Mil desculpas pela demora. Espero que gostem dessa retomada. Por favor votem e tenha paciência comigo. Obrigado!
Descemos em um ponto longe da cidade. Caminhamos algumas horas pela estrada estadual e mais um pouco sobre as trilhas marcadas na floresta da região, Laura esta calma e bem quieta, prefiro não a interrogar e nem a chatear. Com alguma demora chegamos a casa, a uns 40 minutos da interestadual e de qualquer sinal de civilização a casa é o nosso refúgio. A estrada que levava a casa está hoje coberta pelas arvores e pelo mato alto. Um paraíso entra a encosta da montanha e o rio.
A casa é feita de madeira recente e tem algumas paredes de vidro ao fundo, as laterais estão cercadas de arvores altas e de arbustos. Sem dificuldade entramos, os moveis estão cobertos por um tipo de tecido antigo e tudo cheira a verniz. A agua que é trazida de um poço tem tudo em funcionamento, a energia vem do gerador e está em perfeito estado. A residência não é grande, a sala tem alguns sofás, um tapete e uma estante, tudo ligado a cozinha que fica ao lado. Ao fundo o quarto e o banheiro, a parede de vidro deixa a mostra o vale e o rio que corre violentamente.
Lembro do dia em que papai caminhava pela parte traseira da casa e me via gozando no chuveiro, depois disso nada foi como era. Organizamos as coisas e descansamos um pouco na cama. Apesar do abandono a casa está em perfeitas condições.
Quase ao meio dia da segunda sou acordado pelo som dos geradores trabalhando, o sol penetra as paredes e aquece meu corpo apesar do ventilador. Laura já está acordado. Vou até a cozinha e a dou um beijo no rosto, sua expressão é fria e fechada, não insisto. Me sirvo de café e escuto o noticiário.
-...ao que parece o incêndio foi provocado por um vazamento de gás, de acordo com algumas testemunhas os moradores eram três jovens, de acordo com o corpo de bombeiros apenas um corpo foi encontrado, o de uma garota, uma perícia deve identificar o corpo...-o controle escapa das minhas mãos e Laura desliga a tv. Vejo a tristeza nos seus olhos e a abraço. Ela se desfaz no meu peito e se entrega as lagrimas.
Faço um carinho em seu cabelo e a acalmo.
-Laura, eu já lhe disse, você não precisa passar por isso, você pode ir, nem precisa me avisar, eu não quero lhe ver desse jeito, eu sei que isso tudo é muito difícil para você...
Numa espécie de reconstrução Laura limpa seu rosto e encosta a testa em meu queixo.
- Harry, quando eu decidi vim com você, eu prometi para mim mesma que não iria te deixar sozinho, eu te amo e não vou te abandonar, eu só preciso de tempo para digerir o que aconteceu e eu vou me acostumar, só não me peça para ir mais uma vez...- ela chora novamente.
Faço carinho com os dedos em suas têmporas e a beijo, quase como um pacto, um selo.
Tomamos um banho e decidimos conhecer um pouco da cidade.
Há um carro antigo dos meus tios na garagem e ele parece funcionar. O Chevrolet era bom, demoramos um pouco para chegar a estrada já que todo o caminho estava tomado pelo mato, quase tivemos que reabrir a estrada.
Um pouco depois do meio dia cruzamos a entrada da nova cidade, Harmony Shores-4500 habitantes. O lugar era agradável, era possível sentir a brisa do lago por todo lado, as ruas largas eram cheias de lojinhas e pequenas casas coloridas, poucos quarteirões e chegamos ao outro lado, circulamos um pouco e chegamos ao lago, a cidade tinha uma boa estrutura, pessoas andavam de bicicleta pelas ruas, crianças pelos parques, era uma boa cidade.
Decidimos comer um pouco em um restaurante do centro, Laura se mantinha quieta e observadora, decidimos comprar um sorvete e caminhar um pouco. Foi um passeio feliz até chegarmos ao carro.
-Ora, ora, Harry! – Uma voz feminina circula minhas costas.
- Nina! – Minha garganta quase prende a palavra e automaticamente me sinto preso a uma cadeira elétrica.
- Parece que você está bem, está é sua namorada? – Porque Nina surgiu assim? Aqui?
- Eu estou muito bem, e sim está é minha namorada... – abraço Laura numa tentativa de pedir socorro.
- E não vai me apresentar?
- Creio que não seja necessário, nós já estamos indo.
- Quanta grosseria, você não parece o mesmo nos velhos tempos – Nina lambe a colher do sorvete de suas mãos – mas enfim, espero te ver mais uma vez...
Ela se vai por nossas costas e meu corpo finalmente livra a tensão.
- Eu não... vamos embora.
Entramos no carro.
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Eu (não) sou um psicopata [ EM REVISÃO]
Misterio / SuspensoHarry tinha uma vida ótima, como a de qualquer estudante normal, até o dia que tentou assassinar seu colega da escola. Desde então, Harry e seus amigos se veem presos em uma nova normalidade sem previsão para voltar ao que era antes. Harry está pres...