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Sem pensar uma segunda vez caminhei o mais rápido que pude até ao bar. Ao chegar lá vi um olhar irritado de Zac, que até agora nunca tinha visto e eu estava um pouco assustada por isso. Pedi outra vodka de maracujá e sentei-me ao lado dele.

Eu: Vais me contar qual o motivo de estares a beber tanto?

Zac: Deixa-me em paz, pirralha-ok, eu tento percebe-lo e depois é isto, nah. Não sei se já efeito do álcool, porque nunca o tinha ingerido na vida e era o meu primeiro contacto, mas ele não tinha o direito de me tratar assim

Eu: Desculpa?-interroguei-o

Zac: Sim isso mesmo que ouviste. Deixa-me em paz.

Eu: Se insistes tanto-larguei o meu copo e pago ao barman. Agradeço e começo a andar em direção à saída.

Zac: Isso mesmo, foge- ele está a provocar-me. Volto para trás e mando-lhe um murro na cara com toda a força e raiva que estava sobre a minha pele, é nestes momentos que me orgulho de praticar boxe.

Eu: Posso parecer uma querida, mas tudo tem limites. -limpei a minha mão no casaco e desta vez saí mesmo da discoteca.

À saída encontrei o Antony, certamente agora iam optar por música gravada. Fui até ele e chamei-o e ele virou-se logo para trás e veio na minha direção.

Ant.:Que faz uma menina como tu sozinha no meio da rua com… o casaco coberto por uma mancha de sangue? O que é que aconteceu?

Eu: Dei um soco.

Ant.: A quem?

Eu: Ao melhor amigo, mas ele também já estava a abusar.

Ant.: Ele deve ter feito das boas…

Eu: Não fez nada de especial, mas a sua atitude repugnante falou por ele.

Ant.: Esquece isso, vem comigo.

Eu: Pra onde?

Ant.: Há um bar aqui perto bem fixe, vens?

Eu: Sim, claro. Terei muito prazer.

Ant.:Recomendo-te uma coisa.

Eu: O quê?

Ant.: Não uses mais a expressão ‘terei muito prazer’, a sério. É que eu tenho a minha mente contaminada tal como a maioria das pessoas da nossa idade.

Eu: Desculpa, não tou muito habituada a socializar.

Ant.: Desta vez perdoo, mas para a próxima gozo contigo.

Eu: Combinado.

Ant.:Chegámos.

Entramos num bar continuando a falar de coisas simples, banais só para não se instalar o silêncio e o meu maior medo, que este seja constrangedor. Ele pediu duas colas e eu agradeço-lhe mentalmente por isso, o meu corpo já não queria nem precisava de mais álcool. Peguei no meu copo e puxei-o mais para a minha beira e bebi um gole e senti o gás do refrigerante debaixo da minha língua. Estávamos sentados nuns bancos altos junto a um balcão de mármore enquanto falávamos de música e da carreira de DJ dele, ele parecia gostar mesmo desse tipo de música.

Ant.: Sabes, o meu sonho é poder assistir a um concerto do Hardwell, é o meu inspirador.

Eu: Já ouvi umas quantas músicas dele e até é curtido.

Ant.: É curtido?

Eu: Sim.

Ant.: Desculpa Jane, mas a minha mente pensa logo noutras cenas-rebolo os olhos ao percebe-lo.- Não faças isso!

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