Jonas Bencke
Acordei com dor de cabeça. Maldito seja o Adib. Uma solitária nova? Toda branca. Sem pontos vermelhos. Eu poderia enlouquecer aqui dentro. Estou com uma camisa de força. Detesto não conseguir sair disso. Tem uma espécie de fucinheira em meu rosto. Não posso morder ninguém assim, mas eu gosto do sangue! É lindo!
Levantei com alguma dificuldade e logo percebi os olhos velhos do psiquiatra estraga-prazeres.
– Olá, Jatene. – Ele abriu a porta com outros caras grandões e me prenderam em um dispositivo esquisito na parede. Não tem ponta! Maldito. Poderia bater com a cabeça dele ali até essa sala ficar linda, mas agora sequer consigo andar para frente.
– Jonas Bencke. Sabíamos que você não ia durar lá fora. É informação demais para sua cabeça medíocre e doente. – Está rindo de mim! Ele sabia que eles iam me pegar de novo.
– Gostou da minha estréia? – Em referência àquela médica morena linda. – Fiz um ótimo trabalho.
Merda!! O filho da puta me acertou. Maldito médico! Me segura pela gola da camisa branca com ódio. Eu sorri. Gosto de despertar o ódio.
– Ela era minha aluna, seu merda!! – Perdigotos nojentos que saíam de sua boca e vinham parar em meu rosto. Mantive o deboche.
– Posso comer todas as suas alunas ou você pode me deixar ir embora. Lá não comerei ninguém que você gosta, já acabaram. – Sei um pouco da história do médico e se tem algo que ele não tem é família.
Ele agarra meu pescoço com força o suficiente para me fazer ficar tonto e bate meu corpo contra a parede macia.
– Nem que eu precise arrancar todos os seus dentes, você não vai morder mais ninguém. – Dessa vez não ri. Ele fala sério. Muito sério. – Por hora, você vai ficar sem comida. Já se alimentou demais. Vou preparar o seu tratamento predileto para breve. Espero que esteja preparado para queimar esses neurônios de novo.
Não! Choque não! Meu ódio estampa em meus olhos. Não quero choque! É extremamente doloroso, aflitivo! Já senti. Ja senti algumas vezes. Eu não sou tratável. Eu não tenho cura.
Adib percebe meu silêncio e sorri com maldade, então segue até a porta novamente trancando-me sozinho com meus pensamentos naquela sala quente. Não gosto dessa camisa. Não consigo ver minhas marcas, elas são parte de mim. Minhas tatuagens. Do pescoço até a cintura tenho uma espécie de cobra. Mistura-se com as cicatrizes. A dor do corte é linda. Eu quero me ver! Desespero. Preciso saber se esse é o meu corpo. Preciso me ver!!
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Island Asylum
Misteri / ThrillerATENÇÃO! ESTA HISTÓRIA CONTÉM CONTEÚDO INAPROPRIADO PARA PESSOAS SENSÍVEIS Você conhece o inferno? Bem vindo a essa ilha. Estamos em meados do século XX, a medicina em franca expansão. Uma grande construção foi erguida e comportaria o expurgo da so...