou aulas por prazer, mas você não. Tentei flertar com a Monique Pèrise, mas chamei-a de Ana várias vezes. Eu estou perdendo a serenidade por tanto pensar em você.
Fico em silêncio, estou tentando colocar os sentimentos no lugar. Mas saio do transe quando Tomás chega.
- Vamos, vou te levar para casa.
- Não, eu vou esperar um táxi.
- Não tem táxi a essa hora. Vamos por favor.
Eu sabia que não tinha, mas não queria ficar perto dele. Me sinto bipolar, não sei o que estou sentindo, apenas quero ficar sozinha.
- Por favor Ana, eu promete a sua mãe.
Mãe, preciso tanto dela! Respiro fundo, levanto e vou até o lado do carona, mas durante o percurso acabo me desequilíbrando e torço meu pé esquerdo. Em um piscar de olhos Klaus veio até a mim, retirou meu salto, e entregou a Tomás que foj rapidamente abrir porta do carro. Klaus me pões em seus braços e, está me levando calmamente, pelo menos é isso que ele quer transparecer. Ouço seu coração bater acelerado - ele está muito preocupado. Cuidadosamente me coloca na poltrona do carona e diz:
- Vai inchar, chegando na sua casa farei os cuidados necessários ou quer ir para o hospital?
- Eu... Só quero ir para casa.
Ele assente e entra no carro com meus saltos,colocando-os nas poltronas de atrás e fomos para casa.
★ ★ ★

Olá amados! Venho deixar esse comunicado com um aperto no coração. Esse será o último capítulo. Irei concluir está história, pois minha amiga (a melhor ajudante do mundo) terá de mudar de cidade e também por não contar mais com minha inspiração (🙊). Sei que está história começou a ficar chata, só que tudo tem um pq, e sei também que isso não é desculpa, mas minha família estava passando por problemas e, de certa forma fui abalada psicologicamente.
Resumindo: escreverei outro livro daqui uns meses.
Bjs e obrigada por estarem sempre comigo. :*
Fiquem com Deus. ♥

O Mestre Do Sexo.Onde histórias criam vida. Descubra agora