Island Asylum

Ajudinha

Sarah Casten

Eu vi quando herói veio. Ele não acredita na Sarah, o moço mau disse. Ele deixou eu sozinha... Sarah não tinha pedido companhia? Eu tava com medo! Agora ta com dor. A cabeça ainda dói e ta espetando. Nem sinto direito apertar o pulso. As pernas tremem e as mãos mexem sozinhas. Não tem força...

Eu não quis falar com herói. Ele pediu o choque para Sarah. Foi ele quem pediu! Eu ouvi!

Ele foi embora. Foi para longe. Vai pedir de novo? Eu não se comportou? Por favor, herói! Não faço mais! Não dá choque de novo! Sarah fica boazinha!

Eu tava com medo por causa da chuva. Chuva e a moça de preto. Ela voltou a ficar em pé do lado da cama de Sarah. Chuva de novo. Ontem teve chuva e moço torto veio. 

Faltou luz de novo. Sarah está no escuro. Hoje Sarah tá presa. Não dá para fugir. Não dá pra fugir do moço torto! Eu ouviu a porta. A porta abrindo. Eu presa e encolhidinha. Não quer vomitar de novo! Sarah ainda sente dor no corpo todinho. Não quer mais! Não quer mais não! Por favor, não faz eu vomitar de novo! Fica ruim de respirar!

Não é o moço torto. É o moço do remédio. O moço do remédio é bonzinho. Ele está com um machucadinho atrás da cabeça e trouxe luz para Sarah... Será que o moço torto machucou ele também?

– Sarah Casten. Já ficou presa demais, não é mocinha? – Ele solta eu. Soltou! Mexi nos meus pulsos. Ainda não sente. Será que volta a sentir um dia? 

O moço do remédio dá a janta da Sarah e o remédio rosa. Esse é para dormir. Ele quer fazer a Sarah dormir! 

– Ele vai te fazer dormir para te matar! – O moço mau sempre está certo. Ele não mente. Só errou uma vez. Por isso Sarah ta aqui. 

Eu bota o remédio no cantinho da boca igual fez ontem. Ele ficou feliz que eu enganei ele. Isso é ser uma menina má? Ele foi embora. Foi e deixou eu sozinha comigo. Cuspi o remedinho rosa embaixo da cama.

– + Vão dar choque em você de novo. Anjinha assada. + – A moça de preto está no cantinho do quarto. Está me mostrando a porta aberta. O moço do remédio deixou a porta aberta? Eu ouviu grito. Alguém tá com dor. A moça ajuda eu levantar. Sarah ta caindo! Não consegue ficar pé... Sarah foi muito má. Tonta. Muito tonta! Ela leva eu pra parede. Vou devagarinho, dói ficar em pé! Andar é difícil... Olho pela portinha. Tem um moço! É o moço bonzinho do remédio! Ele está com fogo! Ele pegou fogo! Eu assusta! Assusta muito.

– • Viu o que você fez? ASSASSINA! • – Irmãozinho chora e grita no ouvido de Sarah, bem no ouvido! Foi Sarah! Sarah botou fogo no moço! Eu vê os moços brutos chegando. Eles são grandes. Grandes e fortes e vão prender a Sarah de novo! Não prende! Não dá choque! Não dá, por favor! Eles vem. Vem na direção da Sarah. 

Desculpa eu! Desculpa! Sarah não sabia que ele pega fogo se eu não tomar remédio! Sarah não é má... Não quer ser má!

Eles passam do quarto e entram no do lado. Eu ouviu mais grito. Não gosta de grito! Faz irmãozinho gritar. Mamãe grita. Papai grita. Moço mau ri. A moça ajudou. Ajudou eu! Pegou a mão de Sarah e colocou na orelha. Na orelha para não ouvir tanto grito. Mão na orelha não ajuda ficar em pé. Sarah cai no chão. Cai de bumbum. Por que a perna ainda treme?

– + Estão prendendo ele no seu lugar! Menina má. + – Eu vai olhar. Vai lá fora! Vai engatinhando. Sarah não sabe mais ficar em pé. Tinha mais gente olhando do corredor. Gente igual a eu, gente de cabelo curtinho e com uniforme. A moça de preto segura no ombro da Sarah para não ficar com medo. 

– + Olhe ali, Sarah. + – É o moço amigo. Tomaz! Esse é nome dele! Tomaz. Estão prendendo ele... Sarah não queria. Ele é igual o irmãozinho. Eu fica quietinha e entra no quarto. Ele viu eu. Viu e ficou mais quietinho. Oi, Tomaz! Não se mexe tanto! Vão machucar você igual machucaram a Sarah. 

Engatinhando. Sentei atrás da porta. Não vão ver eu aqui. Vou ajudar o moço amigo. Vou ajudar ele quando os moços grandes saírem. Sempre que Sarah se esconde da vontade fazer xixi.