Surpreendida

322 54 13
                                    


Capítulo três

Samira

Depois o almoço em que não almocei com o Rodrigo, não o vi mais. Quando o deixei aquele dia, disse que podíamos sair no final de semana, mas ele não me ligou e eu também não liguei. E depois mais uma semana se passou, ele não me enviou nem uma mensagem e eu também não enviei nenhuma para ele. Não quero ser eu a correr atrás e na verdade, nem tive tempo para isso, não tive tempo para vida pessoal, já que estudar medicina está tomando todo o tempo que tenho.

O fim de semana enfim chegou e dei graças a Deus por isso. Dei-me uma pausa, me permiti acordar tarde no sábado e fazer o dia do nada, dia em que eu não faria absolutamente nada. Iria ficar jogada no sofá de casa, com a minha roupa de mendiga e meu coque bagunçado. Comeria bobeiras o dia todo, não pensaria em dieta e sem pensar em beleza. Jurei para mim mesma que não daria nem uma espiada nos livros da faculdade, depois eu correria atrás do prejuízo. Seria o meu fim de semana de rebeldia.

Liguei para meus amigos Igor e Lívia e eles tinham combinado de saírem para estudar. Passo! Como eu disse: esse fim de semana eu não quero saber de livros. Me senti uma péssima amiga, porque sei que a Lívia está precisando de mim nessa fase em que ela está apaixonada pelo primo e tentando ficar longe ao mesmo tempo, mas estou muito cansada e serei uma péssima companhia.

Pedi comida pronta e após o almoço coloquei Toni Braxton - Un-Break My Heart pra tocar alto, (como disse, sou apaixonada pelas divas) peguei um romance para ler, coloquei meus óculos de leitura e recostei-me no meu sofá. E esse com certeza seria o fim de semana perfeito.

Eu morava sozinha em uma casa confortável, de dois quartos, cozinha e uma sala ampla, em que eu exibia a minha maravilhosa estante de livros e sempre que eu tirava o meu dia do nada, era esta estante que transformava meu dia do nada, em uma viagem em alguma história linda.

Minha cozinha era separada da sala por um balcão que já servia como mesa e bar ao mesmo tempo quando eu decidia receber amigos.

Meu pai me sustentava e a única exigência dele para isso, era que eu me formasse com louvor em medicina e quando penso nisso o meu dia do nada perde a força e meus livros e cadernos parecem me chamar. Mas por hoje não!

Deixei-me levar pela história em minhas mãos, me perdi na leitura e não vi a hora passar, mas já estava escurecendo quando o som da campainha tocando me tirou da leitura em que eu estava concentrada.

Fui em direção a porta da sala e ao abri-la eu já dava de cara com o portão de madeira, automático que dava para rua, olhei no visor que mostrava imagens da câmera de segurança do lado de fora e para a minha surpresa, vi o Rodrigo ali: parado e com as mãos nos bolsos. Rodrigo?

Destravei o botão do portão e o abri de pressa.

— Oi? — Cumprimentei surpresa com uma pergunta e um sorriso.

— Oi. — Ele sorriu e parecia com medo da minha reação.

— Como sabe onde eu moro?

— Conheço alguém que te conhece. — Ele de ombros e após um silêncio continuou. — Não vai me convidar para entrar?

— Ah, claro, desculpa. — Abri um pouco mais o portão para que ele entrasse e fechei quando Rodrigo passou por ele. Indiquei a porta da sala e ele entrou na minha casa.

Eu não sabia como agir e não sabia o que ele queria indo até ali me procurar. Já tinha passado tempo suficiente sem nem uma mensagem, achei que ele já tinha esquecido a nossa aposta e aí do nada, ele aparece na minha casa?

DEGUSTAÇÃO De repente meu  anjo - Série AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora