Leonardo Watt

Capítulo XX

"Você descobrirá, que cada minuto da sua história, pertenci só a você."
Laura pausini - Ascolta ll tu cuore

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Pov. Léo

Seus lábios tinham o melhor sabor que já tive o prazer de degustar.
Esmeralda tinha sabor de vida.
Estar perto dela já te fazia sentir que tudo ficaria melhor.
Meu dia teve tantas nuances mais nada me preparou para isso, afinal lutei tanto quanto pude contra todos os sentimentos que desperta em meu ser.

Mas nada disso importava agora.
Queria apenas senti-la.

O que começou com um roçar de lábios se tornou um beijo cheio de volúpia. E esquecemos completamente que estávamos na lanchonete de um hospital até ouvimos alguém tossir forçadamente.

Nos afastamos apenas para olharmos para o outro, pouco me interessava os incomodados. Esmeralda estava sentada de lado no meu colo, seus braços em volta do meu pescoço. Uma das minhas mãos seguravam firme sua cintura e outra se perdia pelos seus fios macios e cheirosos.

Seu olhar quente e doce me enlouqueciam e a discrição que sempre defende ali com ela nos meus braços caiu por terra.

-Deus Léo!

Sussurrou envergonhada escondendo a cabeça no meu peito. Ouvi-lá pela primeira vez me chamar pelo meu apelido assim tão entregue fez meu sangue circular mais rápido pelas minhas veias. A apertei um pouco mais nos meus braços.

-Se eu estiver sonhando faça o favor de não me acordar. Falou agora voltando a me encarar.

-Você é linda demais. Disse acariciando sua face levemente corada.

-Eu não sei o que falar. Confessou

-Não precisa falar nada. A situação não é a mais favorável para conversarmos. Mas saiba que eu sou um homem Esmeralda e não um rapaizote. Apenas me deixe resolver essa situação e depois, vamos conversar sobre nós. Ela assentiu sorrindo e me permitir roubar seus lábios mais uma vez antes de voltar a comermos.

Três horas depois de muito custo conseguir convencê- la a ir descansar e me deixar no hospital. Se não houver nenhuma complicação amanhã Lex recebe alta e já volta para casa.

Ainda tinha a questão de ser o porta voz da notícia para o Lucas e nosso pai e compreender a dimensão completa da situação do Lex.

Precisava calcular os riscos e agir para que não acontecesse algo pior com ele ou qualquer outro da nossa pequena mas unida familia.

Ter a Esmeralda ao meu lado nesses momentos de caos me fez focar e não cometer uma loucura.
Sua paciência, firmesa, decisão e docura foram cruciais para tornar a situação menos trágica.

A morena é quase um catalizador e sei que estou completamente perdido com ela.

Faço alguns telefonemas e cobro favores. Apesar de ter saído das ruas ainda menino com meus irmãos ao ser adotado pelo Rodolf, tenho a malicia de quem é do mundo. Conheço a maldade e capacidade humana como poucos. Além do que, nunca me senti melhor do que ninguém por ter um diploma e dinheiro do banco, por isso conheço e convivo de certa forma com todo tipo de gente. O mundo é do povo, apesar de ser dominado pelo ricos , ainda é o povo trabalhador que o mantém em movimento e tendo a certeza de que informação é poder contactei quem o tem.

Sentei em uma das cadeiras confortáveis do corredor sem coragem de entrar no quarto que meu irmão caçula se encontra todo arrebentado. O hospital é particular, referência no pais, tem conforto, profissionais qualificados , elegância mas não era o lugar que queria estar com meu irmão.

A cabeça do Lex funciona em uma sintonia muito diferente das demais pessoas, sempre foi assim, desde criança. Tentamos lidar da melhor maneira possível mas acho que não foi a mais correta. Por que só isso explica um comportamento tão alto depreciativo e destrutivo. Ninguém que domina plenamente suas faculdades mentais se coloca em uma situação tão deprimente como essa.

Talvez eu possa estar exagerando no meu julgamento mas é isso que consigo concluir.

Odeio admitir, mas a situação fugiu a muito tempo do meu controle. E realmente não sei o que fazer. Sei que preciso ligar hoje ao menos para o Lucas mas até isso é uma tarefa difícil.

Sou o mais velho, por muito tempo o único que podiam contar, não importa quando tempo passe e quão velhos eles fiquem eu ainda me sinto e sou responsáveis pela segurança e bem estar deles.

Assumi essa posição pela necessidade e levo essa sentença até hoje por amor. Amor a meus irmãos, amor a minha mãe. Que mesmo passando por todo tipo de provação jamais perdeu sua dignidade e doçura.

Com o telefone em mãos disco número a número ignorando a discagem rápida. Talvez esses segundos me ajudem a encontrar as palavras certas para dizer ao Lucas que o Lex estava no hospital por participar de lutas clandestinas.

-Léo. Ele atendeu no segundo toque e sua voz mostrava surpresa. Não que as ligações não existem. Sim, eu ligava para os meus irmãos mas não com a frequência que deveria.

-Lucas, o Lex precisou ser hospitalizado. Preciso que venha para cá passo o endereço por mensagem.
Por mais que quisesse falar tudo por telefone, meu irmão merecia ouvir tudo pessoalmente.

- Chego ai em quinze minutos. Encerrando a ligação aguardei sua chegada após lhe enviar o endereço por mensagem.

Noto uma mensagem não lida de Esmeralda enviada a meia horas atrás avisando que tinha chegado bem e que eu tivesse fé pois tudo se resolveria , mandou um abraço para o Lex e desejou suas melhoras.

Ela era doce com um toque apimentado e eu estava louco para me permitir viver tudo o que ela me despertava. Não sou mais adolescente para incertezas e negar algo tão claro e singular é burrice.

Certos cuidados precisam sim ser tomados mais nada que seja o fim do mundo e não podemos resolver. A vida é mais simples do que pareci , só que nós insistimos em complicar as coisas.

Somos dois oposto que se cruzaram e se atrairam.

Pego mais um café e permito que o sabor amargo e forte e gole após gole tento relaxar meu corpo. Preciso voltar para o quarto e não posso me alterar, ainda não.

Assim que termino meu café sigo lentamente em direção ao quarto confortável que o caçula foi acomodado. Encontro no corredor um Lucas apressado a procura do Lex. Assim que me vê com a parte de cima do palito pendurado no braço esquerdo respira fundo pois sabe que algo nada agradável vai sair dessa conversa.

Bem vindo ao caos irmão do meio , a questão agora é saber se o apaziguador será capaz de contorna mais essa situação.