CAPÍTULO 10

236 16 0
                                    

Eu e Carol conversamos sobre algumas coisas entre uma música e outra. Contei a ela sobre meu namoro com Bernardo, e ela me disse que o seu com Larissa também não ia bem. O que me deixou triste, sempre achei as duas lindas juntas. Contei a ela sobre meu problema de insônia o que a fez insistir para que ficasse com ela até de manhã. Cheguei em casa Bi já tinha saído. Pra minha sorte minha mãe ainda estava dormindo e eu não precisaria contar pra ela o motivo de ter chegado tão tarde. Carol esperou no carro enquanto eu tomava banho e pegava minhas coisas e depois me levou até o colégio.
-Tchau! Obrigada pela carona
Falei antes de descer
-Imagina. Vamos marcar de fazer isso mais vezes
-Claro. É só me ligar quando quiser
Ela sorriu, eu sorri também e deixei um beijo em sua bochecha o que a fez sorrir mais ainda e consequentemente me fez sorrir mais ainda. Desci do carro ainda com um sorriso nos lábios e fui pra sala.
...
Durante as primeiras aulas contei tudo para Ale e Becca que ficaram chocados com a história porém amaram. No intervalo pedi pra Bi não contar pra mãe sobre eu ter chego de manhã e ela respondeu
-Bico calado
Agradeci com um abraço. Becca me chamou num canto enquanto Ale dava em cima de uma menina e perguntou
-Maria, você acredita em reencarnação?
-Eu acho que sim. Por quê?
-Eu faço sessões de regressão. Topa fazer uma?
-Claro! Eu sempre quis fazer
Becca sorriu
-Vai lá em casa de tarde
Concordei. Aquilo me deixou bem animada.
...
Quando eu Bi voltamos pra casa, minha mãe estava aguardando ansiosa
-Maria, tenho alguém pra te apresentar!
Ela disse assim que pisei dentro de casa. Então apontou para um homem que estava atrás dela. Alto, forte, devia ser uns dois anos mais velho que minha mãe, barba e cabelos negros. Então ela continuou
-Esse é Bruno, meu namorado
O quê? Minha mãe tinha um namorado? Por que não me contou isso antes?
Apesar da surpresa tentei ser educada. Sorri e estiquei a mão pra ele, qua a apertou
-Maria Lúcia
Falei enquanto ele apertava minha mão. E ele a apertou forte.
-Bruno. Prazer
Ele sorriu.
Fomos então almoçar eu, Bruno e minha mãe. Bi disse que estava cansada e ficou em seu quarto. Bruno era muito simpático e conversou comigo durante todo o almoço. Mas eu não senti algo bom vindo dele. Quando terminamos de comer minha mãe levantou para pegar a sobremesa me deixando a sós com Bruno. E foi aí que o inimaginável aconteceu
-Tem namorado?
Bruno perguntou
-Tenho, mas ele tá lá em Minas Gerais.
Ele deu uma risada e se aproximou encostando seu ombro no meu. Então sussurrou
-Você é linda!
Tentei me afastar mas ele me segurou pela cintura. Bruno era forte, ele passou os lábios pelo meu rosto. Eu queria gritar mas não conseguia. As lágrimas já estavam escorrendo pelo meu rosto. Então ouvimos barulho da minha mãe se aproximando e ele se afastou. Sequei as lágrimas com as costas da mão rapidamente. Eu queria correr. Queria gritar. Mas estava em choque. Então apenas comi o musse de morango que minha mãe colocou em meu prato.
...
Depois do almoço, troquei de roupa e fui a casa de Becca ainda chocada. Decidi não contar pra ninguém sobre Bruno, até decidir se contaria ou não a minha mãe. Ela deveria ser a primeira pessoa a saber.
Chegando na casa de Becca bati a porta e pra minha surpresa quem a abriu foi Ale
-E aí?
Ele disse dando um soquinho no meu ombro e me dando abertura pra passar
-E aí?
Eu respondi dando um soquinho o mais perto de seu ombro que consegui alcançar, Ale riu e me levou até o quarto de Becca. Chegando lá senti cheiro de incenso, um cheiro muito bom por sinal.
-Ale, nos deixe sozinhas, por favor.
-Mas é claro que vou deixar. Não quero saber os segredos obscuros de Maria Lúcia.
Peguei uma almofada da cama e joguei nele rindo
-Idiota!
Falei, ele riu, jogou a almofada em mim novamente e saiu fechando a porta atrás de si.
-Tá pronta?
Perguntou Becca
-Acho que sim.
Respondi meio confusa. Ela me pediu para tirar os tênis e deitar na cama numa posição que eu achasse confortável. Obedeci. Então ela pediu para que eu fechasse os olhos e começou uma espécie de relaxamento. Eu comecei a ter algumas lembranças em forma de sonho. Lembrei do acontecimento da hora do almoço. Depois lembrei de ontem. Depois do show de Carol. E era como se eu revisse cada um desses momentos. No próximo sonho eu estava no campo onde eu e Carol fomos ontem. Mas era dia, Carol estava comigo e ela cantarolava uma música baixinho. Eu estava deitada em seu ombro e e ela fazia carinho em minha cabeça. Ela pergunta
-Quer namorar comigo?
Ela pergunta de repente. Levanto e a olho assustada. Carol estava de óculos escuros espelhados e consigo ver meu reflexo neles. Eu sou Anna Júlia.
Acordo assustada.
-Calma, foi só uma lembrança- Diz Becca tentando me acalmar, então continua -Desde que você me mostrou aquela foto de Anna Júlia eu não tirava isso da cabeça. Eu sabia que você era a reencarnação dela. Estava certa?
Concordei com a cabeça esfregando os olhos. Aquilo era demais pra um dia só. Eu realmente era Anna Júlia? Eu não sei. Mas só eu sei como Carol faz eu me sentir. Como esse lugar faz eu me sentir. Eu já estive aqui antes e aquele abraço depois do show não foi o primeiro que dei em Carolina.

CarolinaOnde histórias criam vida. Descubra agora