Just for passion |Hiatus|

08.

Racional?! Quem é que eu quero enganar? Depois de o ter encontrado com a Tiffany passei a ter uma missão de vida: treinar boxe para depois lhe dar um bom murro. Mas pronto, tentar não custa.

Eu: Zac, eu estou um bocado atrasada. Podes levar-me?

Zac: Claro-disse com animação, como é que ele consegue estar assim a esta hora da manhã? Talvez porque dormiu? O meu subconsciente acrescentou. Peguei numa maçã e fui em direção à garagem. Pus o capacete e subi para a mota e fomos para a minha escola. Depois de chegarmos ele disse para eu ficar com o capacete que à tarde me vinha buscar e que não tinha treino de volley por isso podíamos ir dar uma volta e resolver os assuntos que tínhamos “pendentes”. Não me apetecia ir mas também não queria discutir antes das 9 da manhã por isso disse adeus e entrei na escola pronta para um novo dia de autoavaliações.

*

Achei que toda a gente me olhava de maneira diferente por aparecer sozinha na escola e não andar com a “manada” das pessoas do orfanato. Fiz tudo como normal durante o dia, só tinha a solidão mais presente e um capacete que tive de carregar durante todo o dia. As aulas acabaram à minutos e já sinto que não vai ser bom de todo passar pela entrada da escola. Vai ser a primeira vez que a vou transpor sozinha. Caminhei com a restante multidão até ao portão e saí e logo vi o Zac encostado à sua mota. A sério? Podias-te ter esquecido que era tudo muito mais fácil… Mas aproximei-me dele com a minha mala no ombro e o capacete na mão. Ele reparou que eu cheguei e logo ligou a mota e pusemos os capacetes. A parte pior de ter de andar de mota com ele é que tenho de estar agarrada a ele senão caio para trás. E pronto, lá tive eu de me agarrar ao Zac. Deixamos a rua da escola e ele seguiu por umas ruas minhas desconhecidas e ele estava a acelerar mais e eu tive de me agarrar com mais força. Quando estávamos perto de um riacho ele parou a mota e saímos. Pus o meu capacete em cima da mota.

Eu: Estamos aqui porque…?

Zac: Precisava de um sítio calmo para falarmos.

Eu: E tinha que ser tão longe!

Zac: Não comeces por favor.

Eu: Não começo o quê Zac? Trataste-me abaixo de cão no sábado!

Zac: Desculpa, fiquei um pouco perturbado de te ver a socializar com outras pessoas.

Eu: Um pouco? Tu viste bem o que fizeste? Eu dei-te um murro e rebentei-te o lábio! Não foi apenas uma pequena peturbação…

Zac: Eu estava bêbado.

Eu: E eu estava sóbria. Mas o teu estado não muda a minha opinião. O teu arrependimento só me faz ver que tenho razão para estar chateada.

Zac: Sim, mas não… Quer dizer sim… ou não?

Eu: Decide-te rapaz!

Zac: Pronto não devia ter agido contigo daquela maneira. Desculpa.

Eu: As desculpas não se pedem, evitam-se –disse seca.

Zac: Vá lá, tu não ganhas nada em estar chateada comigo.

Eu: Nem ganho nem perco. Mas Zac, tu desiludiste-me muito. Quer dizer, eu preocupada contigo porque a El me ligou e depois encontro-te com aquela cabra na cama!

Zac: Sim eu sei que te desiludi, mas não é propriamente fácil resistir a uma gaja que se está mesmo a atirar e isso piora quando no teu sangue circula uma boa quantidade de álcool.

Eu: Boa desculpa, cá para mim terias feito o mesmo se estivesses sóbrio.

Zac: Nunca, ela não é feia mas eu estaria demasiado preocupado contigo.