O QUE ME TROUXE ATÉ AQUI

15 - 01 de Julho - O pedido

– Obrigado por ter me esperado – Eu disse ofegante por ter corrido.

– Eu não entraria sem você – Disse ele, com aquele sorriso bobo.

Nós entramos pelo portão, e parece que os comentários já tinham chegado até o porteiro, porque ele nos olhou de uma forma estranha.

– Você vai sentar do meu lado novamente, né? – Perguntou Eduardo, enquanto entrávamos no Colégio.

– Sim – Respondi.

Mas quando entramos na sala, Iran estava sentado no lugar em que eu e Eduardo sentaríamos. Eduardo me olhou como se não soubesse o que fazer. Eu o agarrei pela mão e o levei até onde minha mãe estava sentada.

– Vamos nos sentar aqui hoje – Eu disse, ele concordou balançando a cabeça.

– Devo te apresentar a minha mãe? – Eu sussurrei pra Eduardo.

– Acho que não é preciso, afinal ela já me conhece. Deixa eu apenas cumprimentá-la – Disse ele.

– Oi, mãe – Eu disse, quando chegamos até ela.

– Oi, Sra. Neide. – Disse Eduardo, estendendo a mão pra ela.

– Olá, Eduardo – Ela respondeu, apertando a mão dele. Eu vi que os dois ficaram constrangidos e vermelhos.

– Sente-se aqui – Eu disse, puxando uma cadeira para Eduardo sentar ao meu lado. Iran olhou em nossa direção com cara de ódio, mas virou o rosto quando viu que eu estava olhando.

Na hora do intervalo, eu e Eduardo decidimos ir até o fundo do colégio, quando saímos pela porta demos de cara com Iran, ele ficou parado em nossa frente, mas me ignorou totalmente, virando-se para Eduardo.

– Oi, Eduardo – Disse Iran, com uma voz cheia de segundas intenções.

– Olá – Eduardo respondeu.

– Ontem eu encontrei o Lucas, seu namorado – Disse Iran.

– Ex – Eduardo corrigiu.

– Ah! É verdade, ele me disse mesmo que vocês terminaram – Disse Iran, fingindo esquecimento.

– Sim, terminamos – Eduardo respondeu.

– Desculpe a minha curiosidade, mas por que terminaram? – Iran perguntou.

– Lucas não te disse o porquê?

– Não, ele não me disse – Iran respondeu.

– Se ele não te disse, não sou eu quem vou te dizer – Eduardo retrucou.

– Desculpe, só estava curioso.

– Tudo bem.

– Então, o que vai fazer no sábado à noite? – Perguntou Iran com um sorriso torto.

– Nada. Quer dizer, ainda não sei – Disse Eduardo olhando para mim.

– Agora que você está solteiro, poderíamos sair pra tomar uma cerveja e conversar – Disse Iran. Um nó se formou em minha garganta, eu serrei o punho, com vontade de socá-lo. Eduardo estava solteiro e Iran não ia perder essa oportunidade de tentar conquistá-lo, ainda mais agora que eu e Eduardo estamos ficando, Iran está se sentindo ameaçado e está atacando.

– Adam não se importa, não é? – Disse Iran se virando pra mim.

– Você se importa? – Eduardo me perguntou.