Joseph

858 48 6
                                    

- Meu nome é Diaval

Eu tentei relacionar aquele nome a qualquer coisa que minha mãe já tenha me dito, mas não lembrei de nada, não tinha nome mais estranho para mim. Passei a mão pela testa, tirando os cabelos que ali estavam, minha mãe estava prestes a fugir e eu estava a quilômetros de distância!

- Ok - disse pra mim mesma em quanto caminhava até a cômoda do quarto - a passagem de volta é pra amanhã as seis...

- Amanhã? - ele me interrompeu - Não ouviu o que eu te disse? Malévola pretende fugir esta noite

- O que você quer que eu faça? Não posso mobilizar um avião a decolar na hora que eu quero

- E quem falou em avião?

Fiquei o olhando por alguns segundos. O que ele quis dizer com aquilo?

- Olha, você pode se transformar nessa... coisa

- Pássaro - ele me corrigiu

- Mas eu não, ok? Eu não consigo fazer isso

Diaval levou as mãos ao rosto e soltou um riso abafado, como se estivesse incrédulo com alguma coisa, eu só não sabia o que era.

- Você é mesmo a Mal?

- É claro que sou

- Tem certeza? Porque a verdadeira Mal, filha de Malévola, é um dos seres mais poderosos que eu já conheci, ela pode fazer magia com as próprias mãos

- Eu não tenho mais o meu livro de feitiços! - tentei explicar - Minha mãe me deu, mas eu abdiquei dele porque...

- Pare de colocar palavras na minha boca! - ele me interrompeu - Em algum momento eu falei de livro? Você por acaso precisou desse livro no dia da coroação do Ben? Ou quando quis encontrar minha loja no centro? Você não precisa de objetos pequena, a magia está dentro de você

Passei a pensar na duas ocasiões que ele mencionou e cheguei a conclusão de que o mesmo tinha razão, na coroação eu disse um feitiço que não estava no livro: "Que a força do mal desapareça e apenas o bem aqui prevaleça" e fiz a mesma coisa no centro: "Para a porta abrir e o passado descobrir, sozinha, eu vim até aqui". Será que o que Diaval diz é verdade?

- Você não é a Malévola, Mal - ele me tirou de meus pensamentos - muito parecida com ela é verdade, mas não é ela. Você nasceu com magia, não precisa de um cajado para usa-la, ela está dentro de você - ele disse com ternura nos olhos - então, por favor, seja a Mal pelo menos uma vez

Meu coração acelerou naquele momento, um calor o aqueceu por dentro, uma coisa aconchegante e boa, diferente de tudo o que eu já senti na vida. Meu dedos começaram a formigar e sabia que podia fazer aquilo, sentia que estava preparada. Então eu fechei os olhos e disse:

- Malévola vai fugir e eu tenho que impedir! Em Auradon devo estar, para a guerra acabar!

Senti meu cabelo balançar, como se tivesse sido atingida por uma forte tempestade. Cerrei os punhos e mantive os olhos fechados, minha mente concentrada em manter a magia circulando. Foi quando o meu corpo já estava quase sem carregado, que o vento parou de soprar e senti que já não precisa mais ficar de olhos fechados.

Quando os abri, fiquei boquiaberta. Meus pés tocavam a areia fina do litoral de Auradon, os coqueiros enormes e solitários pareciam me olhar com curiosidade e eu me olhava da mesma dessa maneira. Eu vim de GoldLand para Auradon em um piscar de olhos! E o melhor: com um feitiço criado por mim! O quão incrível é tudo isso?!

- A praia? - Diaval disse bem ao meu lado. Eu não tinha percebido sua presença até antes disso - Pelo menos estamos em Auradon, nada mau para uma primeira vez

Two Worlds - Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora