O dia do psicólogo é comemorado dia 27 de agosto. Invadida pela gratidão escrevi uma mensagem para minha psicóloga. A ideia de escrever algo para ela, surgiu desde quando eu comecei a escrever resumos das minhas sessões. Mas eu havia deixado essa idéia de lado, porém ela voltou a tona quando toda essa gratidão invadiu meu coração.
Eu cheguei para sessão, estava bem e feliz. Em determinado momento a Patrícia perguntou - me algo sobre os faniquitos. E eu respondi: vou te responder de uma outra forma.
Neste momento peguei e li a mensagem. Que segue aqui, na íntegra.27 de agosto de 2016
Carta para a minha psicóloga: Patrícia
Escrever é libertador. Eu já tinha me esquecido o quanto era prazeroso me encontrar nas linhas das palavras, na escrita eu me revelava, eu me permitia ser eu, sem máscaras sem reservas, transmitia ao papel o que eu desejava o que sentia, sem as correntes da exigência, ditando o que eu deveria escrever, nas palavras se encontrava a minha autêntica forma de expressão. Até que chegou o tempo em que escrava da minha exigência, simplesmente abandonei o que tanto me fazia bem, sem ao menos me dar conta de que estava privando - me, talvez do único hábito que me colocava em harmonia. Uma das melhores conquistas da minha terapia foi voltar a me expressar através da escrita, por isso hoje eu gostaria de escrever para a pessoa que me proporcionou essa e outras conquistas. Você!
Em sua companhia, iniciei uma viagem para um lugar inexplorado, para onde, sozinha, eu não tinha disposição para ir. Iniciamos uma rota, para dentro de mim, você me levou para explorar o que eu desconhecia. Posso decrescer você como alguém que segurava a minha mão neste caminho e que trazia consigo uma lanterna que clareava e me fazia enxergar o que até então estava obscuro.No primeiro momento eu poderia te dizer : Entre mais não repare a bagunça! Mas você estava ali, exatamente para clarear aquela desordem e tinha chegado o momento em que eu não deveria esconder, era hora de expor tudo, pois objetivo da viagem era reorganizarmos tudo juntas.
Não compreendi isso de imediato. Foi difícil aceitar sua companhia. Eu sempre fui muito pensativa, observadora, cuidadosa, atenta aos detalhes, sempre refletia sobre tudo que acontecia ao me redor, por muitas vezes tinha percepção maior que os demais e eu gostava disso. Mas com a terapia me dei conta do quanto eu não me observava, do quanto eu não me conhecia. Eu me assustei com a bagunça que encontrei, foi desanimador, sentia- me desesperada, era pior do que do que imaginava, eu sentia - me fraca, sem saída, cogitava enlouquecer, quis fugir de você, alias não era de você, hoje compreendo que era de mim. Porém o que se torna conhecido jamais voltar a ser desconhecido. Não adiantava fugir, a bagunça interior permaneceria sempre comigo o jeito foi enfrentar, explorar toda aquela bagunça, com a sua ajuda. Mas foi difícil aceitar tudo isso, eu me sentia fraca por precisar da sua lanterna, eu me sentia mal por não conseguir sozinha, sentir-me desconfortável, era estranho, era muita novidade. O resultado foi faniquito.
Faniquito, um nome mais agradável que escolhi para substituir o nome crise, pois aceitar o que estava acontecendo também era muito difícil pra mim. Foram muitos faniquitos após o primeiro pós terapia. Eu odiava o faniquito ele era como uma afronta do meu eu interior ele mostrava - me que eu não tinha controle, que não adiantava ignorar, que eu não sabia lidar com as minhas emoções, ele estava ali, pra me mostrar o quanto era fraca, esses eram os meus pensamentos. Hoje enxergo de uma percepção diferente foram os faniquitos que me trouxeram a terapia, ele não era uma afronta era um pedido de ajuda do meu interior que estava sendo tão abandonado e ignorado por mim. Já lido melhor com os faniquitos, prefiro pensar que ele é como um despertador ; que é chato mas me desperta e me ajuda a não perder hora, o faniquito me faz despertar me faz voltar o olhar para dentro de mim, já não tenho mais raiva, trato com mais amorosidade o pedido de ajuda do meu interior.
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Antes e Depois Da Terapia
No FicciónA psicoterapia me salvou da minha pior inimiga: Eu mesma. E me apresentou a minha melhor amiga: Eu mesma. Encontrar equilíbrio dentro de mim, foi apenas um dos meus grandes desafios. Iniciei a terapia literalmente levada por uma amiga que presencio...