DEGUSTAÇÃO De repente meu anjo - Série Angels

Como quiser

Capítulo onze

Rodrigo

Me perdi naquele mundo de coisas para bebê e permiti-me pensar em como seria ser pai. É engraçado, são tantas coisas, tão pequenas que me pego pensando se serei capaz de cuidar de outra pessoa, já que não cuido direito nem de mim. Dei atenção para a Michele, pois se está sendo difícil para mim, imagino o quanto deve estar sendo mais ainda para ela. Então sorrio para algumas coisas que ela me diz e sobre aquele novo universo que está me apresentando, só para fazê-la se sentir mais confortável, mas esse universo só seria perfeito se a mãe fosse minha morena. E como se Michele notasse que eu estava me afastando dali, ela pegou a minha mão e colocou sobre a sua barriga e isso só fez com que eu me sentisse mais estranho ainda, tirei a mão de pressa, mas sorri para a vendedora que nos olhava estranhamente desde que entramos na loja.

Olhei em volta a procura da Samira e não a vi em lugar algum. Onde ela estava?

— Rodrigo, você precisa ver isso. — Michele tentou ter de novo a minha atenção, mas eu só queria saber onde a Samira estava.

Dei alguns passos em direção à saída e perguntei para a vendedora que estava próxima a porta:

— Por favor, por acaso você não viu uma moça morena, de cabelo comprido e cacheado, por aqui?

— Ela estava sentada ali naquele banco até agora a pouco, mas acabei de vê-la indo naquela direção. Ela parecia estar chorando, pensei em perguntar se ela estava passando mal, mas a perdi de vista.

— Tudo bem, obrigada.

Saí da loja e fui a passos largos na direção que a vendedora tinha indicado e não demorou muito até que eu visse aqueles cabelos lindos que eu tanto amava. Acelerei o passo e quando cheguei perto dela, entrelacei os meus dedos aos seus. Samira me olhou assustada e quando reconheceu que era eu ao seu lado, fechou os olhos e suspirou. Eu a abracei e me sentia tão culpado.

— Desculpa, mas não sou forte o bastante para aguentar essa situação. — Ela falou com o rosto afundado em meu peito.

— Eu que te peço desculpa, minha morena. — Dei um beijo em sua testa — Me desculpa? — Meu peito estava apertado, naquele momento eu me sentia tão culpado por fazê-la chorar e só então eu percebi a situação que a fiz passar.

— Eu não posso com isso, Rodrigo. Eu não quero atrapalhar e nem quero te fazer escolher, mas pra mim não dá.

— Por favor, Samira. Não fala isso. — Meu coração estava acelerado, eu só queria sair dali com ela e foi isso que eu fiz.

Afastei Samira do meu peito e a peguei pela mão.

— Aonde vamos? Não quero voltar para a loja. — Samira falou me puxando para que eu parasse.

— Nem eu.

— Mas e a Michele?

— Eu não estava aqui com ela, estava e estou com você. Não sei o porquê entrei naquela loja.

Continuei andando e Samira me acompanhou. Fomos para o carro e quando já estávamos dentro do veículo eu a beijei.

— Não me deixa. Por mais difícil que fique, não me deixa? — Ela tinha a testa encostada na minha e apenas assentiu. — Eu preciso do seu apoio.

— Tudo bem. Mas só para de chamar a Michele de Mi, que tenho vontade de vomitar todas as vezes que te escuto a chamando assim.

Eu sorri.

— Eu paro! E eu a chamo do que você quiser que eu a chame, eu faço o que você quiser, mas só fica comigo.

— Não seria um nome que você poderia falar em público. Só para de chamá-la de Mi que já fico satisfeita.

Assenti, nos separamos e fomos para a minha casa, onde passamos um tempo maravilhoso juntos e eu jurei que não a faria sofrer mais.