Dilema x Do x Destino (Hunter x Hunter)

1- Tempestade x e x Lembranças

Rosa Lucilfer contemplava o sol que se refletia na água, perdida em pensamentos. Eva, a gata de pelo preto ao seu lado olhava o vazio com seus olhos azuis. Talvez estivessem pensando nas mesmas coisas.
A filha de Chrollo Lucilfer tirava uma folga do Genei Ryodan. Não sabia exatamente o que queria fazer da vida, por isso seu objetivo no momento era descobrir. Estava cansada de matar e da vida no Ryodan, queria sair dele de uma vez por todas. O Exame Hunter poderia ser divertido. Se conseguisse passar, sairia definitivamente. Era isso que havia prometido a si mesma.

Claro que ela poderia já ter deixado as aranhas, mas a falta de um objetivo a tinha impedido. A aranha era só o que ela tinha, e ela não sabia o que mais fazer.

Rosa era uma adolescente de olhos verdes e longos cabelos pretos, que voavam soltos ao vento. Usava uma blusa azul escuro, com mangas na altura dos cotovelos. Isso era arriscado, já que qualquer vento forte demais ou acidente poderia expor sua tatuagem de número nove. Seria chato se ela fosse reconhecida desse jeito, mas não queria usar mangas mais longas. Fazia muito calor naquele dia.
Usava uma saia rosa vibrante, que balançava com o vento. Os shorts pretos por baixo garantiriam que ela não precisasse se preocupar com isso. Ainda usava uma meia calça preta e sapatos da mesma cor.

Ela observou os outros passageiros. Homens, em sua maioria. Na verdade, eram todos homens. A maioria não sabia Nen, e nenhum parecia interessante. As excessões foram duas: Um menino vestido de verde, que pulava por aí. Ele era definitivamente o mais jovem e parecia jorrar felicidade pra todo lado; E uma outra pessoa meio andrógina que olhava pro horizonte. Rosa tinha prestado atenção nela porque queria ver se tinha mais alguém que não fosse homem, mas aparentemente ele também era um garoto.

Ela se sentou em um canto e começou a desenhar.
Como se o balanço do barco não atrapalhasse o suficiente o passatempo, o início de uma chuva fez a menina destir de sua tarefa.

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*Rosa POV*

Quando a tempestade passou, a maioria dos passageiros não aguentava nem ficar em pé de tanto enjoo. Os únicos de pé eram os dois jovens em que eu tinha reparado mais cedo, e mais um cara de terno. O capitão nos chamou pra entrar numa cabine.

-Seus nomes? -Ele perguntou, fumando um charuto.

-Eu sou o Gon! -O garoto de verde levantou a mão. Ele realmente deve cagar felicidade. Eu acabei sorrindo também.

-Meu nome é Kurapika. -O loiro disse, com um sotaque levíssimo que eu não reconheci.

-Leorio. -Disse o homem de terno, com um ar meio antipático.

-Rosa.

-Mew! -Eva miou. Ela não perde uma oportunidade de ser fofa.

-E por que vocês querem se tornar hunters? -O capitão pergunta. Por que ele quer saber isso? Não é uma pergunta muito pessoal?

-Eu quero encontrar o meu pai, que é um hunter! -Disse o Gon. Hum, boa idéia. Mas é melhor eu não ir atrás da minha mãe. Ela me abandonou no nascimento, não acho que vá querer me ver.

Houve depois uma discussão, mas eu não quis prestar atenção. Fiquei pensando em outra coisa, até que o menino loiro ao meu lado falou:

-Quero vingar o meu clã. Há 4 anos o clã Kurta foi assassinado por um grupo de bandidos. Eu vou ser um Hunter, e vou capturar o Genei Ryodan!

Há 4 anos eu tinha 12 anos. Nessa idade eu passei por uma fase onde eu estava com um pouco de má vontade nas missões do Ryodan. Mas não foi difícil de lembrar. Era algo que tinha ficado marcado na minha memória.

*Flasback.*

Eu tinha acabado de chegar no tal clã, e ninguém reparou na minha presença. Tinha dito ao meu pai que precisava fazer uma coisa, e pra eles irem na frente. Estava atrasada. O chão estava coberto de corpos e cabeças decepadas. Um cenário deprimente. Restavam poucos vivos, e eu achei melhor ir embora. Não estava afim de ser chamada pra arrancar os olhos de ninguém. Eu dei meia volta, mas senti alguém esbarrar em mim. Aconteceu tudo muito rápido.

Era um menino da minha idade, que parecia ser cego. Ele não parecia saber o que estava acontecendo, o que me deixou ainda mais triste. Eu não sabia exatametente o que estava sentindo, mas não conseguia encarar a expressão de desespero inocente em seus olhos. Eu passei a mão nos cabelos dele, meio que no automático.

-Vai ficar tudo bem. -Eu sussurrei, sem pensar. Não me lembrei do fato de que os Kurta falavam outra língua. Só queria tirar aquela expressão do rosto dele, que era intolerável para mim. Ele se acalmou um pouco e deu um sorriso fraco, antes de sua cabeça ser acertada por um tiro que o matou instantaneamente.

Eu olhei para os lados, torcendo para que ninguém tivesse notado aquilo. Não queria que nenhum dos outros membros tivesse me visto naquele momento estranho de fraqueza.
Eu encarei o corpo do menino no chão, com a marca do tiro na parte de trás de sua cabeça, coberta pelo cabelo. Um vazio me invadiu, e eu fugi. Dei meia volta e saí correndo de lá.

Ninguém do Ryodan ficou sabendo sobre essa história. Se alguém viu, não comentou. Por muito tempo eu senti vergonha daquele sentimento. Um vazio que eu já tinha sentido e ignorado durante algumas missões, mas nunca tinha vindo com tanta intensidade. Conforme eu fui crescendo, eu me acostumei, e o sentimento se tornou cada vez mais raro. Hoje, eu praticamente não sinto nada. Mas isso não significa que eu goste. Matar não é o que eu quero pra minha vida. Por isso eu estou aqui hoje, nesse barco, a caminho do exame hunter.

Nota:

Hey! Ariel aqui. Sou o(a) autor(a).

Essa fanfic é meio que um remake daquela que foi postada no Amino Hunter x Hunter, com o mesmo nome. Foi há 2 anos atrás, e era a minha primeira fanfic. É legal ver como a minha escrita evoluiu durante esse tempo. Eu mudei bastante coisa aqui.

Enfim, chega de se gabar. Essa imagem aí é um desenho que eu fiz pra ilustrar a fanfic. A minha meta é fazer um desenho por capítulo, ou algo parecido. Não sei se todos os capítulos vão ter cenas que eu gostaria de ilustrar, mas enfim.

Eu adoro ler comentários, então se tiver algo pra dizer, diga. Espero que gostem da fanfic.