3- why?

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Papai me gritou e disse que precisava conversar comigo novamente...

Eu revirei meus olhos e praguejei algumas palavras em minha cabeça, sabia que ele iria soltar outra bomba em mim e fingir que estava tudo ok. Desci para a sala, e lá estava ele, sentado, olhando para a televisão vendo um jogo qualquer.

- Fala. - disse seco e em alto tom.

- Oi filho, boa tarde pra você também.

- Ai pai, por favor, fala logo o que você quer, não me estressa por favor!!!

- Louis, se você não parar de se comportar dessa maneira eu te deixo de castigo.

- Ta bom, fala logo. - eu queria socar ele.

- Senta aqui, precisamos acertar algumas coisas antes de você conhecer a Anne.

- Poxa pai, de novo esse assunto?

-Sim Louis, quero que você me ouça e não faça nenhum show ok?

Não respondi nada, apenas continuei olhando para ele que logo indagou:

- Eu não te contei uma coisa, na verdade resolvi ir aos poucos, provavelmente você vai querer me matar, mas você não terá escolhas.

Continuei sem dizer nada eu estava quase explodindo de ódio sem nem mesmo ele ter começado.

- Bom... o que eu tenho para te dizer é que vamos nos mudar Louis, eu e Anne nos conhecemos durante minhas viagens de trabalho, ela mora na Inglaterra.

Quando ouvi isso senti meu sangue sumir do corpo, eu achei que ia desmaiar, estava com uma tontura estranha, não sabia o que dizer ou pensar, apenas comecei a chorar.

- Pai, você já parou para pensar que está tirando tudo de mim? - solucei e limpei meu rosto.

- Não Louis, eu não aguento mais esse seu drama, eu te dou tudo, sempre dei e agora estou te dando uma família, para de ser egoísta e só pensar no seu lado, você disse que tentaria fazer isso por mim, mas não estou vendo você colaborar em definitivamente nada! - a esta altura do campeonato papai também estava chorando e gritando.

Eu estava possuído por tanta raiva, eu não podia acreditar que ele tinha me dito essas coisas.

- Eu quero que você vá se foder! - gritei e sai correndo para meu quarto, me tranquei e me joguei na minha cama enquanto ouvia meu pai bater na porta quase esmurrando a mesma.

- Louis, abra essa porta. Eu quero falar com você agora! Pare com isso.

Peguei meu celular, pus meu fone de ouvido, coloquei a música mais triste que eu podia ouvir e chorei até dormir.

(...)

A semana se passou como um sopro e finalmente (ou não), havia chegado a hora de eu conhecer Anne.

Papai tinha marcado um jantar no centro da cidade, eu estava nervoso mas também nem estava ligando para isso, eu só queria que acabasse logo...

Já no restaurante, estávamos sentados eu e meu pai na mesa posta para três esperando por Anne. Uns 15 minutos se passaram e a moça morena, de olhos verdes, magra e sim, bonita, chegou, sentando-se conosco.

- Filho, esta é a Anne, minha namorada e Anne, este é o Louis, meu filho. - papai sorriu para ela e sorriu pra mim. Confesso que senti meu estomago se embrulhar, eu me lembrava perfeitamente de como meu pai olhava da mesma maneira para mamãe e isso me deixou muito triste.

- Olá Louis, você é muito mais bonito do que nas fotos! - Anne, passou a mão no meu cabelo e pelo meu rosto.

- Oi Anne, é um prazer. - sorri da maneira mais falsa possível e retornei com a mesma cara de paisagem que estava antes.

Nós jantamos e conversamos sobre muitas coisas, eu estava até gostando dela, mas em momento nenhum deixei transparecer isso. Ficamos aproximadamente uma hora conversando.

- Eu tenho dois filhos. - Anne disse sorrindo e eu quase cuspi meu suco na cara dela, já não bastava meu pai se casar e se mudar, eu ainda teria que viver com os filhos dela ? Permaneci calado, mas estava possesso, então ela continuou - A Gemma, minha filha mais velha tem 20 anos e está na faculdade, meu filho Harry tem sua idade, nós moramos juntos, acho que vocês vão se dar bem. - sorri para ela.

- Sério ?! Como ele é ? - fingi interesse.

- Ele é lindo, alegre, bondoso, divertido, gosta de rock tradicional e toca alguns instrumentos. - falou orgulhosa.

- Que legal! - disse sem nenhuma vontade, eu só queria ir embora.

- Sabe Louis, acho que vai ser legal sermos uma família, eu serei como uma mãe pra você! E você vai poder ficar no quarto antigo de Gemma! - Anne falou visivelmente animada.

Eu senti muita raiva quando ouvi o que ela havia dito, quis queima-lá com meus olhos, fiz minha melhor cara de nojo e empurrei a mesa me levantado.

- Pra mim já chega! - Peguei minha bolsa e sai de lá.

Andei por horas, eu estava tão confuso... não conseguia entender porque tudo aquilo estava acontecendo comigo. Quando finalmente resolvi voltar pra casa já passavam das duas da manhã, meu pai estava na sala acordado e me esperando... não consegui fugir do sermão.














My Sweet Brother {L.S.}Onde histórias criam vida. Descubra agora