Capítulo 08

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Safira

- Você é o filho do Ceifeiro. - digo encarando ele. - Seu pai queria matar minha mãe porque meu avô contratou os serviços dele. Mas você acha que ele não usa seus poderes para executar tais serviços? - esboço um sorriso. - Se você tem tanto desprezo com "seres como nós" devia saber que como seu pai, você também é um de nós. Se você não usasse seu poder para caçar a gente aí sim você pode ter o direito de desprezar a gente...- eu estava a ponto de explodir. - ENTÃO NÃO DESPREZE AQUILO QUE VOCÊ TAMBÉM É. E USA ISSO AO SEU FAVOR SEM AO MENOS PENSAR DUAS VEZES...

- Por quê está com tanta raiva? - ele me encara com curiosidade.

Sem explicação as minhas lágrimas descem e Heitor fica inquieto quando me ve daquela forma.

- Você matou....Você matou uma criança...- o garoto se assusta. E como se eu tivesse lá vejo o mesmo mostrando a garra para criança e depois enfiando em seu peito. - Você matou uma criança por ela ser um ser sobrenatural...Você matou com um poder sobrenatural outro ser sobrenatural...- limpo minhas lágrimas. - Você merece morrer do jeito mais doloso que tiver no mundo. - rosno com raiva.

- Como você sabe disso? - ele pergunta e eu não respondo. Ele chega mais perto de mim e segura meu queixo. - Eu perguntei como você sabe disso. -  mais uma vez não respondo. - Tudo bem, não era de se esperar menos que isso. Já que é filha de uma Peeira e um Supremo. - ele ri e me solta. - Mas vamos voltar aos negócios, vocês vieram em busca de algo não é mesmo?

- Prata pura. - diz o abruti, o idiota sorri e olha pra mim e pro Heitor.

- E quem vai fazer as negociações? - sinto o peso daquela pergunta e sei que não é coisa boa.

- Eu. - diz Heitor e eu encaro ele, mas ele nem se quer me olha.

- Eu realmente queria que fosse essa doce garota. - ele sorri e chama Heitor para uma sala.

Demorou um pouco então eles saíram finalmente da sala.

- Dê a ele. - o caçador manda então um cara da uma mala para Heitor. - Não se esqueça do nosso acordo. - Heitor pega a mala em uma mão e vem em minha direção, com a outra mão desocupada pega a minha e me puxa pra fora. - Até mais crianças..

Andamos até a mata sem olhar pra trás. Chegamos onde os meninos estavam e os mesmo nos olham assustados.

- Os dois estão aqui. - diz Yago.

- Vivos.. - fala Thiago e eu me viro para Heitor soltando da mão dele.

- Qual foi seu combinado com ele? - pergunto. - Heitor me fala. - digo. - HEITOR.

- QUE DROGA....- me assusto quando ele grita. Ele passa a mão na cabeça e suspira. - Depois a gente conversa...

Ninguém não fala mais nada apenas começamos a andar voltando para vila. Já estava ficando escuro.

Em quanto caminhávamos ninguém falou absolutamente nada, eu estava andando na frente e podia sentir o olhar de Heitor em minha costa...

Chegando na entrada da vila antes de entrar eu apenas fui para outro lugar. Corri até chegar no topo de uma montanha. Abri os braços e respirei fundo.

- Como você sabia da criança? - ouço a voz dele. Me viro e vejo ele encostado na árvore.

- Vai me contar qual foi o acordo? - ele suspira e vem até mim.

- Conto. - ele diz então me sentei no chão.

- Quando eu entrei eu senti cheiro do sangue da menina...Foi brevemente...Mas eu vi o que ele fez com ela. - digo sem conseguir entender o que tinha acontecido comigo. - Mas isso é impossível certo?

- Por quê? - pergunta Heitor sentando do meu lado.

- Não que eu saiba mas...Nem minha mãe e nem meu pai tinha...Um poder desse pra mim herdar. - digo e Heitor sorri.

- Quer dizer que você só tem poder herdado. Nada pode ser exclusivamente seu? - olho pra ele. - Nem seu pai nem sua mãe tem o poder de ver a verdade a través dos olhos..Mas você tem.

- Verdade...Mas ainda sim, é assustador. Porque...porque sinto que esse poder não me pertence. - digo e suspiro. - Vai me fala agora. Qual foi o acordo.

- Eu tive que pegar mais uma coisinha além da prata pura. - encaro ele. Ele estava com a sua mochila ainda então ele tira da costa e de lá tira uma adaga. Olho assustada.

- Uma adaga Colt? - falo assustada. - Não era pra matar só o metamorfo? Você quer matar mais o que? - ele guarda mais uma vez.

- É só um palpite, que pode ser que o que está atrás disso realmente seja algo maior e isso aqui com certeza pode mata-lo. - encaro ele indignada. - O acordo foi que depois que eu matasse essa coisa eu teria que voltar e entregar a adaga pessoalmente..

- VOCÊ É IDIOTA. - ele tampa minha boca. Bato na mão dele. - Como você pega uma arma sem saber realmente o que vai matar? Como você faz um acordo desses?

- Do jeito que você fala até parece que sou imprudente. - encaro ele e bato em sua costa.

- Você é...Você é muito imprudente. - ele massageia onde eu bati. - Eu não sei qual foi exatamente meu sentimento quando vi o que ele fez com a criança, mas eu realmente tive vontade de picar ele com as minhas próprias garras. Ele realmente não tem coração...Você não vai voltar sozinho....Nem ouse fazer isso.

- Que gracinha. - ele passa a mão em minha cabeça. - Não fique preocupada comigo. - eu ia responder mas ele me interrompe e sua expressão fica séria. - É sério, não tenha esse sentimento de preocupação comigo. Se eu ver você dá mesma forma que vi hoje quando você viu ele matando a criança...Eu não sei do que sou capaz...Se eu ver alguém te machucando assim, eu faria mil vezes pior com o autor...Se eu ver você chorando desesperada daquela forma outra vez eu...eu te abraçaria e nunca mais te soltaria. - um sentimento estranho me consome, aquele sentimento era como se ele já existisse e só estava dando um aviso que ele estava ali e a cada dia que passava ele criava mais forças para aparecer e dizer que estava vivo.

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Onde histórias criam vida. Descubra agora