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Puseram-lhe algemas e eu continuei sem perceber nada. Porque é que ele estava a ser preso?

Agente: Desculpe, a menina parece estar confusa.

Eu: Sim estou. Mudei-me para aqui ontem e já me estão a prender o tutor.

Agente:Este senhor é um fugitivo. Ele fugiu de uma prisão do Canadá e veio para o Japão, como pode ver neste papel-entregou-me o papel. Dizia que ele tinha sido preso por violação de menores, agora é que eu fiquei assustada. Quais seriam os seus planos para mim.

Eu: Desculpe-me pela minha reação Agente Fields-li no rótulo da sua camisola.

Agente: Não faz mal. Mas agora, como o seu tutor está preso, terá que ir para o orfanato local com o seu irmão.

Eu: Já não me bastava ter a razão que tive para vir para aqui, ainda tenho que ir para um orfanato?

Agente: Desculpe, mas é a lei. Espere aqui que eu vou chamar as responsáveis do orfanato para vos virem buscar.

E lá fiquei eu, a chorar de desespero em frente ao Gustav. Já não me bastava a morte de Ruth e agora isto. Não estava a conseguir reter as minhas lágrimas e logo me lembrei do Romeu, talvez ele me conseguisse animar um pouco. Mandei-lhe uma mensagem “O Logan é um fugitivo e agora vou ter de ir para um orfanato :c”

Ele logo me responde “Lamento, se eu pudesse ajudar, acredita que tentaria”

“Eu sei uma maneira de me ajudares”

“Diz então”

“Fala comigo de coisas felizes que me iludam na ideia da felicidade”

“A felicidade não é uma ilusão”

“É, tanto a tens na mão como de repente ela desaparece e passado algum tempo aparece outra vez”

“é isso que nos faz procura-la. Anima-te”

“Depois de falar contigo já me sinto melhor” e era verdade. Já tinha parado de chorar e já tinha feito a mala. O Agente Fields entrou em casa e levou-nos até ao orfanato. Tivemos de esperar um pouco porque tínhamos de fazer o registo. Ficámos em andares separados, eu no 6 quarto 9 e o Gustav no andar 4 quarto 4.

Entrei no quarto que me tinha sido dado e vi que tinha uma cama individual encostada a uma parede, na outra tinha um armário e junto à janela tinha um mapple. Arrumei as minhas coisas e logo senti a presença de outra pessoa. Vi que era umas das responsáveis pelo orfanato que me diria as regras para não existirem conflitos no futuro. Só podia andar na parte rosa do edifício, visto que era a parte disponibilizada às raparigas; não podia sair do quarto durante a noite porque tinha casa de banho ligada a ele; não podia ter qualquer contacto com pessoas caso não tivesse autorização prévia para isso; teria de respeitar os horários estabelecidos para a entrada e saída da escola e a hora de recolher, às 9h30m; tinha de praticar um desporto que estivesse disponível e evitar conflitos. Nem era muita coisa, pensei que fosse pior e é claro, eu sabia que tinha de ter o quarto e casa de banho arrumados. Como já era tarde, fui lavar os dentes, vesti o meu pijama e deitei-me na cama. Como não conseguia dormir, mandei uma mensagem a Romeu: “Hey, preciso de ti”, eu sei que é um pouco lamechas, mas era a verdade, eu precisava mesmo dele.

#P.O.V. Zac#

Já tinham passado 4h e eu ainda não tinha tido coragem para falar com a Jane, a Julieta. Ela não sabe que sou eu que sou o Romeu, mas eu também não sabia quem ela era por isso só me limitei a descobrir. No dia em que acordei em casa dela ela deixou o telemóvel no quarto e eu não ia deixar passar a oportunidade de falar com ela. Ela tem pouca autoestima, mas não a percebo. Até aquele dia nunca tinha visto uma rapariga que me chamasse tanto à atenção. As outras atiravam-se a mim e ela simplesmente tratou de mim e não me pediu nada, quase nem dirigimos a palavra. E quando eu disse “Até te comia a ti se pudesse”, eu tenho a certeza que ela ouviu, mas preferiu ignorar para não arranjar confusões. Mas pronto, estava eu deitado na minha cama a ver televisão quando recebi uma mensagem dela “Hey, preciso de ti”. Sorri logo ao ler, mas ao mesmo tempo sentia-me mal por ela não saber quem eu sou. Não sabia o que lhe responder por isso disse “Sou todo teu”. Ao pensar nisso pensei bem nos contextos que aquela expressão tinha, mas é normal, eu sou rapaz. Eu sabia em que orfanato ela estava e sem dúvida eu queria ir visitá-la e para além disso os meus pais estavam sempre a dizer que queriam adotar e era uma chance de lhe arranjar uma vida mais estável e ao Gustav também. O tremer do meu telemóvel interrompeu os meus pensamentos, “Sinto-me sozinha neste quarto, preciso de alguém ao meu lado”. É claro que eu também a queria rever e faze-la sentir-se mais segura dela própria, estava na hora de dizer-lhe quem eu sou. “Princesa, estou pronto para te revelar a minha identidade”, era agora ou nunca. Ouvi a minha mãe a chamar-me, certamente tinha chegado agora do hospital.

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