Safira
Depois de algumas horas consegui convencer minha irmã não falar nada para ninguém sobre a nova marca na minha nuca. Eu não queria que ninguém soubesse antes de eu saber exatamente o que isso significa.
Isso é extremamente estranho. Alguns dias a trás a minha marca do bando queimava quando estava perto de Heitor ou quando nos olhávamos nos olhos...e agora que ele se foi a minha marca some e no lugar dela aparece outra. O que isso significa? Tem alguma coisa haver com nossa ligação de companheiros? Ou pelo fato dele ter ido embora?.. Eu desejo tanto que ele estivesse aqui para me responder todas essas perguntas que acaba sendo frustrante.
Alguns meses a trás estava em uma disputa com Heitor, alguns meses a trás estava morrendo de raiva só de olhar para ele, alguns meses a trás tentava evitar ele o máximo possível só para não ficar no mesmo espaço...Mas agora desejo que ele apareça em minha frente e nunca mais saia do meu campo de visão. A minha vontade é tão grande de ver ele que sou capaz de perder a cabeça se ele demorar de mais.
Esse sentimento dentro de mim já existia? Só apareceu depois que vi que podia perder ele? Ou é pelo fato dele ser meu companheiro?
"- Safira por quê você implica tanto com Heitor? - mamãe cruza os braços.
- Ele é chato. - cruzo os braços e encaro meu pé.
- Isso justifica você jogar lama nele? - minha mãe me encara me acusando então minhas lágrimas brotam. - Você sabia que toda vez quando ele vem aqui em casa ele trás uma flor?
- Eu sei. - digo brava. - Ele fala que é pra Gabi. - minha mãe ri.
- Não é bem isso que ele me fala...Toda vez ele entrega a flor pra mim dizendo que é da Gabi, mas isso acontece só quando você está perto. Quando você não está ele diz que a flor é para uma princesa.
- A Gabi. - digo virando o rosto.
- Sabe o que a sua tia Hannah disse?...Que a princesa que ele tanto fala...é uma tal de Safira.
- Sério?
- Sim...Hei por quê ficou tão feliz dona Safira?...Você me disse que odiava ele.
- Sou uma pessoa muito pequena pra ter ódio mamãe."
Começo a rir quando me lembro disso. Eu tinha em torno de 5 anos de idade e Heitor tinha 6.
Eu gostava dele desde aquele tempo? Não. Impossível. Nenhuma criança nessa idade sabe definir o que é realmente gostar de uma pessoa.
Mas e agora? Eu gostava dele? Ou era apenas uma atração banal que cresce a cada hora que penso nele...a cada minuto sinto uma vontade doida de ver ele...e cada segundo pensando que ele pode corre risco de vida me faz enlouquecer aos poucos...
Eu realmente gosto dele...caramba eu amo esse abruti. Por quê tinha que acontecer dessa forma pra mim descobrir meus sentimentos? Por quê ele tinha que me deixar...
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Já se passaram quatro dias, dentro desses dias eu tenho me stressado com facilidade e as vezes eu saia fora de controle.
Um lobo se define pelas suas emoções e se suas emoções estavam conturbadas o lobo também fica conturbado. Eu estou com medo de mim mesma... um dia a trás quase ataquei minha irmã pelo simples fato dela ter mencionado algo com o nome do Heitor. Isso me assustava. Meu pai não estava em casa então eu fiquei mais apavorada, se eu perdesse o controle quem me pararia? Mesmo minha mãe sendo poderosa como é...Eu tinha medo dela me olhar só como filha e não conseguir me parar. Foi por isso que decidir sair de casa. Estava no apartamento do Heitor.
Eu sabia o porque estar assim...Era a falta dele, era o medo de perder ele. Eu estava literalmente ficando louca. E uma louca fora de controle não é nada bom.
Eu estava vendo apenas a escuridão. Nenhum ponto de luz parecia querer me salvar. O meu ponto de luz não estava presente.
Algo muito grande parecia criar vida dentro de mim, ou estava apenas acordando. Eu estou tão perdida quanto um cego no escuro. Eu não consigo ver uma saída, não consigo ver uma esperança. Além de Heitor não ter voltado e acabar aumentado minha dor...Tinha algo a mais acontecendo comigo. Eu não sou o tipo de loba que fica atacando qualquer um por conta da emoção...Isso é coisa de ômega...Não...Não é possível.
- Eu estou virando uma ômega? - olho ao meu redor e vejo o quarto escuro e sem graça...olho minha imagem abatida e então vejo meus olhos piscar como se fosse uma lanterna...do amarelo para o azul.
Meu celular toca me despertando. Pego e atendo.
- Safira seu pai chegou...- diz minha mãe. - E tem um garoto aqui em casa a sua procura. Nem seu pai e nem seu tio está engolindo ele. Ele está dizendo que é seu amigo.
- Eu estou indo. - digo e desligo o celular.
Arrumo meu cabelo de qualquer jeito e não melhora nem um pouco minha imagem dramática.
Em poucos minutos chego em casa. Quando entro na mansão vejo meu pai de braços cruzados em um lado da escada e no outro lado o tio Jonathan com a mesma postura encarando o garoto que estava sentado na escada com uma mochila em seus pés.
- Está atuando em algum filme dramático Srt.Lattanzi? - ele diz e eu limito um sorriso.
- Enrico. Quanto tempo que não te vejo. - digo e meu tio e meu pai me olham. - Ele é meu amigo, conheci ele na França quando estava na casa do meu vô.
- Eu disse que era seu amigo mais eles não acreditaram. - Enrico diz com seu jeito presunçoso.
- Não gosto dele. - meu pai diz abertamente.
- Pai. - encaro ele.
- Que foi? Não quero esconder nada de seu amigo. - ele revira o olho.
- Uau...Então você é o pai da Safira e o Supremo. - Enrico levanta sorridente.
- Me surpreende você aparecer aqui e descobrir isso só agora. - diz meu tio.
- Ó...Eu sou apenas um ômega...Sou muito fraco para identificar alguém.
Enrico
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Herdeiros 4° - Heitor Lewis
Lobisomem''Eu serei o sangue se você for os ossos'' ''A história gira em torno de Safira e Heitor. Dois herdeiros poderosos das alcatéias de Nova York e Califórnia. Esse casal cresceu junto e com isso um sentimento entre ambos se desenvolveu. Safira acredit...