15. Maggie

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Olivia Evans

        Hoje era um novo dia. Um dia com muito sol e calor. Levantei-me da cama e vesti uma roupa indicada para este dia. Umas calças de ganga simples de cintura subida , uma t-shirt azul sem mangas e uma camisa aos quadrados de tons azuis, brancos e cinzentos. Fiz as dobras das calças de estilo marinheiro e de seguida calcei umas meias opacas transparentes e os meus sapatos que outrora os calcei no segundo dia que cá estava. Penteie o meu cabelo louro dourado liso , e passei um creme da pantene prov-v para as minhas pontas secas. Eu adorava o meu cabelo, mas acho que deveria cortar um pouco, pelo o menos uns 5 cm e acertar um pouco. E acho que hoje era um ótimo dia, já que não tinha nada planeado.

        Depois de pronta, fiz umas torradas e um leite achocolatado e comi o meu pequeno almoço. Como os meus pais estavam a dormir, achei melhor não os acordar então decidi escrever uma carta a explicar o porquê de sair de casa e colei no figorifico com um íman por cima, que tinha dado em tempos à minha mãe. Era uma espécie de barco. Sim, de facto era um barco, não sei é o nome dele, só sei que é muito bonito, e na altura achei engraçado oferecer-lhe, ainda por cima ela não tinha nada para enfeitar o fogorifico e acho que valeu a pena. . .

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        Caminhava pelas ruas de Londres sempre com um sorriso no rosto. Adorava o meu sorriso. Muitas pessoas não conseguem admitir algo que gostam do seu corpo e do seu rosto, quando alguém lhe diz que é bonito ou quando olham apenas para o espelho, mas eu não sou assim. Eu admito porque é verdade. Afinal se a minha mãe diz que tenho um sorriso bonito e eu acho o dela também. . . Como é possivél o meu ser feio, se eu cresci com metade dos genes dela e outros metade do meu pai? à que encarar a verdade e não negá-la, apesar que ainda vem a parte do sorriso do meu pai, mas acho que isso não questiona se o meu é feio porque o dele é bem perfeito e contagiante.

        Encontro um salão de beleza perto de uma loja de sapatos e entro. Que saudades da cabeleireira que me cortava o cabelo em pequena. Ela fazia-me rir sempre que me secava o cabelo. Eu odiava secar o cabelo em cabeleireiros, ela secava mesmo na raiz e eu sentia o meu corpo arrepiar de tão quente que a minha pele da cabeça ficava. É que aquilo escaldava, e mesmo. Não estou a mentir.

"Olá Magie." Saudei com uma saudade imensa.

"Olha quem é ela. . . a minha pequena Liv que não parava quieta nem um segundo. Olá minha querida."

"Pois. . . eu continuo a mesma. Um pirilampo saltitante como me chamavas."

"Já estás tão crescida. Já não vens aqui à uns. . . " Ela pausa para pensar - " 4 anos, sei lá."

"De facto, as tuas contas estão certas, o que me admira muito, porque nunca foste boa a matemática."

"Ah, mas tu sabes que no meu tempo, eu tinha que trabalhar e que não tinha tempo para os estudos."

"Eu sei Mag, estava só a brincar contigo."

        Magie ou Mag, como eu lhe chamava era uma senhora, com os seus 57 anos de idade. Era e é uma ótima amiga, sei que podia sempre contar com ela. Eu e a minha mãe. Elas são muito amigas. Ainda me lembro de tomar chás de camomila com elas as duas quando estavamos no jardim de minha casa. Nunca prestei muito a atenção do que elas conversavam, porque eu não estava para aí virada, sempre fui uma rapariga que não ligava a essas belezas de manicure, de maquilhagem e de se vestir de barbie, como as raparigas da minha escola. Ainda hoje sou assim. Umas calças, uma t-shirt ou camisola e uma camisa. Eu sempre adorei usar camisas e ainda uso. Lembro-me de ir ao guarda-fatos e não ter nenhuma camisa para levar para a escola por estarem todas para lavar e tive que ir pedir uma ao meu vizinho Smith. Ele era um rapaz muito esperto e inteligente. Era algo de nerd e rockeiro ao mesmo tempo. Nunca percebi o que ele era na verdade. Ele mudava de estilo, como quem muda de cuecas. Quando elas falavam de outras coisas, sobre as amigas , sobre ir às compras e assim, eu também não ligava nenhuma. Estava no meu canto, sentada com os meus jogos simples, de dominó ou mikado, ou apenas os meus puzzles de mil e tal peças. Eu adorava aqueles jogos. A minha mãe nunca percebeu porquê, mas também não se preocupava, porque assim não tinha que se aborrecer comigo , como os pais dos meus colegas aborreciam, quando eles ficavam horas a jogar seja o que for na internet ou nas consolas. Eu nunca fui essa rapariga viciada. Sempre tive os meus horários preenchidos. 2 horas por dia chegava, e já eram bastantes horas. Criei bastantes amizades pela internet e devo dizer que ainda hoje as tenho. Nunca pensei um dia vir a conhecê-las, mas conheci algumas quando viajei para um novo país - América.

Photographer || h.s. (editar)Onde histórias criam vida. Descubra agora