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Apesar de sentir que era errado a minha vontade de provar os seus lábios supera o peso que se irá formar na minha consciência.

Aproximei o meu corpo do seu e mordi o lábio por estar nervosa com o que se pode seguir. Ele continuou a olhar-me atentamente e eu quase me perdia na floresta verdejante na sua íris. Por mais que eu deseje isto não posso, não seria certo para mim nem para ele nem para a Emma ou o Louis. E vamo-nos mudar e não seria bom que os "nossos" pais sentissem um clima constrangedor entre nós sabendo que nós temos uma boa amizade. E isto deve ser uma atração temporária, daqui a algumas semanas passa.

Voltei a afastar-me dele e baixei o olhar. Eu espero que ele não fique desapontado comigo, mas isto é o certo para ambos.

Eu: Podemos esquecer isto?

Zac: Claro, já não aguento este clima entre nós.

Eu: Então? Porquê este sítio?

Zac: É um sítio diferente mas com uma beleza que considero estonteante- revelou- mas não tanto quanto a tua- sussurou a última parte, acho que não era suposto eu ouvir.

Eu:Obrigada por me trazeres cá- disse ignorando o seu comentário anterior.

Zac: Eu nunca poderia ir embora sem me despedir deste lugar.

Eu: E eu sem o conhecer- sorri

Zac: É melhor começarmos a organizar as coisas para dormirmos

Eu: Vamos passar aqui a noite?- questiono curiosa, se isso acontecer vou ter de dormir junto a ele.

Zac: Espero que não te importes.

Eu: Claro que não- sorri, Claro que te vais importar sua idiota! resmungava o meu subconsciente, mas decidi ignorá-lo - O que é preciso fazer?

Zac: Eu vou buscar alguma lenha para fazermos uma fogueira e assarmos marshmallows. Tu podes...sei lá...tirar o cobertor do armário e fazer um monte de cobertores para dormirmos. Depois vamos vendo o que fazemos pode ser?

Assenti com a cabeça e vi-o descer as escadas do posto. Suspirei pesadamente, vou ter de dormir ao lado dele. Já dormi na mesma divisao, mas não tao perto dele. Rezo a todos os santos que existem para eu não cair na tentação de o beijar. NÃO POSSO BEIJÁ-LO, NÃO POSSO BEIJÁ-LO!

Vou até ao armário e encontro um cobertor felpudo vermelho. Se vamos dormir no chão convém pôr algo por baixo senão apanhamos o frio do soalho de madeira, talvez a manta e depois os dois cobertores por cima. Pus a almofada longa no cimo da manta e cobri-a com os cobertores. O meu trabalho está feito, vou ver como as coisas estão a correr lá em baixo.

Desço as escadas e vejo o Zac a chegar com a lenha, mas sem pinhas. Ele vai acender uma fogueira sem pinhas? Boa sorte com isso...

Eu: Eu vou buscar umas pinhas que assim não te safas- disse sorrindo por causa do seu esquecimento.

Zac: Estou tão habituado às acendalhas que nem me lembrei.

Sorri e fui pela primeira linha de pinheiros encontrando pinhas suficientes para fazer uma pequena fogueira, levando também alguns ramos mais finos para usar juntamente com as pinhas. Regressei para a companhia do moreno que me esperava com uma caixa de fósforos na mão e um sorriso terno no rosto. Ajudei-o a acender a fogueira porque a brisa que se fazia sentir não queria deixar a chama evoluir e nos precisavamos urgentemente de algo que nos aquecesse, já que a temperatura neste fim de tarde não estava muito agradável. Puxámos duas pedras para perto da fogueira e sentámo-nos nelas enquanto esperávamos que o lume ficasse mais calmo para podermos comer os marshmallows.

Depois da refeição decidimos tocar um pouco na minha guitarra para gastar tempo. Pela segunda vez ouvi a sua voz angelical e acho que nunca me vou esquecer do seu tom rouco em algumas notas. Preferi não cantar porque iria tirar o brilho da sua pequena "atuação" que, para a descrever, teria de se ir procurar uma palavra polissémica muito esquisita a um daqueles dicionário gigantes.

Quando as brasas já estavam quase apagadas parámos a nossa sessão musical para arrumarmos as coisas para irmos dormir. Mas o que me está a incomodar bastante é que eu não consigo dormir com a roupa que tenho vestida e vou ter de vestir alguma coisa diferente. Abro a minha mala e procuro por algo em que me sinta confortável. Umas calças pretas de fato de treino e uma sweat quentinha azul serviram como meu pijama. Aproveitei o momento em que o Zac foi por alguma água nas brasas-para que estas não acendessem durante a noite-para me mudar no posto. Atei o cabelo num coque frouxo e deitei-me no meio dos cobertores que estendi horas antes e passado pouco tempo o Zac juntou-se a mim. O frio não estava a levar a melhor e nós tivemos de nos aproximar para não arrefecermos. Forma-mos uma conchinha, as suas pernas encostadas às minhas e o seu peito colado às minhas costas enquanto que as suas mãos permaneceram na minha cintura. Sentia a sua respiração contra o meu pescoço e foi com o barulho da sua respiração sincronizada a minha música de embalar,à qual ao ouvi-la imediatamente adormeci.

Era para haver beijo, mas depos lembrei-me do que uma amiga me disse uma vez quando eu caí duas vezes. "Não há duas sem três". No meu caso não houve, mas neste sim.

⛄Seen u soon⛄

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