Capitulo doze.

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Dos meus olhos escorriam muitas lágrimas, uma atrás da outra. Henry estava a alguns passos, ainda bufando e nem um pouco arrependido. Meu rosto ardia, doía. Virei meu corpo na direção da porta e abri a mesma, sussurrei em seguida: sai daqui.

- Não, você me deve explicações.

- Eu não te devo nada. SAI DAQUI. – Berrei as ultimas duas palavras e ele ergueu os braços.

- Não, eu não vou sair daqui.

Meu sangue finalmente ferveu de raiva. Raiva era melhor que nada. Aproximei-me do Henry seguro, e tremulo, agarrei sua camiseta e puxei a ponto de rasgá-la, com uma força sobre humana e sob muita resistência, consegui o jogar porta afora e trancá-la, ele batia. Praguejava. E dizia coisas horríveis, absurdas.

Mas naquele momento, eu só conseguia chorar me sentindo a pior pessoa que existia no mundo. Cai de encontro ao chão e abracei meus joelhos, enquanto ele batia na porta e gritava, eu chorava. Arrastei-me de encontro ao celular e disquei o numero ainda trêmulo, ele atendeu no primeiro toque.

- Pe-Pedro... – Solucei sem conseguir terminar seu nome.

- O que houve? – Henry batia com mais força, meu medo era de que a porta e a minha única proteção quebrasse.

- Eu preciso de ajuda.

- Onde você está?

- No meu apartamento... Mas, Henry esta na porta e... E ele me ba-bateu.

- ELE O QUÊ? – Pedro gritou do outro lado da linha e eu estremeci, não queria que ninguém mais gritasse. – EU TO INDO PARA AI! – Ele berrou de novo e eu fiquei em silêncio, realmente não queria que ninguém gritasse.

"Imagina se ele souber que você deu para um desconhecido"

- Por favor, fique quieta. – Agarrei minha cabeça com ambas as mãos e a dor tomou conta de mim, meu corpo arquejava para frente e para trás em completo desespero, eu precisava me livrar daquilo, porque tudo doía.

"Ele deve saber que não vale nada, deveria agradecer por ele ainda estar aqui"

- Cale a boca. – Gritei e agarrei minha cabeça com ainda mais força, meus cabelos resistiam em ficar grudados em minha cabeça, doía. Mas não mais que meu rosto.

Não sei quanto tempo se passou, nem quanto tempo permaneci ali. Mas pude ouvir outra pessoa gritando, acho que era Pedro, a voz do Henry se calou e eu acho que ouvi o porteiro também. Não sei, minha Irmã simplesmente não calava a boca me lembrando do quanto eu era imundo e merecia aquilo. Mas houve um momento em que tudo ficou em completo silêncio. E logo tudo que eu podia ouvir era o meu coração batendo, tão rápido que parecia um beija-flor.

- Eric, ele já foi embora, abre a porta. Sou eu, Pedro. – Sua voz era calma, fiquei encarando a madeira por mais alguns minutos e durante alguns pedidos. – Eric, me diz se você esta bem pelo menos.

Abrir a porta, eu preciso abrir a porta.

Obriguei meu corpo a levantar, e me aproximei da maçaneta com dificuldade, Pedro me encarou completamente apavorado. Mas eu estava com medo e me afastei, rápido. A cada passo dele, eu me afastava mais, quando me encurralou na parede, foi quando percebeu meu desespero finalmente.

- Ei, eu não vou te machucar. – Ele se aproximou e eu não tinha mais para onde ir.

- E-eu mereci. – Sussurrei com a voz fraca antes de voltar a chorar.

MOLETOM (+18)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora