Leonardo Watt

1.1K 91 12
                                    

Me chamo Leonardo Watt ou para os íntimos (e quando falo íntimos digo meus irmãos e Rodolf meu velho amigo apenas), Léo.

Engenheiro civil, 38 anos, solteiro por opção.

Não, se você pensa que sou um cara do tipo pegador se enganou feio,sou extremamente controlador e metódico, relacionamentos são imprevisíveis, você não tem como controlar os riscos. 

E até o presente momento não achei uma mulher que valesse a pena me arriscar, isso óbvio não quer dizer que sou celibato sou sim um homem sexualmente ativo mas que escolhe a dedo as mulheres para se envolver deixando todas cientes de que não estou interessado em algo sério mas sem precisar desrespeitá-las para fazer meu ponto.

Não curto mulher fácil e oferecida, não julgo uma mulher independente e dona de si, mas sou um homem que tem prazer no ato da conquista e quando uma mulher é aberta demais não sinto tesão em tê-la.

Sou o filho mais velho de três e mesmo meus irmãos não sendo mas crianças ainda me sinto responsável por eles, talvez nunca deixe de sentir esse senso de cuidado e proteção para com eles. 

Rodolf diz que exagero as vezes e pode até ser verdade mas ele também sabe por tudo o que nós passamos na nossa infância antes de cruzarem seu caminho numa noite fria de inverno e o que me levou a agir dessa forma.

Perder a mãe aos seis anos não foi fácil, nunca soubemos bem quem era nosso pai na época , apenas que era um homem de família rica e covarde que manteve uma vida paralela enganando nossa mãe.

Já era casado e mesmo assim iludiu uma jovem de vinte anos e quando tudo ruiu e sua "esposa" descobriu abandonou a minha mãe, a mim e aos meus irmãos.

Só soube disso anos depois já que antes de ser mandado para o orfanato peguei algumas coisas dela como lembrança para mim e meus irmãos e uma delas foi o seu diário, precisei ser forte e amadurecer rápido para proteger meus irmãos dos maus tratos e a fome de lá já que tudo era muito regado. 

Lucas tinha quatro anos e o Lex ainda um bebê com apenas dois, nossa mãe morreu depois de contrair uma gripe , como trabalhava muito para nos sustentar não comia ou dormia direito a gripe se agravou de uma forma até atingir um estágio de pneumonia crônica.

Sem os cuidados necessários, não durou mais de dois meses. 

Só não foi enterrada como indigente por causa de uma vizinha idosa que às vezes ficava conosco para ela trabalhar.

Hoje sou dono de uma empresa de construção muito conceituada por todo o país, com sede na Grécia. 

Respeitado, bem sucedido, com saúde e apesar de não ser a maior tenho uma família unida formada por meus irmãos e meu amigo Rodolf um senhor de setenta anos com uma alma e mente de vinte que foi responsável por acolher a mim e meus irmãos quando fugir do inferno com eles.

Tinha oito anos e sabia que se não saísse dali nós morreríamos. Vaguei pelas ruas arrastando duas crianças de seis e quatro anos por uma semana até que após tentar roubar sua carteira para alimentar os pequenos que já estavam chorando de fome e num ato de desespero fui cometer esse crime.

Para minha surpresa na hora que fui pego ele com toda calma do mundo me perguntou o motivo daquilo e eu sem escolha contei, três meses depois já tínhamos sido adotados e tive uma chance de ser alguém na vida junto com os meus irmãos.

Além de ganhar um amigo maravilhoso que me ensinou o significado da palavra homem. 

Nunca vou esquecer da minha mãe, de como era doce e carinhosa e o fim triste que não merecia. 

Dói, dói muito saber que o homem que deveria nos amar não passa de um verme , não lembro muito dele só a cor dos seus olhos que eram verdes que só o Lex herdou,graças a Deus eu e o Lucas puxamos a nossa mãe com cabelos e olhos escuros.

Sou um homem feito cheio de fantasma de um passado difícil e convido todos vocês a conhecer  minha história de amor com a minha pedra preciosa chamada esmeralda.



Leonardo Watt Onde histórias criam vida. Descubra agora