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KWON JIYONG P.O.V

Respirei fundo sentindo o vento forte que batia, tirei um cigarro e meu isqueiro do bolso para esperar o resto dos meus queridos colegas de trabalho. A loira saiu soltando os cabelos que se descontrolavam e chicoteavam seu rosto por conta do mesmo vento que vinha na direção contrária, em poucos instantes ela se virou.

- Porque está me encarando?

  Ela perguntou sem olhar para mim, nem percebi o quão concentrado eu estava em seus movimentos, eu a encarava nitidamente. Desviei o olhar com certa relutância que eu não sei de onde veio, apaguei o cigarro e acompanhei o bolo de gente que saía do local.

- Todos gostam de comida chinesa?

Lá vem a piada sem graça... Todos os novatos e estagiários concordaram, os agentes mais antigos nem se deram o trabalho.

- Que pena! Hoje é dia de comer comida italiana.

Senhor Yoo gargalhava como se aquela fosse a coisa mais engraçada do mundo, assim como na primeira vez que contou essa piada. Alguns deram risadas fracas para o agradar, outros apenas sorrisinhos. A loira, como todos os que já tinham ouvido isso, ficou inexpressiva.

Chegamos no local entrando todo o bolo de gente praticamente de uma vez. Esperei que todos tivessem passado para poder enfim entrar no local.

LEE CHAERIN P.O.V

Olhei para o lado me vendo cercada de homens desconhecidos, virei a o rosto mais uma vez vendo o agente Kwon, ele sorriu sem mostrar os dentes e me passou os talheres.

- À nossa primeira agente mulher! Seja bem vinda senhorita Lee.

O senhor Yoo já bem alegrinho virou mais um copo em "minha homenagem" um coro de "saúde" seguiram o seu brinde.

- Você não bebe? - Jiyong sussurrou chegando mais perto.

Balancei a cabeça sinalizando que não o fazia.

- Por que? Está perdendo muita coisa.

- O cheiro de álcool me enjoa, me faz lembrar meu pai.

Ele apenas endireitou a postura e me encarou inexpressivo. Desviei a atenção para algum dos homens que havia me chamado.

- Você e o Jiyong sunbaenim estão namorando?

Minha mente ficou paralisada por alguns instantes tentando entender se era aquilo mesmo que eu tinha escutado.

- Por quê? Esta interessado nela?

Ele perguntou fazendo o garoto ficar vermelho, se tivesse terra perto dele ele certamente enfiaria sua cabeça num vaso.

- Nã-não é que eu achei que vocês parecem próximos.

Ele tentava se explicar tremendo da cabeça aos pés o que afetou sua voz que já era rouca.

- De qualquer forma, não estamos namorando.

Respondi finalmente fazendo o garoto finalmente respirar e voltar à sua cor normal.

{...}

Depois de ser dispensada do trabalho encostei na parede no lugar habitual para chamar um táxi.

- Topa ir à um lugar comigo ?

Agente Kwon apareceu encostado no batente da porta, ele levou um cigarro até a boca acendendo o mesmo. Ergui a sobrancelha e me aproximei dele tirando o cigarro de sua boca e o apagando. Parece que a criminosa é a boa influência aqui, isso é irônico, não?

- Só com essa condição, não fume perto de mim. Esse cheiro também me lembra minha antiga casa.

  Ele me olhava como sempre fazia, parecendo que queria sugar minha alma e descobrir todos meus pecados, seu olhar era eletrizante. Peguei algumas balas de hortelã no meu bolso as colocando em sua mão.

- Esse sim é um bom vício, e ainda tem um cheiro bom.

Ele riu desembrulhando uma das balas e analisando ela antes de esnfiar na boca. Ele desceu o olhar e pegou minha mão analisando minha tatuagem.

- Ah, então você não é tão certinha não é senhorita M.A.D?

— Qual sua fixação com apelidos?

Disse dando uma breve risada.

- Vai vir comigo ou não?

Concordei sendo puxada quase que imediatamente por ele.

{...}

- Ei o parque está fechado!

Falei para ele, agora eu realmente não pareço eu... Do mesmo jeito não quero ser detida por invadir um parque. Seria um fiasco acabar um histórico tão perfeito deste jeito.

- Eu sou a lei. - Ele falou sorrindo

- Ei Jiyong! Desce daí!

Falei com gestos apressados.

- Eu não sou mais velho que você? Quantos anos você tem?

  Ele olhava para baixo esperando minha resposta.

- Vinte e seis...

- Então pode me chamar de oppa. - Ele sorriu de lado.

- Desce logo daí e vamos num estabelecimento aberto, que tal?

- Eu já disse. Qualquer coisa é uma coleta de provas! Eu só vou entrar no parque, o que acha que vou fazer? Roubar uma árvore?

Dei risada o observando pular para o outro lado, OK eu já fiz coisas muito piores mas a adrenalina de uma fulga, por mais estúpida que seja, corre em mim. Tenho certeza que vamos correr hoje... Pulei para o outro lado encarando ele.

- Qual árvore você acha ideal para levar?

Dei um tapa em seu ombro fazendo ele rir.

KWON JIYONG P.O.V

  O sorriso dela brilhava contra a escuridão do parque. Saquei uma lanterna a ligando e apontando para frente.

— Você carrega uma lanterna sempre com você?

Ela perguntou se aproximando.

— Se eu já sabia que ia vir aqui. — Falei como se fosse óbvio.

  Ela concordou, comecei a andar pela extensão do Parque com Chaerin segurando o tecido que  sobrava da minha jaqueta.

— Você não pretende me matar e enterrar meu corpo né?

— Por que me perguntou isso derrepente?

Soltei uma gargalhada.

— Você está me levando para o topo de uma colina, à noite, sem ninguém por perto. É suspeito.

— Eu só queria te mostrar... Isso.

Ajudei ela a subir.

LEE CHAERIB P.O.V

  Se você me matar não vai ter ninguém para sentir minha falta, então pelo menos me avisa...

— Eu só queria te mostrar... Isso.

  Ele estendeu a mão para me ajudar a subir. A vista da cidade era linda, as luzes dos carros, das casas e dos prédios. Tudo em perfeita harmonia para disfarçar todos os problemas e sofrimentos que todo o dia tinham que ser superados. Aquilo tudo era como um grande sorriso de alguém que não queria dar explicações... O Vento batia contra nossos corpos e a paisagem fazia os problemas desaparecerem para podermos apreciá-la. Era um sentimento bom, como se nada pudesse nos derrubar. Sorri por um segundo.

— Você... Está bem?

A dirty mind, an isane heartOnde histórias criam vida. Descubra agora