Capítulo 36

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Safira

"~Estou prestes a te ver de novo princesa."

- Safira....SAFIRA. - minha mãe segura meus ombros e me encara. - O que foi minha filha? - todos me olhavam, passo meu olhar em todos até chegar na tia Hannah.

- Heitor...Ele tem...Ele tem um lobo ancestral? - ela franze a testa com minha pergunta.

- Não. Claro que não. - ela diz me encarando confusa.

- Eu ouvi ele...ouvi sua voz..- uma lágrima escapa dos meus olhos.

- Isso é inprecionante. - diz tio David surpreso.

- Vocês têm uma ligação mais forte que eu pensava. - meu pai diz.

- Como assim? - pergunto confusa.

- Vocês se comunicam por pensamentos...- diz minha mãe.

- Não..Se fosse assim era para mim continuar a ouvir seus pensamentos...Mas foi uma frase objetiva...Como...

- Como se ele quisesse que você ouvisse apenas isso. - diz Karinne. - Meu pai consegue sentir todos os sentimentos de uma de uma pessoa, ele me contou sobre várias formas disso acontecer...Como telepatia. Mas tem outras formas, por exemplo como a ligação entre companheiros, um pode ouvir os pensamentos do outro, mas também pode ser que essa ligação seja diferente.

- Como? - pergunto.

- Ele pode comunicar com você só quando o mesmo quiser. O mesmo deve acontecer com você, pois é uma ligação conjunta. - Karinne termina de explicar.

- Está dizendo que meu irmão pensou e apenas esse pensamento que ele queria que a Safira soubesse...Foi o que ela escutou e que ela pode fazer o mesmo? - pergunta Aurora e Karinne confirma. - Isso é ótimo, vai dar de encontrar ele mais rápido se você se comunicar com Heitor. - diz Aurora.

- Não acho que seja tão simples. -digo.

- Vai treinando até conseguir. - diz Rafael.

- E o que você ouviu dele Safira? - pergunta meu pai.

- Bom...- brinco com meus dedos. - "Eu estou prestes a tiver de novo princesa".

- Isso é ótimo. - minha mãe sorri.

- Ótimo? Ele chamar Safira de princesa? - meu pai diz parecendo indignado, minha mãe encara ele.

- Você nunca se preocupou com isso Diogo. - minha mãe fala.

- Tá mas agora eles são companheiros. - minha mãe revira o olho.

Depois de algumas horas Yago e Lucca apareceram todo roxo e eu tentava o máximo que podia para me comunicar com Heitor...Mas todas as tentativas foram fracassadas.

Meu pai é tio David estava interrogando o meu "amigo" e eu espero que eles consigam algo logo.

Estava sentada no chão encostada em uma árvore de frente para o acampamento onde o bando estava sentados ao redor de uma fogueira. Eu olhava o céu e pensava o quanto Heitor se tornou importante em minha vida...Na verdade ele sempre foi importante eu apenas não aceitava ou não enxergava o óbvio.

Meu pai aparece então me tira dos meus pensamentos, levanto e vou até ele. O mesmo passa a mão na cabeça parecendo frustrado e preocupado.

- Não conseguimos nada. - ele diz. - Ele diz que não consegue se lembrar de nada antes de sair do seu país natal.

- Ele me disse que faz muito tempo que não aparece na sua alcatéia. - digo.

- Bom pode até ser que ele não vá na alcatéia...Mas estava em algum lugar do país. - diz David.

- Itália...- sussurro. - O país natal de Enrico.

- Você acha que tem possibilidade de Heitor estar lá? - Yago levanta da roda. - A jaqueta que encontraram...é totalmente diferente da rota para Itália.

- Foi uma armadilha. - digo olhando para qualquer ponto no chão. Aperto o pulso e minha testa franze. - Enrico fez isso...Ele armou para que não descobrissem a direção certa.

- Safira lembra que agora o selo está quebrado e você é movida por impulso de qualquer sentimento. Então se controla. - meu pai diz então percebo que minhas garras cresceram e meus olhos estavam em outra cor.

Eu estava muito brava mas não a ponto de perder o controle. Não era eu...Era Heitor. Eu sentia a sua raiva e irritação. Ele realmente está prestes a perder o controle e aconteceria o mesmo comigo.

- Eu vou na frente...- digo com os olhos fechados tentando me controlar. - Eu vou para Itália.

- Vamos todos juntos Safira. - diz Gabi.

- Não...Vocês não podem estar perto de mim. - digo sentindo meu corpo mudando aos poucos e aquilo doía muito.

- Heitor...Ele está perdendo o controle. - meu pai diz esclarecendo tudo a todos. - Safira vá para fronteira, se você se sentir bem espere nós chegarmos.

Sem olhar pra trás entro na floresta. Começo a correr o mais rápido que posso. Eu não podia perder o controle se não perderia a minha racionalidade e seria apenas um animal incontrolável que mataria qualquer coisa que se movesse.

Quando meu pai disse "Se você se sentir bem" ele estava dizendo...Se eu tiver consciente do que estava fazendo era para esperar eles na fronteira.

Uma dor horrível me atinge, minha cabeça parecia que ia se abrir ao meio, coloco minha mão no tronco e a garra entra na árvore. Abaixo a cabeça e grito de dor. Eu estava prestes a perder o controle...porque Heitor estava perdendo o controle, e se eu perder minha consciência não chegaria até ele...Heitor estava me fazendo sentir uma dor física extremamente horrível..

~Vou matar você quando te achar seu abruti, se prepare porque não estou longe.

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Onde histórias criam vida. Descubra agora