Capítulo 21

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Safira

Na mesma hora que o metamorfo falou aquilo a Gabi foi direto ligar para meus pais. Só que eles não atendia. Eu estava ficando nervosa. Como meus pais faz isso? Como saem assim do nada sem falar nada pra mim ou para Gabi.

- Meus pais não estão aqui...- diz Aurora.

- Que? - Heitor assusta. - Como assim?

Por algum motivo nenhum dos nossos pais estavam presente.

- Liga pro tio Jonathan. - falo para Gabi.

Gabi tenta e na terceira tentativa ele atende.

- Oi tio...- ela sorri. - Sim..ta tudo bem...eu queria saber se o senhor sabe sobre meus pais....O que?...Há...Não, eles não falaram nada...Uma semana? Tudo isso?...Ok...eu ligo sim...Tchau.

- E aí? - todos olham para Gabi.

- Tem uma tal de reunião..que ele não sabe o motivo e nem a onde é. A única coisa que sabe é que é uma reunião que convocou todos os Alfas e só vão voltar dentro de uma semana. - Gabi termina e todos ficam chocado.

- Uau...Depois nós que somos irresponsáveis. Como eles saem desse jeito sem falar nada? - Melissa diz revirando o olho.

- Isso é tudo que eu sei...Então vou indo. - Habib diz e sai da casa.

- O que vamos fazer agora? - pergunta Rafa.

- Vamos para minha casa é claro. - digo preocupada.

- Arrumem as coisas iremos para Nova York amanhã de manhã. - diz Heitor e todos saem da sala até mesmo eu.

Já estava tarde da noite e todos estavam dormindo e eu estava fazendo qualquer coisa para me manter acordada.

Desisto de fazer "qualquer coisa" e desço até a sala. Ligo a TV e fico bisbilhotando os canais.

Sinto o sofá afundar do meu lado, olho e vejo o abruti.

- Você não cansa? - encaro ele.

- Se você não cansou ainda, porque eu cansaria? - reviro olho e encaro a televisão de novo.

- Não precisa ficar no meu pé. - digo sem olhar para ele mas sentia seu olhar sobre mim. - Eu não vou dormir.

- Ta. - ele diz. - Mas se você está achando que irei sair daqui está muito enganada. - suspiro. - Princesa...

- O que? - encaro ele.

- Você tá com medo? - ele pergunta sério.

- Não. - digo e ele sorri fraco.

- Mentira. - ele suspira. - Eu vou usar a adaga.

- Você não deveria ter pegada ela. - digo me lembrando dos caçadores.

- Eu sei..Mas não me arrependo. Ela vai me ajudar acabar com o Íncubo...Então vale a pena. - ele diz e olha para baixo. - Eu queria ser sincero com você...Queria poder te dizer tudo que se passa na minha cabeça. - ele fecha o olho como se estivesse falando o que não devia - Preciso de um freio.

- Pra falar a verdade...eu estou com medo. - digo e ele me olha. - Eu...Não sei o que nos espera daqui pra frente...e isso me assombra.

- Eu não falava sobre isso...- ele sorri passando a mão na cabeça.

- Eu sei. - encaro ele. - Eu só queria te dizer o que estava sentindo...Antes que eu perdesse a coragem. - suspiro. - Sobre o que você queria falar para mim... Acho que você está mais confuso que eu...- o que deu em mim? Por quê estou dizendo isso?

Ele pega a minha mão e eu assusto mas deixo. Olho para nossas mãos. Corre um choque elétrico em meu corpo. Ele aperta a mesma.

- Olha pra mim. - levanto minha cabeça e encaro seu rosto. - Eu posso te afirmar com toda certeza que a última coisa que estou sentindo agora é confusão. Você não tem noção do quanto eu tenho certeza do que sinto...

Levanto rápido do sofá e fico sem saber para onde ir. Ele levanta também.

- Droga Heitor. - coloco a mão na cabeça. Ele vem até mim e tira minha mão da cabeça e me encara. Ele parecia querer me dizer algo somente com os olhos. - Abre essa boca e fala caramba. - bato em seu peito. - Por favor...- ele me puxa, me abraça e beija minha cabeça, sem perceber aperto ele.

- Safira...eu não posso te falar claramente...Não agora. - ele me aperta. - Não estou pedindo para me entender, estou pedindo para esperar.

- Quer dizer que até lá eu posso enlouquecer? - digo irritada mas sem me afastar de seus braços.

- Tem certeza que está confusa? - sinto ele sorri.

- O que está insinuando? - me afasto encarando ele.

- Que você sabe muito bem o que sente. Sabe que você gos...

- Tente terminar essa frase e ficará sem a cabeça. - ele sorri.

- Ok. - ele levanta a mão em forma de rendição e volta a sentar no sofá.

Sento do seu lado e ele passa o braço em meu ombro trazendo meu copo para mas perto e fazendo encostar minha cabeça em seu ombro.

- Hei..- tento me livrar de seu braço mas ele me impede.

- Só hoje não age como se me odiasse. - encaro ele sem conseguir criar uma frase para aquilo.

- O...O que? - ele ri.

- Fica aqui ok? - ele me aperta. - Amanhã a gente finge que você me odeia e que eu te odeio mais ainda.

- Você é idiota? - encaro ele.

- Então...- ele me olha. - Vai dizer que realmente me odeia? 

Droga...Essa maldita pergunta de novo. Eu já sabia a resposta desde a primeira noite que ele ficou acordado comigo...Mas não iria falar em quanto ele não falasse primeiro...Não mesmo.

- Não vem me fazer essa droga de pergunta de novo porque já sabe a resposta. - digo brava.

- É. - então ele me beija, tento empurrar seu corpo, mas parecia que não era bem isso que eu queria pois não coloquei nenhuma força. Sua mão entra na raiz do meu cabelo e meu corpo arrepia. Passo meu braço por trás de seu pescoço e com a outra mão ele aperta minha cintura. Estava tão hipnotizada com o nosso beijo que por alguns minutos não senti minha marca arder...Por quê isso sempre acontece? Por quê sempre que nos beijamos a minha marca arde como se estivesse descolando da minha pele?...Separamos por falta de ar. Ele olha em meus olhos. - Eu sei a resposta. - ele sorri feito criança.

- Não é porque aceito seus beijos que quer dizer que essa seja minha resposta. - digo com o coração a mil.

- Então, tudo bem. - ele sorri e me puxa para a posição anterior. - Queria saber sua resposta então.

- Não me venha com essa...- digo me aconchegando em seu ombro e meu interior começa a rir da situação. As minhas ações não batem com o que digo. Isso não está certo, devia acatar com minhas ações o que eu falo. - Você interpretou errado. Eu não gosto de você...

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Onde histórias criam vida. Descubra agora