Ferramenta de cura: Escrita

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          “Para mim, escrever é viver, conhecer, ser arqueólogo de si mesmo. Escavar, e quando escavamos descobrimos dentro de nós o criminoso e o santo, o herói e o covarde”.

-José Luis Sampedro-

            As minhas primeiras sessões foram bem difícies, lutar contra mim mesma para não abandonar a terapia, foi difícil. Reconhecer e aceitar minhas fragilidades, foi difícil. Aliás foi muito difícil.
         Porém tinha chegado o momento em que eu tinha superado essas dificuldades. A psicoterapia estava ficando cada vez mais interessante.
       Eu já não queria mais fugir, aliás tinha saudade. Adquiri o hábito de refletir muito sobre o que acontecia comigo afim de me organizar para falar em terapia.
        Eu refletia muito em cada sessão e essas reflexões foram me moldando, foram sustentando - me, e foram me aproximando do meu eu interior. Eu estava conhecendo - me as reflexões eram tantas que chegou o momento em que eu senti necessidade de registrar tudo que era refletido.
        O efeito da terapia era tão forte que eu não queria me esquecer do que era refletido em cada sessão, eu tinha a sensação que a minha memória não conseguiria guardar tudo que eu estava vivendo.
      Então resolvi fazer duas coisas, a primeira: escrever um resumo de cada sessão para que eu não me esquecesse de nada com o passar do tempo e pudesse reler sempre que fosse preciso.
     Ao ter essa inspiração peguei um calendário e anotei as datas das sessões anteriores desde a primeira e fui escrevendo tudo que eu recordava. Algumas sessões eu já havia escrito naquele meu caderno, era só relembrar algumas outras para escrever e continuar a escrever em cada sessão.
      Essa idéia deixou - me animadissima e foram esses resumos que me ajudam hoje a escrever esse livro.
     Escrever esses resumos foi uma terapia para mim, assim como está sendo o desenvolvimento desse livro.
     Relembrar, reviver, transmitir para o papel fez com que eu me desenvolvesse muito mais.
    Ao transmitir para o papel tudo que eu tinha passado, percebi o quanto superei meus medos, como aprendi, como amadureci, percebi o quanto eu estava mudando e o quanto essa mudança era de dentro para fora.
   Me invadiu uma alegria por estar vivendo essa transformação, por não ter desenvolvido a síndrome do pânico e por ter uma psicóloga que foi fundamental neste caminho, refleti o quanto a Patrícia foi importante nesse processo, teve sabedoria e paciência com as minhas resistências e isso foi fundamental para que eu não desistisse desse tratamento.
   Contagiada por essa alegria e cheia de gratidão por tudo que eu estava registrando, decidi também escrever uma carta de gratidão para a minha psicóloga.
  Ela precisava saber o grande efeito que eu reconhecia ter tido com a terapia, ela precisava saber o quanto eu era grata e a melhor forma de expressar isso, seria escrevendo.
  Pesquisei e descobri que o dia do psicólogo é comemorado no dia 28 de agosto.  Então aos poucos fui desenvolvendo uma carta para que pudesse entregar a ela  próximo a está data.
    Eu estava colhendo os frutos da minha entrega a terapia. Foi difícil plantar e preparar o terreno mas finalmente eu colhia os frutos e como isso foi maravilhoso e é até hoje.
   Valeu a pena aquela crise para não ir à praia, foi essa crise que me levou a cura, levou - me a terapia como a frase que mencionei no primeiro capítulo " A crise pode parecer ruim mas é ela que nos obriga a buscar algo melhor". Valeu a pena sair passando mal na segunda sessão da terapia,valeu a pena ter sofrido quando toquei nas minhas feridas.

Valeu a pena porque tudo isso foi tratado e eu estava sentindo - me curada desses males emocionais.

   A gente sempre colhe os frutos daquilo que planta.

   O que você anda colhendo?
   O que você anda plantando?

É preciso que tenhamos essa clareza.
A única pessoa que é capaz de mudar a sua vida, é você mesmo.
A única responsável é você mesmo.

Eu sei que existem muitas coisas que nos desanimam e abalam o nosso emocional, mas podemos superar tudo isso, se a gente quiser. E volto ao que já disse em capítulos anteriores, esse querer deve vir de dentro para fora e deve ser verdadeiro, não basta apenas dizer "quero mudar." É preciso que esse querer gere ações.

E se você não tem forças para agir sozinho deve buscar ajuda, reconhecer que precisa de ajuda e é preciso ser muito forte para reconhecer isso e buscar de fato essa ajuda.

É preciso reconhecer os sinais que o corpo e o emocional nos dá. Os meus faniquitos, meu coração acelerado nada mais era que meu corpo, meu emocional pedindo por socorro!

Não podemos ignorar os sinais o que o corpo nos dá.

E preciso que você saiba que a cura está em você. De nada adianta uma psicoterapia ou qualquer outro tipo de tratamento se você não tiver disposição e entrega no que está fazendo. O psicólogo indica o caminho mas quem tem que caminhar é você!

O psicólogo apóia, auxilia mas quem faz o trabalho é você!

Então tenha disposição de lutar por você.

A psicoterapia foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida.  Vocês sabem que eu não queria ir, que tive resistências, mas quando me abri para mim mesma. Tudo mudou.

Como aprendi, amadureci e cresci com a terapia. Me libertei de mim mesma e aprendi a caminhar  com a minha própria companhia.

Aprendi a aceitar minhas fragilidades e reconhecer minhas potencialidades.

Aprendi a voltar a viver... A não me julgar...E voltei a escrever. .

Ah escrever é libertador! 

Escrever sempre foi minha terapia e atualmente percebo o quanto cresço com essa ferramenta.

        A escrita terapêutica me conecta com meu eu interior. Transmitir para o papel auxiliou - me muito nessa busca do autoconhecimento.

A psicoterapia estava ficando cada  vez melhor... Ah...Mas eu ainda tinha muita coisa ainda para aprender!

Mais experiências para viver!
Muitas coisas para refletir!

E a carta para a minha psicóloga para concluir.

Muita coisa ainda tem de para acontecer! E eu? Estava animada para viver cada dia dessa história.

Gratidão pela leitura!

Antes e Depois Da TerapiaOnde histórias criam vida. Descubra agora