Capitulo dois

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"Olá, Erik.

Eu sei, é estranho receber uma carta em pleno século vinte e um, espero que não se importe de ter um papel velho com você. Você sabe o quanto detesto essas novas tecnologias e o quão inconfiável elas são.

Ainda não consigo acreditar que você foi embora. Espero que tenha sido uma decisão pensada e que o faça feliz no futuro.

Sinto muito por não estar cuidando de você nesse momento. E espero que alguém um dia cuide. Assim como espero que você não se esqueça de onde mora o seu lar. Sei que no momento você está com raiva de mim. Muita raiva. E eu também entendo. Mas preciso que você lembre que nem sempre fomos gato e rato. Um dia fomos duas pessoas que se amaram completamente.

Irei sentir sua falta todos os dias.

Com amor, Henry."

Minha reação? Gritar a plenos pulmões e rasgar a carta em pedaços, dezenas delas e jogar no chão. Sim, no meio do saguão de entrada. Subi para o meu apartamento, pelas escadas. De dois em dois degraus o que me fez chegar ao nono andar bufando ainda mais para continuar tendo ar. Assim que adentrei no apartamento, tranquei a porta.

Era um lugar pequeno, aconchegante. Na sala havia apenas um sofá, uma televisão na parede, uma mesa de centro e uma escrivaninha com um notebook. Ao lado, um balcão dividindo a cozinha com uma geladeira, uma pia, um micro-ondas e dois bancos. No quarto, apenas uma cama, dois criados mudos e um guarda roupa. Ao lado, um banheiro com chuveiro, pia e vaso sanitário, e uma maquina de lavar roupas. Era o meu lugar favorito no mundo todo. Cresci ali, meus pais, minha irmã e eu.

Hoje em dia meus pais vivem próximos. Mas em uma casa extremamente maior, porém meus anos de formação me ensinaram a lutar pelo que sempre quis. Exceto quando isso se aplicava a ele.

Suspirei e joguei um pouco de água dentro de um copo e o bebi em fartos goles.

Voltar de Los Angeles não havia sido um erro, nem uma fuga, era o que precisava ser feito em minha vida e eu realmente estava agradecido por isto. Vivi lá por cinco anos inteiros, assim que terminei o ensino médio, fui para lá estudar. Tenho alguns cursos de inglês em meu currículo, alguns cursos tecnológicos, e claro, esse romance.

Balancei minha cabeça de um lado para o outro, não era o momento para pensar sobre. Ainda estava fragilizado demais com esse assunto. Com vinte e um anos, eu precisava seguir em frente sem olhar para trás. O telefone em cima da bancada começou a tocar e o atendi no terceiro toque.

- Ei, pequeno lobo solitário, soube que está na cidade.

- Ei, Carol.

Carol foi a primeira pessoa que soube da minha condição sexual, e isto a fez ficar bem desiludida comigo, já que éramos namorados na época. Depois de um tempo, nossa amizade cresceu de uma forma única. Ela é uma bela garota, seus cabelos são negros perto da cintura e seus olhos é cor de mel. Ela tem um belo sorriso e uma pele parda.

- O que você vai fazer hoje?

- Provavelmente assistir algum seriado e dormir.

- Trabalha amanhã?

- Não, é sábado.

- Eu sei. Então vamos para a festa do ano.

- Não sei... Uma festa?

- Claro, eu passo ai as dez. – E desligou. Não havia muito que discutir quando ela põe algo na cabeça. Desviei minha atenção para o relógio notando que passava das seis da tarde, às vezes, o tempo passava muito rápido.

MOLETOM (+18)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora