CAPÍTULO 20

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Não vou negar, foi ótimo não precisar ver Isabelly no colégio. Se eu visse provavelmente teria vontade de vomitar. Ale queria ir até a casa dela pra falar com ela, mas pedi que não fosse.
Avisei Becca que Carolina queria assistir a sessão de regressão, Becca gostou da idéia e falou que ia fazer um tipo de relaxamento onde eu iria narrar tudo que estava vendo, mesmo que inconsciente. Combinamos de ir na sorveteria eu, Becca, Ale, Bi e Carol depois da sessão para que ela os conhecesse. Então na quarta fui direto para a casa de Becca depois do colégio. Assim que terminamos de almoçar Carol bate a porta. Becca pede para que eu a abra. Abro e pulo para um abraço antes mesmo de dar oi. Apesar de ter visto Carol sábado eu já estava com muitas saudades.
-Oi, pra você também
Fala Carol, um pouco assustada com minha reação
-Eu tava morrendo de saudades
Falo com o rosto em meio a seus cabelos
-Eu também, meu amor
Sua mão sobe e desce pelas minhas costas. Solto Carol e dou espaço para ela entrar. Becca está atrás de mim
-Prazer, Rebecca!
Diz ela esticando a mão para Carol que a aperta
-Carolina. O prazer é meu!
Depois de alguns minutos de conversa vamos até o quarto de Becca, que como sempre cheira a incenso. Carol senta em uma poltrona perto da cama, eu deito na cama
-Está confortável?
Pergunta Becca. Confirmo. Antes de fechar os olhos dou um sorriso para Carol, que parece um pouco nervosa. Estico minha mão pra ela que segura forte. E então começamos a sessão.
Eu e Carol estávamos no campo. Era noite. Estávamos brincando de esconde - esconde. Eu estava atrás de uma árvore. Carol estava me procurando já fazia um bom tempo e por isso eu segurava a risada.
-Anna Júlia, assim não dá pra brincar com você!
Reclamou Carol, o que me fez explodir em uma gargalhada. Ouço os passos de Carol correndo em minha direção
-ACHEEEEI!
Ela comemora dando pulinhos de alegria. Suspiro ao ver sua reação. Como eu amava aquela mulher.
Acordo calmamente. Esse sonho me deixou em paz. A primeira coisa que vejo é minha mão segurando a de Carol. Quando olho para seu rosto vejo que estava chorando.
-Vou dar um tempo pra vocês. Fiquem a vontade, mas nem tanto.
Diz Becca saindo do quarto. Carol senta ao meu lado na cama e me abraça. Seu choro fica cada vez mais forte. Eu não falo nada só a deixo chorar enquanto acaricio suas costas e cabelos. Quando ela se acalma, me olha ainda com cara de choro. Segura meu rosto com as duas mãos. Exatamente como fez quando me beijou pela primeira vez e então diz
-No fundo eu sempre soube, Maria. Eu sempre senti que já te conhecia. E nossa proximidade tão rápida...
Ela abaixou a cabeça para chorar de novo. Mas eu segurei seu queixo e a levantei
-Não chora -Sequei uma lágrima que escorria por sua bochecha e depois a beijei -Talvez não tenhamos conseguido ficar juntas em outras vidas. Mas nessa vamos conseguir. Porque não importa o que aconteça eu não vou desistir de você. De nós.
Nesse momento Carol sorriu e me fez sorrir também
-Eu também não vou, Maria
Ela me abraça.
...
Quando chegamos na sorveteria Ale e Bianca já estavam lá e pelo visto estavam se dando bem. Apresentei Carol a eles e logo estavam conversando animados. Fiquei feliz por eles estarem se dando bem. Talvez minha mãe não aceitasse meu namoro com Carol. Mas pelo menos eu teria o apoio dos meus melhores (e únicos) amigos e da minha irmã.

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