Capitulo quatro.

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O domingo passou tão rápido entre afazeres cotidianos da casa que a segunda-feira atingiu-me em cheio. Ao chegar à empresa, estava o mais apresentável possível, não podia deixar que Robert pensasse que passei o fim de semana todo na farra.

- Bom dia, galera. – Acenei de forma rápida e caminhei até a minha mesa, havia alguns papeis que era preciso ajeitar e xerocar. Foi quando estava na máquina do Xerox que Robert saiu como um furacão da sua sala, nem dirigiu a palavra, apenas gritava com os repórteres, prestei atenção depois de certo momento e algo havia acontecido com o reitor. Ele dava orientações de ninguém atender telefonemas. Foi então que gritou.

- ONDE ESTÁ A PORRA DO ERIK? – Encolhi-me brevemente e sai da sala.

- Aqui.

- Você estava ali? – Concordei com a cabeça e ele relaxou. – Desculpe-me o palavrão, achei que não havia vindo. Entre na minha sala, já falo com você.

Concordei com a cabeça e em passos lentos adentrei sua sala, sentei-me na cadeira em frente a sua mesa e ele adentrou minutos depois.

- Preciso que você atenda os telefonemas da minha sala com somente a seguinte frase: senhor Ziemer, não irá se pronunciar agora. Haverá uma conferencia amanhã à tarde no prédio cinco.

O lado bom era ficar em sua sala, a maior parte do tempo fiquei assistindo-o trabalhar e fazer ligações. O ocorrido foi um escanda-lo nos caixas da universidade.

Ele era tão inteligente, mas seus olhos me incomodavam de uma maneira descomunal, não podia encará-lo por muito tempo.

- Que marcas são essas nos seus pulsos? – Puxei minha camisa para tapar as mesmas, fora um descuido. Neguei com a cabeça devagar.

- Cicatrizes de um acidente.

- Um acidente? – Concordei com a cabeça e graças a Deus o telefone tocou, atendi o mesmo e repeti a frase que estava repetindo a todo o momento. Robert havia se levantado e estava encarando a janela. – Esse dia não acaba nunca.

Desviei minha atenção para o relógio e passava das cinco da tarde. Não havia ido almoçar ainda, estava ajudando no que podia ajudar.

- Você já não deveria ter ido? – Concordei com a cabeça devagar.

- Eu posso ficar até mais tarde, sem problemas.

- Vou precisar de você aqui amanhã. Mas posso lhe dar folga na sexta.

- Por mim tudo bem. – Ele sorriu e piscou, tornou a sentar-se.

Entregamo-nos ao trabalho durante as próximas horas. Quando chegou oito horas Robert decidiu que era hora de ir embora, dispensou os repórteres e enquanto ele fazia isso. Eu terminava de tirar o Xerox dos documentos, não demorou muito e os deixei em cima da minha mesa para arrumar com os originais no outro dia.

- Vamos Erik, lhe dou uma carona.

- Não é preciso, eu posso pegar o trem.

- Não á esta hora.

Neguei com a cabeça e ele me olhou, sério. Não havia discussão. Descemos até o estacionamento e adentrei em seu carro, ele dirigiu com um extremo cuidado enquanto eu lhe apontava o caminho. Não demorou nem quinze minutos para estarmos em frente a minha casa.

- Você mora perto dos bares. – Concordei com a cabeça e ele tornou a sorrir. – Não é muito de falar.

- Não... Eu gosto de observar.

MOLETOM (+18)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora