Capítulo 22

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Safira

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A noite passada não consegui terminar a frase, eu fui covarde e não tive forças. Mas eu tinha certeza que ele sabia, qualquer um sabia por quê ele não saberia?

A noite passou rápido e mais uma vez eu não tinha dormido. Espero que isso acabe logo. Todos estávamos na minha casa em Nova York. Eu estava conversando com meu tio Jonathan que é o beta do meu pai.

- Safira eu realmente não sei onde está seu pai. Até pra mim ele não disse onde seria a reunião. - meu tio suspira. - O motivo deve ser sério já que ele saiu tão rápido.

- Pode fazer um favor? - pergunto e ele confirma. - Alerta a alcatéia que em nosso território tem um demônio que está com más intenções.

- Isso tem haver com a nova missão?

- Sim. - digo e ele sorri. - Coloca a matilha de caça em alerta total para vigiar a fronteira, não deixa ninguém sair ou entrar, principalmente se for um metamorfo. Se insistir...Tem ordens para matar. Eu assumo toda responsabilidade.

- Okay. - ele diz e sai.

- Você...- aponto para um lobo que estava acompanhado do meu tio. - Alerte as mães da aldeia para proteger as crianças, principalmente se for mulher. - ele confirma e sai.

- Não seria melhor falar pro tio que você está no topo da lista do demônio? - Gabi pergunta ao meu lado.

- Acho melhor não. Ele iria falar pro pai e a mãe ia ficar louca até convencer o Sr.Diogo a voltar. - digo. - Você sabe que ele não convocaria uma reunião com o Conselho Supremo se o assunto não fosse sério.

- Verdade..- ela suspira. - Vou ajudar a espalhar a notícia. - ela diz e sai.

- Você seria uma boa líder. - Heitor aprece do meu lado.

- Só estou fazendo meu dever como filha. - digo e olho pra ele. - Você também deveria fazer seu dever como sucessor.

- Já não sei se quero ser...- encaro ele assustada. - Você parece lidar muito bem com a situação. Acho melhor deixar esse cargo para pessoa que tem direito por natureza.

- Não seja um abruti. - bato em seu ombro. - Meu pai acabaria com você se fizesse isso..Sem contar que não quero essa responsabilidade.

- Não tem como eu parar de ser um abruti já que essa palava virou meu segundo nome...- ele passa a mão na cabeça e ri. - Temos que arrumar as munições. - ele lembra.

- Espera...Por acaso nós sabemos onde exatamente o Íncubo está? - pergunto confusa.

- Você acha mesmo que eu ia deixar aquele metamorfo ir embora sem me dizer isso? - ele me olha com os olhos semi serrados e eu sorrio.

- Esperto. - digo e vamos até no porão onde estava o resto do pessoal.

- Vamos misturar a pólvora com a prata para carregar as armas. - diz Heitor.

- E revestir algumas adagas. - Ryan completa com um sorriso.

Começamos a arrumar as armas. O Heitor misturava a pólvora e a prata em pó e me passava para arrumar na arma.

- Acho que seria bom se tivéssemos verbena...Só pra prevenir. - digo.

- Verdade princesa. - Heitor fala. - Da pra derreter a prata e fazer ela líquida. Assim é mais ágil.

- Boa idéia...- digo e então eu e Heitor olhamos para o pessoal e eles nos encarava.

- Me belisca. - Aurora estende o braço e Yago belisca. - Só tava brincando. - ela bate na cabeça dele.

- Isso realmente aconteceu? - Karinne pergunta olhando Aurora e Ryan.

- Uau...- até o Rafa estava com cara de surpresa.

- Que foi? - pergunto sem entender.

- Eu sabia. - Yago ri e olha para Aurora. - Eu não te disse.

- O que? - Heitor tem a mesma curiosidade que eu.

- Vocês...- Aurora aponta para nois dois. - Por acaso...Vocês dois...

- Era vocês que estavam se beijando na sala ontem a noite? - Yago fala e logo recebe um tapa de Aurora.

Todos encaram Yago e depois nos encaram. Eu faltava explodir de vergonha. Heitor ri fazendo com que a situação ficasse mais constrangedora para mim.

- Um...Safira Lattanzi com vergonha? - minha própria irmã acabou comigo.

Eu apenas senti Heitor me puxar e fazer eu esconder meu rosto em seu peito. Todos dão um tipo de grito e eu tento me soltar mas ele não deixa.

- Eu vou te matar. - digo contra o peito dele e ele apenas me aperta.

- Essa é a hora que fingimos que nos odiamos? - ele pergunta e nessa hora tive vontade de arrancar sua cabeça.

- Eu sabia. Sempre soube. - ouvi Yago se gabando.

- Vocês nunca se dão bem. Mas aí do nada os dois trabalham como uma equipe? Estranho não? - fala Aurora.

- Acho que cada um deveria cuidar da própria vida não é mesmo irmazinha? - Heitor diz alfinetando a irmã.  - Terminem isso e se preparem. Quanto antes sairmos, logo acabará. 

Heitor me puxa sem deixar ninguém me olhar. Ele foi me puxando até a biblioteca da minha casa.

- Você ficou maluco? - empurro ele. - Como você faz isso? Confirmando mais ainda o que o Yago disse....HAAA HEITOR EU E ODEIO. - grito de raiva e ele ri.

- Está falando sobre o beijo? - ele pergunta.

- Não é só sobre isso...Você não apenas confirmou sobre ser nós que estava na sala como confirmou que temos alguma coisa. - digo frustrada. - Como...como você confirma uma coisa que nem está esclarecido entre nós dois?

- Precisa esclarecer? - ele chega mais perto e segura minha mão. - Seria melhor se não esclarecer.

- Melhor pra quem? - eu não acredito que ele está falando isso.

- Pra você. - passo a mão no rosto indignada com o que ouvi.

- Pra mim? Por quê? - me irrito. - FALA HEITOR. - grito já com raiva disso tudo. - Por quê seria melhor pra mim? - o que ele estava tentando me dizer? O que realmente ele quer de mim? O que ele esconde? Eu não aguentava mais. - Sabe de uma coisa, eu cansei. - eu realmente já estava farta. - Não quero mais ficar indecisa, não quero mais ficar confusa, não quero mais saber se devo ou não deve sentir esse sentimento que me consome a cada segundo...Me fala...Me fala logo por quê... - fecho os olhos, tomo coragem e falo. - Por quê você não pode falar que gosta de mim de uma vez?

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Onde histórias criam vida. Descubra agora