9. Confronto

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Passar um tempo com os meus irmãos era tudo que precisava, era como se o acontecimento com Thomas nunca tivesse acontecido. Acordei no meu quarto, um deles deve ter me colocado aqui já que minha ultima lembrança me encontrava assistindo filme na sala. Olhei para o teto, fiquei encarando os posters de Oasis e Bon Jovi. Fechei os olhos e as lembranças tomaram conta de mim.

[Flashback]

O som alto tocando Wonderwall de Oasis, jogada na cama pensando em Thomas. Será que ele me ver como os outros garotos? Ou como sua irmãzinha? Vi ele conversando com Amanda hoje e um gosto ruim ficou na minha boca enquanto a vontade era de ir lá e perguntar o que tinha cabeça em estar conversando com uma patricinha que vivia pegando no meu pé, mas nunca faria isso. Thomas não pode saber que gosto dele. Nunca. Se os outros descobrissem seria mais um motivo pra fazer piada comigo e nunca daria esse gostinho a eles.

Escutei a porta sendo aberta e vi alguém entrando no meu quarto, olhei e era ele.

- Rabugenta, não se cansa de escutar essa musica? – falou sorrindo.

- Não. – revirei os olhos. Queria dizer que me fazia lembrar dele, que somente Thomas poderia me salvar, que me protegia. Mordi os lábios com medo que minha vontade fosse maior e saísse sem querer.

Thomas deitou do meu lado, e quando menos esperava ele segurou os meus dedos com as pontas dos seus dedos, meu coração estava quase saindo pela boca. Era muitos sentimentos em mim, como se ainda estivesse sonhando.

Virei pra olhar ele e me encarava com um sorriso tímido.

- Sabe... Toda vez que escuto essa música lembro de você. Acredito que só você pode me salvar Luna.

- O que? – perguntei espantada. – Salvar? De quê?

- Luna... – sussurrou enquanto olhava no meu rosto com tanta intensidade.

Foi quando escutamos Scott chamando, Thomas pulou da cama e saiu do meu quarto apressado.

O que tinha acabado de acontecer? Do que salvaria ele?

[Fim do Flashback]

Até hoje não consigo escutar Oasis de novo, todas as músicas era como se contassem um pouco de nós dois. Mesmo que fosse unilateral o nosso amor. Por um momento, naquela tarde me deixei acreditar que era recíproco. Uma vez ouvi alguém dizer que às vezes quando você quer muito uma coisa acaba por imaginar isso, fantasiar de tal maneira que aquilo se torna realidade na nossa mente. Thomas era isso, uma fantasia que por muito tempo acreditei ser verdade, mas não durou muito já que ele mesmo fez o favor de destruí-la.

Passei amanhã no quarto, tentando colocar meus sentimentos em ordem. Quando escutei vozes lá embaixo percebi que já estava na hora do almoço e que meus irmãos já tinham chegado. Desci ao encontro deles.

A mesa estava repleta de comida, meu estômago roncou. Fernanda sorriu a me ver.

- Pensei que ainda estava dormindo ia pedir pra um dos meninos ir lhe acordar, venha o almoço está pronto.

- Obrigada. – falei baixinho, não sei se um dia vou conseguir olhar pra Fernanda e não querer machucá-la como um dia me machucou.

- Fiz café, quando almoçar pode tomar. Lembro que disse ontem que precisava. – olhava com carinho.

Sentei e fiquei congelada, encarando o prato enquanto todos se serviam. Era como se aquele corpo não fosse meu, aquela vida não fosse minha. Eu não tinha uma mãe amorosa. Foi quando comecei a sentir minhas tremendo, meu coração estava saindo pela boca e já sabia o que vinha a seguir.

I Remember YouOnde histórias criam vida. Descubra agora