GLACIAL - O Golpe Do Ano [DEGUSTAÇÃO]

Prólogo

Uau! Estão e parabéns! 100 votos em tão pouco tempo e com tão poucas visualizações foi uma maravilha, ainda mais por saber que a maioria que viu o casting curtiu. Nada de fantasmas, leitoras de verdade são assim maravilhosas como vocês.

Então muito obrigada! 

Vamos começar com a nossa nova história. Não se esqueçam de partilhar, comentar e chamar as amiguinhas. 

Boa leitura,

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─ Deixem-na entrar! ─ Ele bradou com um modo discreto, sem deixar ver o que morava em sua consciência. Estava sentado na sua mesa de trabalho cheia de papéis e planilhas por analisar, assim como uma xícara de café estava fria quase perto do teclado do seu computador.

─ Tem certeza? ─ Holanda ficou incomodada com aquela situação. Dentro do seu vestido justo, era a chefe de logística da boate Las Cruces. Era negra com a pele escura, gordinha e baixinha. Usava um vestido que destacava suas formas e tinha o cabelo em cachos como uma coroa ao redor de sua cabeça. Era muito profissional e se equilibrava nos saltos de maneira poderosa. ─ Eu não acho uma boa ideia, Camilo. Deveria deixar a sua assessora tratar disso, não gosto daquela mulher porque não me passa boa impressão.

─ Eu disse para deixá-la entrar, Holanda. ─ Retumbou com certeza. ─ Acredita mesmo que tenho medo dela?

─ Claro que não, mas sabemos o que ela quer. Ela está te expondo na mídia, nos jornais e se fazendo de uma vítima. Não devia recebe-la com tamanha animosidade.

─ Ela tem algo que é meu, Val. Não está querendo negociar, entende? Se ela aplicou um golpe, é porque de alguma forma colaborei. Então, se é comigo que quer falar, assim seja. ─ Retrucou com um sorriso cansado no rosto. ─ Já chega de tentar contornar o que não tem contorno.

Holanda não gostava daquilo, mas ao tentar procurar alguma coisa no olhar dele, não achou nada. Era estranho porque não espelhavam nada mais do que o reflexo a sua frente. Tão sem vida, sem emoção.

─ Tudo bem. ─ Respirou fundo e começou a recolher alguns papéis em cima da mesa. ─ Vou avisar para o Nadir deixar entrar. Qualquer coisa grita que venho correndo e atiro o meu sapato nela.

Camilo esboçou outro sorriso nos lábios finos que quase se perdiam para a barba que era um pouco volumosa, mas tão bem aparada sem ser rala, de um jeito que parecia ter sido feita apenas para aquele rosto de traços marcantes.

Viu a sua colaboradora sair e vasculhou a xícara vazia, a tamborilar com o dedo nas letras I am Your Father, um presente da sua irmã mais nova que sabia o quanto ele era fã de Star Wars. Não estava inquieto ou tampouco indignado, parecia que finalmente tinha aceitado lidar com tudo aquilo mesmo que sua família fosse contra.

Podia se lembrar exactamente da noite que conhecera a mulher mais bonita da boate, principalmente com aqueles olhos verdes que pareciam tão felinos. Estava com suas duas irmãs, tão diferentes uma das outras, mas igualmente unidas. Valquíria o prendeu com seu olhar doce, mas foi doce demais e acabou em um erro maior do que esperava.

─ Posso entrar? ─ Nadir perguntou depois de abrir a porta e mostrar sua cara oval. Tinha a pele bronzeada demais e uns cabelos lisos bem penteados. Os olhos eram castanhos e tinha uma boca grande. ─ Não sei por que vai receber essa mulher aqui, Camilo. Não faz sentido.

─ Eu realmente não estou com cabeça para discutir isso. ─ Respondeu e girou o pescoço para o estalar. Era um gesto muito habitual e que incomodava aos demais pelos estampidos altos que se ouviam.