Acordei na cama, minha cabeça doía muito e meus olhos também, tudo parecia tão claro. Quando olhei pela janela, vi o que parecia ser um garoto olhando para fora. Me levantei cuidadosamente para não assustá-lo, era muito difícil ver uma criança da minha idade na casa do vovô. Queria parar de pensar naquele sonho, eu aproximei aos poucos e respirei fundo.
- Quem é você? – Perguntei baixo, tão baixo que ele não ouviu.
Depois de uns alguns segundos pensei em perguntar de novo, mas fiquei o observando. Seu cabelo era loiro, não, era uma espécie de amarelo muito forte, tipo o sol. Sua pele era muita branca, parecia que nunca tinha visto a luz do sol, quando pensei nisso, lembrei da branca de neve.
- Oi – Disse em alto e bom tom, era impossível não perceber minha animação.
- Sim, Sr.Beaumont? – Perguntou ele como se eu fosse um daqueles adulto chatos. Sua voz era mais fina que a minha e parecia tão desanimada.
- Qual o seu nome? – Repeti a pergunta, me aproximei mais um pouco.
- Agni Beaumont, senhor! – Respondeu com a cabeça baixa sem virar para trás.
- Beaumont? – Questione em voz baixa. – Quer dizer que você é meu parente? Tipo um primo? – Perguntei animado com a notícia.
- Não Sr.Beaumont! Sou seu criado! – Respondeu com a voz baixa.
- O que é um criado? – Perguntei confuso, nunca havia ouvido essa palavra na minha vida.
- É alguém que faz tudo que o senhor mandar! – Respondeu.
- Tudo? Mesmo? – Perguntei animado, nunca me senti tão feliz.
- Tudo! – Confirmou coma cabeça.
- Então podemos brincar lá fora, Agni? – Perguntei tocando em seu ombro.
Ele se virou imediatamente quando fiz a pergunta e nesse mesmo momento tomei um pequeno susto. Agni tinha os olhos da mesma cor que o servo, amarelos, como um pedaço do céu. Suas roupas eram estranhas, eram iguais a que eu usei no meu aniversário de cinco anos, um macacão preto por cima de uma blusa branca e as meias que chegavam até os joelhos e uns os sapatos pretos.
- Ei! Eu conheço essa roupa! – Falei brincando, não me importava dele usar, ficava bem nele, de certa forma ele era bonitinho.
- Desculpe mestre! – Falou ele tentando tirar a roupa o mais rápido possível.
- Não, pare com isso, Agni! – Falei segurando sua mão.
- Me castigue mestre, eu fiz algo errado! – Falou ele quase chorando, seus olhos me lembravam coisas tristes, eu também queria chorar.
- Não, você não fez nada de errado! Pode usar minhas roupas, eu não me importo! – Falei sorrindo.
- Eu fui mal, eu fui muito mau! – Ele começou a chorar.
Por um tempo fiquei congelado na frente dele, não sabia o que fazer, também queria chorar, era como se nossos sentimentos estivessem de certa forma conectados. Então lembrei que minha mãe sempre me abraçava quando eu estava triste, e foi o que eu fiz. Puxei ele pelo braço e o abracei, e tudo parou, os sentimentos tristes passaram e ele parou de chorar. Ficamos assim por meia hora, quer dizer depois de uns três minutos assim, eu me desequilibrei e caí em cima do grande uso de pelúcia da minha irmã e ele caiu junto.
- Você está bem? – Perguntei passando a mão no seu cabelo, era macio e fofinho.
- Sim, senh... - Eu o interrompi.
- Não me chame de senhor! Eu não sou tão velho! Me chame de Alex! – Hesitei – Meus amigos me chamam assim.
- Certo, Alex! – Falou ele se ajeitando no meu peito.
- Depois você quer brincar, Agni? – Perguntei depois de alguns segundos.
- Sim, Alex! – Respondeu.
Eu o abracei, era a primeira vez que alguém dormia no meu colo. Quando percebi já estávamos dormindo. Eu acho que foi assim que tudo começou...
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Agni e Alexander (Romance Gay)
Genç Kurgu- E você ia vim me salvar? - Caçoei. - É claro, eu sempre vou te salvar! - Disse ele com um sorriso gentil no rosto. Meu rosto corou. Ele olhou para os lados, como se estivesse se certificando que não haveria ninguém ali perto. Ele pegou minha...