Capitulo dez.

407 31 5
                                    


Quando meus olhos se abriram, minha cabeça estava explodindo, eu continuava abraçado no vaso e com a cabeça deitada ao lado. Levantei devagar e o banheiro era semelhante a alguma cena de exorcismo. Cenas da noite passada começaram a brotar em minha cabeça e eu pude apenas vomitar novamente, não conseguia similar muita coisa, mas quando consegui levantar, usei minhas forças seguintes para limpar o apartamento.

Quando tudo estava limpo, eu precisava de um banho.

Foi o melhor banho da minha vida, eu poderia dizer. Mas não o bastante para que minha cabeça parasse de doer. Eu precisava tomar meus remédios e encontrar algum para dor de cabeça. Meu celular estava caído em baixo do sofá, achei-o somente por que ele começou a tocar. Era Henry, recusei a chamada e constatei que havia mais trinta e duas, sim, trinta e duas perdidas dele.

Quando terminei de tomar meus remédios, decidi ir ate a farmácia, coloquei um óculo escuro para que a claridade não doesse tanto. E segui o trajeto lentamente, lutando contra o enjoo do meu estomago em cada passo. A moça da farmácia com toda a certeza entendeu o que estava acontecendo, e além do remédio de dor de cabeça, me convenceu a levar outro para o estomago, era uma única capsula de um liquido amarelo que mais parecia ter sido fabricado pelo inferno.

Quem diabos era aquele cara que enxerguei em minha sala ontem a noite? E por que eu enxerguei tantas coisas?

A resposta era clara para mim, a bebida havia cortado o efeito dos inibidores de loucura.

Quando saia da farmácia, segurando uma pequena sacola. Escutei uma voz atrás de mim e por dois segundo achei que poderia ser alguma outra das minhas loucuras. – Ei Eric, quanto tempo. – Virei meu corpo e acabei encontrando com Léo, quanto tempo fazia que não o via?

- Ei Leo! – Seu cabelo estava um pouco mais comprido, mas não o bastante, ainda tinha aquela mesma aparência quase militar.

- Alguém esta com muita ressaca? – Eu concordei com a cabeça e foi uma das piores ideias do dia.

- Infelizmente sim, quanto tempo, o que anda aprontando?

- Ah, então, eu passei um tempinho fora. Fui para o interior cuidar da minha avó, já almoçou?

- Não, nem havia pensado nisso ainda.

- Topa ir comer um hambúrguer ali na esquina? – E mesmo com toda a ressaca, eu nunca recusaria um hambúrguer. No caminho, Leo me contou que sua avó havia descoberto um câncer de mama e precisou operar como nenhum dos filhos podia cuidar da mesma e ele estava com algumas férias atrasadas, ele foi para lá. Mas que agora que tudo estava ok, ele havia podido voltar.

Almoçamos, rimos e brincamos como sempre. Quando olhei para o meu relógio de pulso, já passava das quatro da tarde, estávamos ali há muito, muito tempo.

- Eu acho que a última vez que nos vimos, foi naquela festa, não é?

- Eu acho que sim, não tenho nenhuma outra lembrança. – Ri e me acomodei na cadeira.

- Mas e você? O que tem feito? – Contei os fatos, acontecimentos e a cada novo, Leo aumentava a abertura de sua boca e quase virou um literalmente "meu queixo esta no chão" – Sua vida parece aquelas coisas que se vê na televisão.

- Só que sem a parte da glória. Só as porcarias mesmo. – Foi a vez de Leo rir, descontroladamente e negou com sua cabeça.

- Eric, pelo amor de Deus. Você precisa de uma vida nova. – Ele falou isso, e eu pude apenas sorrir, já havia pensado tantas vezes nisso que me deixava tanto triste. – Ei, não nesse sentido. Jesus, nunca. – Ele me olhou apavorado e levou sua mão para afagar minha bochecha e eu sorri fraco.

MOLETOM (+18)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora