GLADSTONE MORRE

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  Enquanto dormia tive alucinações acordei com Mark sentado em uma cadeira ao lado da cama.

- Que bom que você acordou.

- E como foi? - Minha voz saiu baixa e falha.

- Tudo bem. Acho melhor você não falar muito.

  Ele parecia tenso e preocupado.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, por que vo...- Ele ficou pensativo. - Preciso te contar uma coisa.

- O que?

- Mataram o Ralph.

- Quem é esse?

- No noticiário disseram que você matou o cachorro porque sabia que não iria voltar.

  Fiquei chocada com a notícia, paralisei imediatamente. Eu estava com raiva, muita raiva naquele momento.

- Pandora? - Ele me chamou. - Você está bem?

  Eu então olhei pra ele.

- Se eu estou bem? VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU BEM?! - Gritei e ele me olhou assustado. - MATARAM O MEU CACHORRO, O MEU MELHOR AMIGO,  E VOCÊ ME PERGUNTA SE EU ESTOU BEM? CLARO QUE EU NÃO...

  Perdi o fôlego, eu gritava com ele que estava assustado, mesmo sabendo que ele não tinha culpa. Mas eu precisava descontar em alguma coisa. Eu então parei de gritar e chorei.

 Eu não sou uma garota sentimental, nunca fui. A vida me ensinou a não ter moleza com as pessoas. Elas se fazem de amigos mas depois te apunhalam pelas costas. Esse é o ser humano, um ser desprezível e sujo.

  Mark então me abraçou e disse calmamente:

- Tente se acalmar. Eu sei que você está com raiva, mas gritar comigo não vai te ajudar em nada.

- É, você tem razão. - Passei a mão no rosto, secando as lágrimas. - Ele se chamava Gladstone. O peguei ainda filhote.

- Você o amava muito, né?

Quando finalmente consegui me controlar, me soltei dos braços dele e me deitei na cama. Ele ajudou a me cobrir.

- Você vai ficar bem? - Ele perguntou e acariciou meu cabelo.

- Não.

- O que pretende fazer?

Melhorar, e depois vou acabar com a festa desses desgraçados.

O Tiro PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora