Capitão

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Senti meus olhos ficarem verdes, o poder instável dentro de mim, implorando para ser usado. Meus dedos chegavam a formigar, eu poderia ali mesmo me teletransportar de volta para GoldLand e matar Stefan, ninguém nunca saberia quem foi. E eu estava mesmo prestes a fazer isso, mas uma pessoa me interrompeu antes.

- Ei pequena - Diaval colocou a mão em meu ombro - vamos com calma, ok?

- Calma?! Como quer que eu tenho calma depois de tudo isso?! - gritei - Ele matou o meu irmão! Eu por acaso deveria estar sorrindo?

- É claro que não, mas também não vai sair e fazer justiça com as próprias mãos, isso só pioraria as coisas

- Ele tem razão - Malévola disse - não pode ir atrás dele, não vou permitir

- Antes tava quase matando, mas agora tá do lado dele? - indaguei - Eu não tenho mais...

- Cinco anos - ela completou minha afirmação - é eu sei, percebi isso. Mas é exatamente por esse motivo que você não deve ir lá, Stefan pode estar velho, mas ainda tem um exército poderoso e pessoas que prezam  por sua vida

- Eu não ligo, sou mais poderosa

- Pense direito Mal - Diaval disse se aproximando - não seria melhor desmascara-lo na frente de todos? Mostrar que o ex-rei de GoldLand não é um anjo de bondade como pensavam?

Refleti sobre suas palavras, a raiva era tanta que não estava me permitindo pensar, mas ele estava certo, a morte é boa demais para Stefan, ele merece coisa pior, e será exatamente o que eu darei á ele. Mas antes, preciso me armar contra toda e qualquer carta que possa ser jogada contra mim.

- Mãe - me virei para ela. Um plano já em mente - preciso que me diga o nome de quem lhe deu o livro

- O que? - Malévola perguntou com a testa franzida

- O livro de feitiços que você me deu, quem deu ele pra você?

Ela suspirou, me olhando, como se estivesse decidindo se me diria ou não, mas no momento ela não estava exatamente em uma posição de fazer escolhas, era sua vida que estaria em jogo naquele maldito julgamento.

- Eu não posso, Mal - ela disse por fim - não posso lhe dizer

- Mas mãe...

- Não é que eu não queira - ele me interrompeu -  é que... o nome dele não pode ser pronunciado em voz alta

- O que? - foi minha vez de ficar confusa

- Mas posso escreve-lo

Fiz um pedaço de papel e uma caneta surgirem em minhas mãos, estava curiosa quanto aquilo. Os entreguei a ela, para que escrevesse o nome desse alguém tão poderoso, que se quer pode dito sem causar algum tipo de catástrofe.

- Sem palavras - Malévola disse e eu a olhei confusa - não usou palavras para o papel e a caneta - ela explicou, recebendo o mesmo em suas mãos

- Consigo fazer aparecerem coisas pequenas apenas com as mãos, como na Ilha só que... melhor

- Auradon realmente libertou você - ela disse com um leve e quase imperceptível sorriso - tá mais forte, eu consigo sentir

Sorri de volta, depois a encorajei a escrever. Malévola apoiou o papel na parede e escreveu o tão poderoso nome, depois se virou para mim, com um semblante apreensivo, e me entregou o papel. Mas o que será que tinha naquele nome? Por que ela estava com tanto medo de dize-lo em voz alta? Mas, foi quando eu li o papel, que percebi o motivo de tudo aquilo.

"Rumpelstiltskin"

- Meu Deus...

**Pensamentos de Audrey **

Two Worlds - Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora