🌹Cap: 14/ Não serei eu a perder🌹

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Christopher.

Tenho a sensação de estar sendo observado, não que isso me incomodasse, muito pelo contrário eu adorava que olhassem para mim e já estava acostumado com esses olhares em minha direção, quem mandou eu ser esse lindo e gostoso ser humano? - Bom mas essa sensação não me parece tão normal aqui, então viro meu rosto em direção a janela do quarto aberta e tudo que vejo uma silhueta feminina que eu conhecia - Dulce.

Parecia tão vidrada em mim que nem notou que já havia percebido seu olhar. Isso me fez sentir grande, pois nem ela conseguia resistir a mim, era como as outras e somente fingia não se importar comigo. Adoro esse joguinho entre nós dois, mas esse jogo já tem um vendedor e esse sou eu, ela não conseguiria nem se quisesse, ninguém consegue.

Vejo seus olhos irem descendo pelo meu tronco até chegar a uma parte meio íntima minha e só então ela notou que tinha sido flagrada e sumiu a rapidamente da janela e me fazendo ter um crise de risos. Aquela garota era patética.

- Christopher?- ouço alguém me chamar do lado de fora - Está tudo bem?- era Dora. Talvez minha risada tivesse assustado á ela - tudo a assustava.

- Sim, Vovó estou bem - digo a ela retirando a toalha ficando completamente nú.

- Tem certeza?- rolo os olhos.- irei entrar.

- Tenho, não precisa entrar. Estou trocando de roupa,  pelado - explico rapidamente na esperança que ela me deixasse finalmente em paz.

- Oh! Tudo bem! - suspiro em alívio - qualquer coisa me chame, ok? - não preciso de você vovó, sei abotoar minha própria camisa.

- Não irei precisar - então finalmente ouço o barulho de seus sapatos na escada - finalmente!- solto aliviado.

Coloco somente um calça de moletom, sem cuecas e sem camisa. Não curto muito ficar vestido na hora de dormir e uso as calças somente por que estou morando com meus avós, eles não gostariam muito de me verem andando nú em pelo por ai - os mataria infartados.

Assim que não ouço som algum pulo em minha cama e assim penso que aquela seria uma boa hora de usar aquilo que encontrei na agenda telefônica de meus avós...
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Dulce.

Meu coração batia a mil por hora, nunca me senti tão nervosa ou envergonhada como agora, nem mesmo quando fiz xixi nas calças na primeira vez que pus meus pés na escola nem a vez que entrei sem querer num banheiro masculino, nenhum deles superava a vergonha que sinto agora. Além do mais Christopher terá mais uma coisa para adicionar e poder me zoar por causa disso.

Aperto meu travesseiro com força contra meu peito, meu estômago está revirando posso vomitar a qualquer momento e queria poder me sufocar com meus próprios fluídos corporais - seria um jeito um tanto quanto nojento para se morrer - não paro de pensar na visão que tive dele, e agora eu começo a lembrar do fato de que devia me manter longe dele.

Espero que meus pais não tenham escutado o barulho que fiz quando praticamente cai de bunda no chão quando notei os olhos castanhos em mim - e que olhos - Talvez não seja boa para inventar desculpas pelo fato de ainda está acordada a essa hora. Mas não acordaram felizmente.

Assim me ponho calma e sonolenta, meus olhos pesados se fechando em câmera lenta, porém isso tudo sendo interrompido por meu celular apitando derrepente me fazendo contorcer-me para poder apanhá-lo sobre o criado mudo. A claridade da tela fazia meus olhos doerem.

Gostou do que viu? Aproveita porque só poderá olhar 😉

Fiquei lendo e relendo essa mensagem anônima por um tempo tentando vagamente decifrar quem podia ter manda-o e isso não era o segredo afinal, mas dúvida era como, como conhecia meu número de celular.

Me arrasto da cama e vou até a janela e o vejo olhando para mim com aquele sorriso que fazia minhas suspeitas se concretizarem. Solto o ar com muita raiva e digito uma resposta a ele com toda a rapidez:

Como sabe meu telefone? Isso em invasão de privacidade sabia?

Da janela posso vê-lo revirar os olhos e logo em seguida recebo outra mensagem dele:

Acha que ficar me espionando não é a mesma coisa, docinho?

Respiro devagar por causa da raiva que ele me passa e o respondo novamente.

Larga de ser idiota. Em primeiro lugar não me chame de docinho, ok. E nem estava olhando para vc.

Vejo ele começar a rir pela janela do seu quarto e logo espero sua mensagem.

Docinho eu chamo vc da forma que quiser e outra eu sei o que vi. Assuma que está gamada em mim 😉.

Mostro a língua para ele assim que leio isso.

Não se iluda Christopher, existem coisas melhores que vc 😉.

Sinto-me muito bem quando o sorriso dele desaparece no mesmo instante.

Vc não me conhece direito. Não sabe o que está perdendo.

O convencimento dele me deixava com dor de cabeça e náuseas.

Sim eu sei: um garoto sem cérebro e sem graça.

Recebo sua resposta de imediato e leio a devagar, sem pressa lendo cada erro de ortografía daquela mensagem.

Não é o q as otra dizem.

É o que digo e você devia aprender a escrever direito, ok?

Ele fecha a cara e me mostra o dedo do meio.

Que feio Chris - o provoco.

Vc é insuportável, sabia?

Balanço a cabeça e fito nele antes de responder:

Igualmente. Vc é ainda pior que eu, sabia?

Ele demora um tempo a me responder:

Sei, mas vc ainda não me viu em pior estado. Somente uma coisa Dulce nenhuma garota desperdiçaria a oportunidade de ficar comigo e vc nega a coisa mais preciosa que poderá ter...eu.

Sento-me na minha poltrona e olho fixamente para ele e agora seu olhar parece frio e minha resposta sai na mesma temperatura. Se ele achava que só porque era bonito e rico podia controlar tudo a sua volta eu iria provar que não, não comigo.

Não sou como Belinda ou qualquer outra, Christopher, sei me valorizar e reconhecer idiotas é um dom que tenho a muito tempo. Não preciso de vc e nem irei precisar, nem se o mundo estivesse acabando e sendo somente eu e vc os únicos sobreviventes.

Christopher fico sem olhar para mim a nenhum momento e nem eu a ele.

Vc não conhece bem a mim, sou capaz de tudo e irei tirar todas essas palavras da sua boca.

- Isso é o que veremos - digo para que ele possa fazer leitura labial.

Não serei eu que vou perder...
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Minha Estranha Maneira de Ser  (Vondy) ReescrevendoOnde histórias criam vida. Descubra agora