14 -30 de Junho - Mais perto

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– Você não vai entrar agora, Adam? – Disse minha mãe.

– Não. Pode ir na frente, eu já chego lá – Respondi sem dar detalhes.

– Ok – Ela disse, e seguiu na direção do colégio.

Eu fiquei na frente do colégio, olhando na direção que Eduardo deveria vir, mas só vi um casal abraçado se despedindo.

Eu: Você já está vindo?

Um minuto depois ele respondeu.

Eduardo: Estou a um quarteirão.

Eu: Ok. Estou te esperando.

Resolvi ir encontrá-lo no caminho, mas antes de eu chegar na esquina ele apareceu, estava apressado e ofegante como se tivesse corrido. Quando nos aproximamos ele parou de frente pra mim com um sorriso tímido.

– Oi – Ele disse, estendendo a mão pra mim.

– Oi – Eu disse, ficando um pouco corado, ele também rosou as bochechas.

– Vamos? – Disse ele.

– Sim! – Eu disse, me virando pra voltar para o colégio com ele.

Eu estava com o coração acelerado, mas ele também parecia um pouco nervoso. Na noite do nosso primeiro encontro ficamos bem próximos e nos conhecemos bastante, mas agora eu não sabia o que falar, a única coisa que vinha em minha mente eram as lembranças da última vez que nos vimos, parecia que nos conhecíamos há tempos, mas eu não sabia o que dizer. Ficamos quietos por um minuto, até que ele quebrou o silêncio.

– Gostei do seu casaco – Disse ele me olhando e analisando.

– Obrigado – Eu respondi. Realmente era um casaco lindo, com faixas pretas e brancas, formando quadrados grandes e pequenos, ele era fechado com a gola larga nos ombros e aberto numa pequena fenda em V na frente. Eu já o tinha há dois anos e ainda estava perfeito, até porque eu só usava em ocasiões especiais, hoje eu não o usei intencionalmente: vesti às pressas, porque foi a primeira roupa que encontrei.

– É muito lindo – Disse Eduardo.

– Ele é meu casaco favorito – Eu respondi. Fico feliz que Eduardo gostou do meu casaco. Jhon odiava, dizia que era casaco de velho, mas como Jhon não era um bom exemplo de moda, a julgar pelas camisas regatas de tecido transparente que ele usava, então eu não ligava pra opinião dele.

– Eu roubaria fácil, fácil, se eu tivesse acesso ao seu guarda-roupa – Disse ele.

– Aposto que o seu guarda-roupa é muito mais interessante que o meu.

– Não, não é.

– Tenho certeza que é. Você se veste muito bem, olhe pra você, nem parece que está indo para uma sala de aula – Eu disse apontando para as roupas que ele estava usando.

– Obrigado. Mesmo não concordando – Disse ele. – Hoje eu caprichei mais porque eu ia te ver.

– Isso foi uma cantada atrasada? – Eu disse, com um sorriso irônico na boca.

– Uma cantada, mas não atrasada.

– Então de que serve uma cantada, depois que você já está ficando com a pessoa?

– Eu acredito que quando a gente gosta de uma pessoa, devemos dar cantada antes, durante e depois.

– Então você gosta de mim? – Eu perguntei, provocando ele.

O QUE ME TROUXE ATÉ AQUIOnde histórias criam vida. Descubra agora