Questions || 37

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"Será que um dia tu vais-me confiar o teu passado por muito monstruoso que tenha sido? "


Olivia Evans

        Acordo de manhã cedo, explorando os braços e mãos de Harry prendendo o meu corpo contra o dele. Uma brisa de ar fresco cruza o meu rosto, quando me viro na direção contrária, encontrando os olhos de Harry observando os meus e a sua boca de lábios finos buscando os meus lábios, fazendo de mim a surpreendida. Rolo o meu corpo, posicionando-me para o ver melhor. Um sorriso é transmitido pelo meu rosto, vendo a sua expressão facial. Eu amo tanto este rapaz.

"Bom dia amor da minha vida." Balbuciou ele, tocando no meu rosto delicadamente. "Dormiste bem?" 

"Bom dia amor. Sim dormi muito bem. Já era de esperar, dormi contigo." Respondo, cruzando os meus braços no seu pescoço. 

        Um silêncio bilateral instalava-se em nós, e só os nossos olhos brilhavam e os nossos corpos juntavam-se ainda mais. Seria hoje o dia em que ia ver a exposição dele, e usaria um vestido e digamos um pouco de cosméticos. 

"É hoje o teu grande dia." Falo revelando um sorriso. "Estas nervoso?"

"Sim, estou nervoso, mas é porque tu vais lá estar."

"Porquê?" Pergunto.

"Porque eu tenho uma surpresa para te mostrar." 

"Não me podes dizer o que é ?" Uma alegria apudera-se de mim, sabendo que ele me ia fazer uma surpresa, nunca ninguém me fez uma surpresa a não ser os meus pais, mas isso lá vão alguns anos, apesar de que foi uma surpresa quando a minha mãe me mostrou o bolo de laranja quando eu cá cheguei a Inglaterra. Ela sabe sempre como me mimar. 

"Não. Vais ter de esperar para ver." Ele diz dando uma gargalhada que eu acabei por admirar. "Vamos tomar o pequeno almoço?" As suas mãos ainda na minha cintura levantam-me, ficando eu cima do seu corpo sentado no colchão. As cobertas tinham sido arrastadas para trás, mas o calor ainda estava presente. Dei por mim, a olhar para mim. Eu estava com as minhas cuecas pretas à vista dos olhos esverdeados que me rodeavam a cintura. Envergonhada, abracei-o, e senti o seu batimento e o seu respiar no meu pescoço descoberto pelos meus cabelos louros.  "Não precisas de ficar assim." Ele declara, saindo dos meus braços, colocando uma mão no meu rosto, apreciando-me, como se fosse uma escultura num museu. 

"Não olhes para mim assim, por favor." Peço.

"Porquê?" Não me surpreende nada ele perguntar o "porquê", conhecendo-o como conheço, ele faz perguntas a toda à hora, e é nisso que eu também gosto dele, porque ele faz-me lembrar eu quando era criança, que fazia perguntas a toda à hora, desde : "Qual foi o primeiro inseto na Terra?" . "Porque é que os meninos não têm mamas como as meninas?" , "Qual foi a primeira pessoa a habitar na Terra?" ou simplesmente "Como é que eu nasci?". Eu de facto, fui uma criança com várias perguntas e questões na minha mente. Surgia sempre uma pergunta de um em um minuto. Eu era uma rapariga muito participante nas aulas e gostava sempre de saber mais. Resultante da criança que era antes, é por isso que sei tanto. 

"Porque eu fico envergonhada." Respondo, não tirando os meus olhos das tatuagens que preenchiam o seu braço. 

"Vais ficar envergonhada sempre que eu te olhar desta maneira?" Ele intorrega, saindo um pequeno suspiro.

"Com o tempo eu habituo-me." A verdade é que eu não sei se me vou habituar ou não. Eu nunca senti este sentimento tão porra forte por alguém como sinto por ele. Eu nunca fui olhada assim por um individuo, principalmente por um namorado, porque nunca tive nenhum para além dele. Eu sei que vou ter de me adaptar a esta nova sensação da minha vida, mas provavelente vai demorar muito a adaptar-me com os olhares de desejo do Harry. 

Photographer || h.s. (editar)Onde histórias criam vida. Descubra agora