CULPA

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  Se passavam das onze da noite, eu estava na sala terminando de colocar minhas coisas dentro de uma mochila que Mark me emprestara.

  Ele tinha ido até a garagem e voltou carregando uma espingarda.

  - Era de Bob, não é grande coisa, mas pode ser de grande ajuda.

- Obrigada. - Disse pegando a arma de suas mãos.

- Por que aceitou quando eles te procuraram?

- Eles sabem que botões apertar. É só mexer com meu lado patriota e eu estou pronta pra guerra. Não me orgulho disso, mas também não sinto vergonha. Tenho um plano mas vou precisar de sua ajuda.

- Tá legal, eu te ajudo.

- Mas eu nem te contei o que é.

- Eu sei.

  Olhei para o quadro na parede,e tive que perguntar.

- Por que disse que tirei sua mãe de você?

- Eu já disse que eu não quero te aborrecer com isso.

- Por favor.

- Tudo bem. Fazia pouco tempo que meu pai morrera,  minha mãe não aguentou a morte do filho, e um mês depois ela morreu. Os médicos disseram que foi de tristeza.

- E a culpa foi toda minha. Não matei só Bob,também matei sua mãe.
 
  Me senti triste por isso. Abaixei a cabeça tentando não olhar para ele. Ele então segurou a ponta do meu queixo carinhosamente, ergui minha cabeça para olha-lo. Segurando meu rosto e acariciando minhas bochechas com o polegar disse:

- Não se culpe. Você pode ter matado Bob, mas minha mãe morreu porque chegou a vez dela. Não ouse si culpar por isso.

 Nós nos aproximamos até nossos lábios estarem colados um nos outros. Foi um beijo intenso e suave. Passei minha mão atrás da nuca dele e ele pousou as mãos na minha cintura. Esse beijo mexeu de um jeito comigo que não era capaz de explicar, só sei que foi muito bom.

O Tiro PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora