Visita inesperada

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Capítulo dez

Rodrigo

O amor é uma desgraça!

E aquela frase "o amor é lindo" é uma mentira.

Não tem nada de lindo no jeito que estou me sentindo. Ah se eu soubesse... Nunca teria deixado a Lívia levar o Igor e a Samira no meu aniversário... Teria sim, claro que teria! Cada segundo com a minha morena valeu a pena... "Faça acontecer, que eu faço valer a pena" essa frase que ela me disse no primeiro dia que nos conhecemos, realmente faz jus a tudo que aconteceu. Ela fez valer a pena cada segundo que passei com ela e eu daria tudo para voltar no tempo e não ter deixado a Michele entrar desse jeito na minha vida.

Minha irmã me deixou sozinho novamente e a tristeza caiu sobre mim. Fui até a cozinha beber água e quando estava voltando a ficar jogado no sofá, sem camisa e com a minha calça preta de moletom, a campainha tocou, fui até a porta e quando abri sem vontade nenhuma de ver ninguém, me assustei com quem estava ali.

— Samira?

— Você realmente me ama? — Ela me perguntou de cara, sem nem me cumprimentar e com os olhos cheios de lágrimas.

— Muito. — Engoli em seco.

— Muito quanto? Eu preciso saber.

— Te amo como nunca amei ninguém.

— Me aceita de volta?

Não acredito nisso.

— Porra! — Abri um sorriso, que tenho certeza que tomou conta de todo o meu rosto e fui até ela a passos largos.

A tomei em um beijo saudoso, em que segurei o rosto dela com uma mão de cada lado e minha língua passeou na sua boca. Que saudade desse beijo! Dei vários selinhos em sua boca e quando o beijo terminou, beijei cada olho com lágrimas e dei beijos por todo o seu rosto.

— Me desculpa por tudo isso, linda. Eu não queria isso e se eu soubesse... Se eu já te amasse como eu te amo agora, nunca teria deixado a Michele entrar na minha vida.

— Não vamos falar disso. Pelo menos, não agora.

Ela me empurrou porta à dentro e não me deixou dizer mais nada, soltou o cordão que prendia a minha calça e me empurrou para o meu sofá.

— Você é meu. Só meu entendeu?

— Todo seu.

— E não vou te dividir.

— Não precisa ter medo disso. Sou todo seu.

Ela falava com a boca colada na minha enquanto as suas mãos passeavam pelo meu peito e abdômen. Ela estava sexy pra caralho com essa fome toda e esse olhar possessivo que demostrava a sua saudade. Samira tirou a blusa que estava usando, o sutiã, a calça e a calcinha e veio nua para cima de mim. Que mulher!

A beijei, a acariciei, mostrei com o meu corpo o quanto eu estava apaixonado por ela, o quanto estava com saudade de tê-la ali ao meu lado com o corpo embaixo do meu e sussurrei em seu ouvido um "te amo" que arrepiou todos os pelos do seu corpo. Ela cravou as unhas nas minhas costas, mostrando o quanto de desejo estava sentindo e me deixando ainda mais louco. Fizemos amor por todos os cantos da casa e ficamos um agarrado ao outro, como se não quiséssemos nos largar nunca mais ou então até o meu telefone tocar por volta da meia noite e nos acordar.

— Alô. — falei meio sonolento.

— Rô, por favor, você consegue vir até a minha casa? Eu estou passando mal. — Era a Michele.

— O que você tem?

— Só vem logo, por favor. Estou com dor.

— O que aconteceu? — Samira me perguntou com um olhar preocupado, com certeza após ver o mesmo olhar em meu rosto.

— Estarei aí em um minuto.

Desliguei e me levantei correndo da cama e procurando uma roupa.

— Meu amor, desculpa, vou ter que sair. A Michele está passando mal e ela não tem nenhuma família aqui na cidade.

Samira pareceu pensar em algo e sussurrou algo que pensei escutar um "somar".

— O quê? — Perguntei. e disse mais que depressa.

— Nada! Eu vou com você.

Ela se levantou colocou a roupa rapidamente e saímos em disparada para a casa da Michele. Não havia se passado nem meia hora e estávamos tocando o interfone da casa dela. Michele veio abrir o portão e parecia completamente normal.

— Oi, como você está? — Fui logo perguntando.

— O que ela faz aqui? — Michele perguntou olhando para Samira com surpresa.

— Nós voltamos a namorar. E a dor?

— Passou. Tomei um remédio que a minha médica receitou. Tentei te ligar, mas só deu caixa postal. Desculpa não queria ter atrapalhado vocês. — Michele fez uma cara de tristeza.

— Imagina, fica tranquila. Não atrapalhou, né amor? — Samira me perguntou com a mão entrelaçada a minha e me deu um sorriso tranquilizador que acalmou meu coração. Achei que ela iria ficar brava comigo por ter que sair para socorrer a Michele, mas ela estava sorrindo.

— Não, não atrapalhou. — Falei olhando somente para a Sá e em seguida olhei para a Michele. — Mas você não quer ir ao médico só por prevenção.

— Não, está tudo bem. Só não esqueça que depois de amanhã marquei uma ultra, só para você ouvir o coraçãozinho do bebê.

— Não vou esquecer. — Michele tinha me pedido para ir com ela em uma ultrassonografia, pois ela tinha lido que é importante o pai estar presente em todas as fases. Mas ela estava estranha, parecia decepcionada.

— Você pode ir também, Samira. — Michele convidou.

— Ah, tá bom. Irei sim. Obrigada. — Samira disse sorrindo. Ela está me deixando surpreso.

— Então... Qualquer coisa você liga, Michele. — Falei.

Ela assentiu ainda parecendo brava e decepcionada, mas sorriu.

— Vamos, amor? — Samira perguntou.

— Vamos. Pode me ligar tá, Mi.

— Tudo bem. — Ela assentiu e já estava entrando, quando se virou e disse: — Espero que dê tudo certo entre vocês.

— Vai dar. — Samira respondeu sorrindo e Michele a encarou por um segundo e sorriu também, após entrou na casa e eu e Samira voltamos para o carro.

Ela se acomodava no banco e colocava o cinto enquanto eu a encarava.

— Está tudo bem? — Perguntei.

— Sim. Não se preocupe, eu estou aqui com você, estarei com você sempre que precisar.

Sorri para ela e a beijei com vontade. Essa mulher não cansa de ser linda.

DEGUSTAÇÃO De repente meu  anjo - Série AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora