Capítulo 22

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Christian estaciona o carro e olha no relógio, se Jesse seguir o habitual, dentro de alguns minutos, sairá desse local e seguirá para o lugar onde vem fazendo programas nos últimos meses.

Christian não se conforma como a policia em quatro anos não localizou esse rato e John em menos de dois dias já tinha a ficha completa dele.

Ele deveria ter ficado escondido uns tempos, mas John o achou fácil através de seus contatos. Descobriu o endereço dele e que ele faz programas em um bairro de alto escalão de Seattle, mas também se envolveu com drogas e deve uma pequena fortuna para o traficante em que ele veio buscar droga essa noite. Essa deve ser a razão por ele procurar Anastásia, talvez pretendesse chantageá-la ou sequestrar alguém da família em troca de dinheiro.

Christian fecha os olhos e a imagem de Anastásia chorando se sentindo apavorada pelo fato de achar ter visto esse rato, o levou a tomar a decisão mais difícil de sua vida.

A ama de tal forma que preferiu se afastar dela e se livrar de vez desse rato. Ele nunca mais vai fazer mal a ela ou a qualquer pessoa de sua família.

Abre os olhos e pode ver Jesse saindo do bar, parece já estar meio drogado, isso só vai facilitar as coisas, Christian pensa.

O deixa ir em frente, sabe que ele vai entrar em um beco mais adiante para consumir o material que adquiriu no bar.

Coloca suas luvas, uma touca ninja e começa a dirigir o carro, repassa tudo em sua mente, precisa ser rápido e cuidadoso, não pode deixar rastros, Anastásia não o perdoaria se soubesse o que fez, apesar que sabe que nunca mais ficarão juntos, não depois de ele a ter deixado no hospital, se nem sequer espera-la acordar, de manter em pé sua viagem para a Alemanha, a essas alturas, ela deve estar pensando que ele a esqueceu e quer ficar longe dela.

— Ah, Ana, se você soubesse.- fala para si mesmo, balança a cabeça e resolve se concentrar no seu plano, nada pode dar errado.

Christian para o carro a poucos metros do beco, abre a porta devagar e desce, olha para os lados, se certifica que não há ninguém, e caminha até lá, devagar sem fazer  barulho algum.

Logo avista Jesse, encostado a uma parede, já deve ter consumido parte da droga que adquiriu pois está agachado no chão, de cócoras, com a cabeça pendida para a frente, em pleno estado de alienação, não notando nada o que se passa ao seu redor.

Christian para ao lado dele, que não percebe nada, tamanho seu torpor, toma uma respiração profunda, tem que ser rápido. Retira do bolso do sobretudo, um pequeno punhal e sem titubear, o crava na nuca de Jesse, que não expõe reação alguma, apenas cai para a frente de bruços, com o rosto virado para o chão, solta alguns gemidos abafados e logo se cala, Christian vê o filete de sangue correndo de sua boca e se agacha mais próximo a ele.

Verifica a pulsação em seu pescoço, nada, levanta a cabeça dele, pelos cabelos e vê o olhar arregalado, e o sangue escorrendo pela sua boca e pescoço, constata que ele está morto.

— É o fim, rato.-  fala baixinho.

Solta os cabelos dele, procura no bolso da calça de Jesse sua carteira e a pega, retira todo o dinheiro que estava dentro dela e coloca no bolso do seu sobretudo, jogando a carteira ao lado do corpo, com certeza vão pensar que é divida de drogas, ele pensa e torce para isso.

Pega um pano do bolso de seu sobretudo e envolve o punhal e o retira da nuca de Jesse, o guardando no bolso do sobretudo, se afasta o mais rápido que pode, mas antes de entrar no carro, retira suas luvas, sobretudo e touca e os enrola, os colocando dentro de um saco plástico, que coloca no assoalho do carro.

Assume a direção e sai com o carro, pensando em executar a segunda parte do plano.

Depois de alguns minutos,  para em frente a uma construção abandonada, olha para os lados e vê que não tem ninguém na rua, desce rápido do carro com o saco plástico nas mãos e corre para dentro da construção, olha em redor e vê que está vazia.

50 Tons- Apenas uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora