The Kingdom [H.S] [PT/BR]

Only one

Quando acordei, Katherine estava ajoelhada rezando. Apoiava seus cotovelos na cama e tinha nas mãos um terço branco. De olhos fechados, sua boca se movia diversas vezes mas som algum saía.

Quando terminou, seus olhos se encontraram com os meus e deu um sorriso tímido, se sentando na cama.

- Bom dia...? - colocou uma mecha de seu cabelo atrás na orelha.

- Bom dia. Por que acordou tão cedo? - me aproximei um pouco mais para passar a mão em seu rosto, ela se assustou um pouco com o ato.

- Não sei, apenas acordei.

Puxei a menina para perto de mim e a abracei, sentindo-a afundar seu rosto em meu peito. Fechei os olhos e me ajeitei na cama.

- Vamos dormir mais um pouco. - sussurrei, ela apenas assentiu.

Bom, não demorou para que eu adormecesse. Estranhei que ela não havia se assustado ou tentado se desvencilhar, mas não disse nada.

Acordamos algumas horas depois e sai primeiro para checar como estava a situação. Os guardas avisaram que estava tudo bem, por isso chamei Katherine e descemos para tomar café.

Mas no caminho fui chamado pelos guardas, que diziam que o Rei solicitava minha presença imediatamente na sala do trono. Reclamei um pouco internamente já que meu estômago clamava por comida, mas como não tinhas escolhas, fui até lá.
*
- Qual é o seu problema? - esbravejou ele, era uma das poucas vezes que eu o via bravo. - Você sabe o que poderia ter acontecido ontem? Vocês teriam morrido, Harold. Sua cabeça agora estaria sendo jogava dentro do castelo como troféu deles.

- Eu peço desculpas pelo acontecido. - me ajoelhei.

- Você não é uma pessoa comum, Harold. Depois desse casamento você só pensa em Katherine. Esqueceu que ainda tem um reino? Tudo isso vai ser seu quando eu morrer Harold.

- Peço desculpas pelo ocorrido.

-Que isso não se repita novamente e que você tenha mais responsabilidade com a vida de vocês dois. Os franceses continuam perto, mas não há nenhum  movimento aos arredores do castelo. O exército já está se movendo para evitar qualquer estrago que aqueles ratos possam fazer.

- Alguma notícia da Áustria?

- Não, não fizeram mais nenhum contato. Caso tenha, vai demorar um tempo para chegar. Você está dispensado. Não me decepcione.

Assenti e sai dali, fechando o punho com raiva e marchando atrás de algo para aliviar minha fome, que já me corroía por dentro.

Já pensei inúmeras vezes em renunciar o trono, mas não tenho irmãos. Viver uma vida trancado não era para mim, mas confesso que fui descuidado ao deixar o palácio sem falar nada.

Após comer, fui para fora e vi que muitos soldados estavam apostos e espalhados pelas muralhas, vestindo armaduras grossas e brilhantes.

Passei a mão em meus cabelos e decidi ir estudar, subindo as imensas escadas e indo para a biblioteca.

Peguei um livro sobre moral e me sentei, começando a ler e me sentindo um pouco mais calmo. Eram conhecimentos bobos, mas precisava ter.

Estar no trono não é apenas pelo status, mas ter sabedoria e dignidade para governar toda uma nação. Pelo menos é assim que penso, já que uma população passando fome ou brigando não é algo positivo.

Me preocupava se seria um bom líder, se seria uma pessoa na qual podia me orgulhar.

Senti dois braços me rodeando e me assustei, dando um pulo. Quando virei, vi os olhos de Katherine e me acalmei, passando minha mão pelos seus braços.

- O que faz aqui? - perguntei virando para sua frente.

- Estava entediada. - disse baixo.

Se levantou e foi para os corredores, e não demorou para voltar com um livro em suas mãos. Riu e se sentou perto de mim, começando a ler.

Naquele momento, percebi que não gostava de fazer as coisas sozinho. Mesmo que não converse com a pessoa, só a presença já me deixa mais aliviado.

Apesar de passar a vida fazendo a maioria das coisas sozinho, notei que não era tão ruim assim estar acompanhado quando ela chegou em minha vida.

Katherine encostou a cabeça em meus ombros, mas não desviou o olhar do livro. Sem dizer nada, continuei lendo.

O sol se pôs e a lua chegou, jantamos e corremos pelo campo vasto e iluminado, Katherine se jogou no chão rindo e fiz o mesmo, virando para a encarar.

- Eu adoro você. - ela disse.

Meu corpo petrificou.

Quando aquelas poucas, mas tão significativas palavras saíram de sua boca, tive vontade gritar de felicidade.

Eu não sei quando tudo isso começou, mas queria que durasse para sempre.

- Eu também.

Ficamos ali por alguns minutos até que o ar ficou mais frio e preferimos subir, já que não estava nos meus planos pegar um resfriado.

De mãos dadas, fui a guiando para o quarto e quando chegamos ela sorriu, agradecendo e indo trocar suas roupas.

Como de costume, deixei a espada perto da cama e troquei minhas roupas, deitando-me na cama e me sentindo extremamente confortável.

Katherine apareceu tímida a minha vista, correndo para a cama e se enfiando nos cobertores, reclamava de frio. Tomei coragem de a abraçar e ela nada falou, se encolhendo contra meu corpo.

- Está tudo bem? - perguntei preocupado.

- Sim, está tudo bem.

A afastei um pouco e toquei em seu rosto, olhando no fundo de seus olhos escuros.

- Se eu beijar você... Está tudo bem?

Katherine não disse nada, mas seus olhos gritavam a resposta. Abaixei minhas pálpebras e colei nossos lábios.

Ela estava tímida ao primeiro toque, mas quando toquei sua língua com a minha, soltou um suspiro e se amoleceu um pouco em meus braços.

Estava numa posição desconfortável, por isso deitei na cama e a puxei para cima de mim, mas ela quebrou o beijo.

- Está tudo bem, não vou fazer nada que você não queira.

Ela assentiu e me beijou timidamente. Subi uma mão até sua nuca onde segurei seu cabelo enquanto a outra escorregou até sua cintura, onde contornava-a com meus dedos.

Começava a queimar por dentro, e não demorou para que o beijo se tornasse mais feroz, cheio de luxúria.

Eu não era de ferro, mas também não queria a assustar ou passar dos limites. Katherine quebrou o beijo e me encarou, dando um sorriso tímido. Arrastei minha boca até o canto de seus lábios, subindo por suas bochechas até chegar a sua testa.

- Você é... Única. Para mim, você é única. - sussurrei, ainda sentindo um pouco de falta de ar.

- Você também, Harry.

Sorri mais uma vez antes de colar nossos lábios, e dessa vez Katherine já não estava tão receosa, já que seus dedos leigos foram direto para minha nuca, puxando meu cabelo levemente.

Isso me fez a apertar um pouco mais contra meu corpo, me sentei e a puxei junto, que mantinha as pernas uma de cada lado do meu corpo.

Mas ela subitamente parou.

- Harry... - sussurrou olhando para baixo.

- O que foi?

- Você... - apontou para o meio de minhas pernas.

Droga.

- Ahm... - meu rosto já ficava um pouco corado, passei a mão em meus cabelos tentando não mostrar a vergonha que estava sentindo.

- Eu quero.