Capítulo 8

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Christian para o carro no estacionamento do hospital, olha para Anastásia que não deu uma palavra durante todo o trajeto:

— Quer que eu fique no carro?

— Não.- fala olhando para ele, seus olhos estão tão tristes, ele resiste a vontade de toma-la nos braços e os beija-los.- só não me faça nenhuma pergunta a respeito do que vai ver na dentro, não estou em condições de falar sobre isso, não agora.

— Tudo bem, então vamos.

Ele desce do carro, dá a volta e abre a porta para ela, que desce de cabeça baixa.

Entram no hospital, ela vai direto para o corredor que seguiu da outra vez, Christian apenas caminha ao lado dela, que está com os braços cruzados ao corpo, como se se abraçasse, mas seu caminhar era de uma mulher forte e decidida. Christian sabia que ela estava incorporando seu personagem.

Chegam ao corredor do quarto e ela apressa os passos, ele também, ela abre a porta e uma equipe de médicos está lá dentro, examinado o paciente, Christian fecha a porta e fica parado a alguns metros deles, ela se encaminha até eles, um senhor loiro de olhos verdes, vem até ela.

— Srta Steele.- a cumprimenta e olha para Christian, como se questionasse a presença dele ali.

— Tudo bem, é um amigo, o que houve?- sua voz tenta ser forte, mas ele percebe medo através dela.

— Ele desenvolveu uma pneumonia, teve uma parada respiratória, conseguimos traze-lo de volta, mas foi por pouco.

Ela suspira forte e olha por sobre os ombros do médico.

— Posso vê-lo?

— Sim, mas só um minuto, ele ainda está se estabilizando, corre o risco de ter outra a qualquer momento.

Christian a vê se movimentando para perto da cama, os enfermeiros dão espaço a ela.

— Pai.- ela acaricia o rosto dele. Christian vê lágrimas escorrendo pelo seu rosto.- você me assustou, preciso de você, meu herói, não me deixe, por favor.

Se inclina um pouco e beija seu rosto, tomando cuidado com os aparelhos.

Christian sente seu coração apertar com essa cena, com essa demonstração de afeto, se lembra do seu pai e se segura para não ir às lágrimas também.

Um barulho no monitor, chama a atenção da equipe médica, ela se afasta assustada.

— A tire daqui.- o médico grita, Christian anda rápido e a segura em seus braços a puxando.

— Não, quero ficar.- ela chora. Ele a pega no colo, mesmo ela se debatendo um pouco e sai do quarto.- ele não pode morrer, não!

— Shii, calma.- ele a aperta contra si, a embalando.

Olha para um sofá no fim do corredor e se senta com ela no colo, ela se esconde no peito dele e chora copiosamente, afaga os cabelos dela, os beija, tentando acalma-la.

Não sabe o que falar, o que fazer, se sente perdido, como no dia que seu pai o deixou.

Depois de alguns minutos, ela parece se acalmar, apenas respira forte no peito dele.

— Me desculpe.- ela murmura.

— Não tem o que se desculpar, somos humanos, temos sentimentos e um amor pelo pai deve ser o maior deles, pois eles representam a nossa força, o nosso exemplo de vida.

Ela olha para ele, os olhos esgazeados por causa das lágrima, ele acaricia seu rosto, queria apagar toda a dor daquele olhar, que ela o deixasse fazer isso.

50 Tons- Apenas uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora