29 - 25 de Outubro - Amigos, Amantes

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– Eu acho que você deve falar – Eu disse.

– Eu sei que isso é o certo, mas eu não quero fazer ele sofrer, eu sei o quanto dói – Disse Eduardo.

– Então você prefere enganá-lo? – Questionei.

– Para com isso, a culpa é toda sua, quem manda você ser tão irresistível.

– Você que é culpado por não saber conter seus instintos.

– Falando sério, não sei o que devo fazer. Eu faço tudo errado, não era pra você estar aqui na minha casa. Eu jurei pra mim mesmo que seria só uma noite, e agora acabamos de transar. Isso não está certo.

– Realmente não está certo. Mas cabe a você decidir o que vai fazer – Respondi.

– Você poderia ter recusado a ficar comigo, porque você sabe que sou comprometido.

– Isso mesmo, é você quem tem o compromisso com Fabrício, não eu.

– Mas você também está errado – Disse ele.

– Sim. Somos parceiros no crime.

Ele me puxou para cima dele, o lençol caiu no chão deixando o meu corpo nu à mostra.

– Eu estou perdido, Adam.

– Pode deixar que eu te encontro.

– Estou falando sério. Fabrício veio aqui no dia seguinte em que eu e você ficamos, foi estranho, eu não consegui disfarçar que tinha algo errado.

– Ele desconfiou de alguma coisa?

– Não sei, acho que sim. Ele perguntou se eu tinha te encontrado.

– E o que você disse?

– Eu disse que sim. Mas ele não perguntou mais nada. Preferi não tocar no assunto. Mas eu percebi que depois disso ele ficou estranho.

– Eu sei o quanto foi difícil pra você essa situação.

– E só de pensar que vou passar por tudo isso hoje de novo, já sinto uma angústia – Disse ele.

– Como assim? Fabrício vem aqui hoje?

– Sim, ele vem.

– E você só me conta isso agora? Pior, você me fez vir aqui, mesmo sabendo disso. O que você tem na cabeça?

– Eu te chamei porque eu precisava conversar, eu precisava decidir o que fazer. Não era pra acontecer o que aconteceu – Ele justificou.

– Quando que ele chega?

– Ele disse que vinha hoje, não perguntei o horário. Geralmente ele chega às seis da tarde.

– Você está brincando, já passa das cinco horas – Falei olhando para o relógio.

Pulei da cama no mesmo instante, vesti minha calça, dei pulinhos tentando me equilibrar, enquanto procurava meu tênis pelo chão.

– Espera, Adam. Eu ainda não decidi o que vou fazer.

– O que você vai fazer não é problema meu. Estou vazando.

Ele me olhou com um olhar perdido, eu terminei de amarrar o meu tênis, peguei a camisa que estava nos pés da cama e vesti.

– Tchau – Falei enquanto ia na direção da saída.

– Tarde demais – Disse ele.

Fez um barulho na porta.

O QUE ME TROUXE ATÉ AQUIOnde histórias criam vida. Descubra agora