Eu (não) sou um psicopata. Capitulo 11. Uma longa viagem.

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O dia amanhece rapidamente. Acordei cedo também junto com as meninas, mas ainda finjo estar sonhando.

- E esse tanquinho gato? – Lucy me cutuca.

- Eu sei... não precisa comentar. – Me sento. - Eu sei que está ótimo.

O calor da região me incomoda. Tomo café apenas de calção e ainda sim me sinto suado. Decidimos ir visitar minha mae hoje à tarde. Meu carro está finalmente limpo, retiro todas as bugigangas e o lavo. Fomos ao banco retirar dinheiro e partimos. A viagem não demora muito. Na entrada da cidade há um velho restaurante onde eu e meu pai vinhamos almoçar. É ali que paramos. O cheiro de fritas e bife reconforta meu pulmão.

Por volta das duas da tarde buzino na casa de meus pais. Minha mãe logo aparece na porta e me cumprimenta. Enquanto a abraço vejo Annie surgir na porta. Já é o quarto aniversario que perco. Corro em sua direção e ela me abraça. Quase me sinto perdoado, como se algo tivesse sido tirado de mim. Quase como se instantaneamente alguém surge por trás de Annie. Observo o garoto dos pés à cabeça. O calção Jeans, o peito definido sem camisa, o corte de cabelo moderninho, a franja é característica de Richard.

Minhas pupilas dilatam e paralisam meu rosto ao encarar seus olhos. Ele sorri e estende a mão. A sigo e aperto. Não vejo meu pai. Passamos uma tarde muito boa após a saída de Richard. Conto a minha mãe sobre nossa vida, excluindo as partes criminosas para ela. Quando a noite chega nos despedimos e voltamos. Jantamos a torta que minha mãe nos deu e dormimos, estou decidido a ir para a escola na manhã seguinte.

Dormimos os três na mesma cama até algo atingir nossa porta. Coloco o roupão para esconder minha nudez e desço até a origem do som. Mais uma vez. Prendo o gancho a porta e a abro. Uma sensação de estranheza me escora.

- Senhor Peterson... – falo quase assustado.

- Anda logo garoto. A polícia está atrás de mim.

Sua voz está assustada. Retiro o gancho e abro a porta.

- Entra, senta aí...

Me viro para fechar a porta.

- Você sempre teve uma bela bunda Harry... – Sinto um tapa e reviro os olhos. – Harry... – seu tom muda. – Preciso de uma ajudinha...

Ele se aperta contra a parede...

- Está tudo bem? Descobriram o que você fazia com a gente?

Laura e Lucy surgem pela escada.

- Garoto... quando você saiu de lá aconteceram alguns acidentes... Pitter caiu da escada e acabou morrendo... – minha garganta se fecha. – Como já haviam algumas suspeitas e isso já tinha acontecido antes tivemos que nos livrar do corpo. Os pais dele sumiram e ele iria ser transferido... desde disso a polícia me persegue...

- Mas afinal... porque você está fugindo?

- Porque eu o matei... graças a esse maldito transtorno... – isso me atinge como um soco. – Eu acabei me apegando a isso...

- O que? A matar?

- A ter essa segunda realidade....

- E no que eu ajudo?

- A me esconder... nos dois sabemos que você está sendo descuidado, essas suas atitudes estão sendo aos poucos descobertas.... E eu acho que podemos nos ajudar...

- Porque eu aceitaria?

- Porque você sabe que não tem cura para isso dentro de você... – ele coloca seu dedo em meu peito.

Aceita-lo talvez seja mesmo o melhor.

- Claro... – me afasto. – Onde estão suas coisas?

- Abandonei meu carro na entrada da cidade, minhas mochilas estão no seu quintal. – Ele aponta para os fundos,

- Claro...

Ele tira a camisa. Nunca imaginei alguém com a idade dele ainda ter os músculos definidos. Uma visão do reformatório passa por meus olhos. Acabo o encarando.

- Eu sei que sou bonito... agora pode parar de encarar. – Ele se aproxima e coloca a mão no meu queixo. Viro meu rosto.

- Onde é o banheiro?

- Lá em cima... – ele beija meu rosto e me solta com força.

Subo logo atrás dele e aponto o quarto de visitas. Me jogo ao lado das meninas. Eu não sei quais são as reais intenções dele, mas eu preciso descobrir.

Eu (não) sou um psicopata [ EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora