Capítulo 9

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Anastásia desperta sem saber onde está. Olha para a enorme camiseta em que está vestida e se senta na cama, escuta murmúrios misturado com um choro, olha para trás, Christian está de costas para ela, parece agitado, está tendo um pesadelo.

— Não pai, não morre, não me deixe.

Ela se espanta com essas palavras, o que isso significa. Percebe que ele continua chorando. O abraça por trás, ele segura a mão dela e aperta em seu peito, seu corpo está tremulo e coberto de suor.

— Chris... acorde.- fala ao ouvido dele, baixinho,- é só um sonho, acorde.

Ela o vê abrindo os olhos, parecem aterrorizados, acaricia o rosto dele e beija sua face, ele suspira lento, parece estar de volta a realidade.

Ele se senta, passa as mãos pelos cabelos, parece totalmente desolado, ela se senta ao lado dele, se sente uma egoísta, ele cuidou tanto dela, e pelo jeito ele tem seus traumas também.

— Quer falar?- Anastásia fala acariciando os cabelos dele. Christian a olha, seu olhar é sofrimento, dor.

— Melhor não, você já tem muita coisa para pensar.

— Será que invertemos as posições, eu que vou ter que implorar para você se abrir comigo?

Ele sorri para ela, um sorriso triste.

— Eu tinha quinze anos, depois que minha mãe morreu, eu e meu pai nos unimos ainda mais, tínhamos que estar juntos, só assim a dor parecia menor, ele desde cedo trabalhou com meu tio, a firma era dos dois, um dia estávamos saindo de uma lanchonete, um desafeto de meu pai, que havia saído da prisão, nos cercou, começou a nos ameaçar, ele não tinha nada a perder, mas meu pai tinha, então ele apontou a arma para mim, meu pai entrou na frente e começou a lutar com o homem e a arma disparou, atingindo meu pai, mas antes que o homem atirasse em mim, meu pai ainda consegui domina-lo e atirar nele também, mas o tiro havia atingido meu pai no coração.- ele fecha os olhos.- morreu em meus braços.

Agora é a vez dela pular para o colo dele, não aguenta ver a dor estampada em seu rosto, ele a abraça, enterrando seu rosto nos cabelos dela, ela o deixa chorar, e chora junto com ele, se sente ligada a ele nessa dor, o admira por ter segurado toda a barra dela, ignorando a sua própria dor.

— Você que caiu do Céu, Chris.- ela murmura as palavras dele, escuta um pequeno som, que parece um riso baixo.- obrigada por ter me colocado para dormir.

— Tudo bem, só achei que você precisava disso.- ele a aperta contra si, beija seus cabelos.- posso ir com você amanhã?

— Ia te pedir isso.- ela se afasta e olha para ele.- você tem me feito bem.

— Você também, melhor voltarmos a dormir, o dia vai ser cheio.- ele a coloca na cama e se deita ao seu lado.- posso te abraçar?- ela faz que sim.

Christian a puxa para seu peito, ela vai sem resistência, se sente se encaixar tão bem ali, tão em casa.

Pensa que realmente ele deve ter razão, chegou a hora de ela seguir em frente, afinal não é todo dia que se encontra um homem tão lindo, gentil, digno e carinhoso como ele.

Pretende contar a ele sua decisão, mas antes precisa fazer algo, encerrar uma etapa de sua vida. Fecha os olhos, aproveita seus carinhos, a paz que ele está lhe dando, acaba adormecendo com isso.

Anastásia estava sentada, ao lado de Christian, estava esperando a mãe se despedir de seu pai. Grace não havia vindo, achou melhor poupar a irmã, mas Jamie havia ficado com ela, isso a tranquilizava.

Estava se sentindo como no dia que ele foi baleado. Angustiada, triste, perdida. Era muito grata a Christian, em estar com ela, não sabe se conseguiria isso sozinha, estava mais grata ainda por ele ter sido cavalheiro, se levantando antes dela, se arrumando e fazendo café para eles.

50 Tons- Apenas uma noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora